terça-feira, 15 de novembro de 2011

Lenda da Dama Pé-de-Cabra

A Lenda da Dama do Pé-de-Cabra é uma conhecida lenda portuguesa e foi compilada por Alexandre Herculano no livro Lendas e Narrativas. Existe ainda outra versão, escrita em inglês pelo Visconde de Figanière no seu poema em cinco cantos Elva: a story of the dark ages (Londres, 1878).

D. Diogo Lopes, nobre senhor da Biscaia, caçava nos seus domínios, quando foi surpreendido por uma linda mulher que cantava. Ofereceu-lhe o seu coração, as suas terras e os seus vassalos se com ele se casasse. A dama impôs-lhe como única condição a de ele nunca mais se benzer.

Mais tarde, no seu castelo, D. Diogo apercebeu-se que a dama tinha um pé forcado como o de uma cabra. Viveram muitos anos felizes e tiveram dois filhos: Inigo Guerra e Dona Sol.

Um dia, depois de uma boa caçada, D. Diogo premiou o seu grande alão com um grande osso, mas a podenga preta de sua mulher matou o cão para se apoderar do pedaço de javali. Surpreendido com tal violência, D. Diogo benzeu-se. A Dama de Pé de Cabra deu um grito e começou a elevar-se no ar, com a sua filha Dona Sol, saindo ambas por uma janela para nunca mais serem vistas.

A partir daí, foi confessar e o pajem disse que estava excomungado, sua penitencia foi guerrear os mouros por tantos anos quanto vivera em pecado, tendo ficado cativo em Toledo. Sem saber como resgatar o pai, D. Inigo resolveu procurar a mãe que se tornara, segundo uns, numa fada, segundo outros, numa alma penada.

A Dama de Pé de Cabra decidiu ajudar o filho, dando-lhe um onagro, uma espécie de cavalo selvagem, que o transportou a Toledo. Aí, o onagro abriu a porta da cela com um coice e pai e filho cavalgaram em fuga, mas, no caminho, encontraram um cruzeiro de pedra que fez o animal estacar. A voz da Dama de Pé de Cabra instruiu o onagro para evitar a cruz. Ao ouvir aquela voz, depois de tantos anos e sem saber da aliança do filho com a mãe, D. Diogo benzeu-se, o que fez com que o onagro os cuspisse da cela, a terra tremesse e abrisse, deixando ver o fogo do Inferno, que engoliu o animal. Com o susto, pai e filho desmaiaram.

D. Diogo, nos poucos anos que ainda viveu, ia todos os dias à missa e todas as semanas se confessava. D. Inigo nunca mais entrou numa igreja e crê-se que tinha um pacto com o Diabo, pois, a partir de então, não havia batalha que não vencesse.

Outra lenda

Na atual região da beira alta, mais concretamente na aldeia histórica de Marialva vivia há muitos séculos atrás uma donzela muito formosa. Certo dia um nobre encantado com a sua beleza e querendo desposá-la encomendou os serviços de um sapateiro pedindo-lhe que fizesse uns sapatos para a donzela em questão.

Como se tratava de uma surpresa o sapateiro teria de arranjar uma maneira de conseguir fazer um molde dos pés da donzela para acertar no tamanho do pé, certo dia e sem que esta desse por isso espalhou farinha aos pés da cama da donzela para que quando esta se levantasse, deixasse a marca na farinha espalhada no chão, e assim foi. O sapateiro percebeu pela forma deixada no chão que a donzela tinha "pés de cabra", mas mesmo assim fez uns sapatos adequados.

Quando o nobre entrega o presente à donzela, esta com o desgosto de saber que já todos sabiam do seu defeito se atira da torre do castelo. A donzela chamava-se Maria Alva e ainda hoje, mesmo em ruínas podemos ver a torre do castelo.

Fonte: Wikipédia

A dama pé-de-cabra

Certo dia, D. Diogo Lopez saiu para uma caçada e a meio do seu caminho, depara-se com uma mulher muito formosa, que cantava lindamente.

- Quem sois vós, senhora? Quem sois vós que logo me cativastes? - pergunta D. Diogo Lopez.

Ela sorriu e respondeu:

- Sou uma dama tão nobre como tu.

D. Diogo Lopez, rapidamente se apaixonou perdidamente por ela e disse-lhe:

- Senhora, se casares comigo ofereço-te as minhas terras e os meus castelos.

- Guarda as tuas terras, que precisas delas para cavalgar! - respondeu ela.

- Que posso oferecer-te então para que sejas minha?

Ela não disse nenhuma palavra. De repente, estremeceu:

- A única coisa que me interessa não ma podes dar porque foi um legado da tua mãe.

- E se eu te amar mais do que à minha própria mãe?

Esta lhe disse:

- Nesse caso tens de jurar que não tornas a fazer o sinal da cruz que ela te ensinou em pequeno.

Este estranhou o pedido, mas estava tão apaixonado por ela, que exclamou:

- Seja como queres!

Dito isto D. Diogo levou-a para o castelo. Durante longos anos tudo correu bem, embora D. Diogo tenha reparado que a mulher tinha pés de cabra.

Tiveram dois filhos, D. Inigo e D.ª Sol.

Certa noite ao jantar, devido à morte de um dos cães de caça de D. Diogo provocada pela cadela da sua esposa, D. Diogo esqueceu-se do juramento e benzeu-se...

Foi o suficiente, para a sua esposa se desmanchar em urros pavorosos, ficando a sua pele negra. A mulher parecia um animal horrendo, de boca torta e olhos revirados, erguia-se no ar levando debaixo do seu braço a sua filha D.ª Sol.

D. Diogo estava aterrorizado...

- A minha mulher é o diabo! - exclamou.

Dizendo isto, a mulher soltou o último grunhido e desapareceu por uma brecha junto ao teto.

Desde esse dia nunca mais ninguém no castelo, tornou a pôr a vista em cima da mãe, da filha e da cadela. Desapareceram por artes mágicas.

D. Diogo desolado partiu para a guerra.

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Lenda de Portugal

O ladrão de carcaças

Considerado um dos fundadores da ciência da Anatomia humana, o belga André Vesálio (1514-1564) já nasceu próximo a cadáveres. Da casa de seus pais, na entrada da cidade de Bruxelas, enxergava-se o local onde criminosos executados tinham seus corpos pendurados para que as aves de rapina os devorassem até os ossos.

Seu nome original, Andries van Wesel, foi posteriormente latinizado para Andreas Vesalius. Nasceu em Bruxelas, filho de um boticário. Brilhante aluno de Medicina, com apenas 23 anos Vesálio ocupou a cadeira de Cirurgia Anatômica da Universidade de Pádua, na Itália, a melhor escola médica da época.

Seu grande mérito foi revelar o funcionamento do corpo humano a partir da dissecação de cadáveres, registrando em belos desenhos tudo o que descobria. Para tanto, aproveitava todas as oportunidades, legais ou ilegais, a fim de se abastecer de espécimes. "O meu desejo de possuir aqueles ossos era tão grande que, no meio da noite, sozinho e entre todos aqueles cadáveres, não hesitava em tirar o que desejava", chegou a confessar.

Em 1537 é nomeado professor da universidade italiana e dá aulas também em Pisa e Bolonha. Em 1544 torna-se médico particular de Carlos V e, em 1559, de Felipe II, ambos reis da Espanha. Publica em 1538, em Veneza, as Seis Pranchas Anatômicas, nas quais antecipa a moderna nomenclatura de anatomia. Sete Livros sobre a Estrutura do Corpo Humano, sua obra mais significativa e publicada em 1543, descreve os sistemas muscular e ósseo e contesta os ensinamentos dos médicos antigos.

É condenado à morte pela Inquisição em 1561, por haver dissecado um corpo humano. Felipe II consegue comutar a pena para uma peregrinação a Jerusalém. Morre na volta, quando o navio em que viaja naufraga na ilha de Zante, na costa da Grécia.

Fontes: Superinteressante; Algo Sobre.