segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O julgamento do cadáver

Papa Estêvão VII (à esquerda) no Sínodo Cadavérico de Formoso (Jean-Paul Laurens, 1870).


O "Sínodo do Cadáver", também conhecido como Julgamento do Cadáver ou ainda, em latim Synodus Horrenda é o nome pelo qual ficou conhecido o episódio do julgamento póstumo do Papa Formoso que se deu na Basílica de São João de Latrão, Roma, em janeiro de 897. O corpo de Formoso (morto nove meses antes) foi exumado, vestido com insígnias e ornamentos e posto num trono e então, Estevão VI, seu sucessor, pode imputar ao cadáver as acusações, lendo-as diante do inerte corpo. O Sínodo do Cadáver é lembrado como um dos episódios mais bizarros da história do papado medieval.

Esse e outros eventos relacionados ocorreram durante um período de instabilidade política na Itália. Esse período, que durou de meados do século IX até meados do século X, foi marcado por uma rápida sucessão de pontífices. No ano em torno do Sínodo do Cadáver (872-965) houve 24 papas. Freqüentemente, estes breves reinados papais foram o resultado das maquinações políticas de facções locais romanas, sobre as quais poucas fontes sobrevivem.

Formoso foi bispo de Porto em 864 durante o pontificado de Nicolau I. Promoveu missões entre os búlgaros e teve sucesso, tanto que foi solicitado a ser o bispo dos novos convertidos. Não houve permissão de Nicolau I para tanto, já que para ser bispo na Bulgária teria Formoso que deixar sua sé de Porto e o 15°Cânon do Segundo Concílio de Nicéia proíbe um bispo de deixar a sua própria sede para administrar outra.

Em 875, logo após a coroação de Carlos, o Calvo, Formoso fugiu de Roma com medo do então Papa João VIII. Alguns meses depois, em 876, no concílio de Santa Maria Rotunda, João VIII trouxe uma série de acusações contra Formoso, acusou-o de ter influenciado negativamente os búlgaros a ponto destes não mais aceitarem o bispo enviado pela Sé de Roma; que Formoso conspirava para tomar o papado de João VIII e, por fim, que ele havia abandonado sua sede de Porto e conspirava contra Carlos. Formoso foi excomungado. 

Após a morte de João VIII em dezembro de 882, Formoso reassumiu o bispado de Porto onde permaneceu até ser eleito papa em 6 de outubro de 891. No entanto, essas antigas disputas com João VIII formaram o libelo acusatório do Sínodo do Cadáver. De acordo com o historiador do século X Liutprand de Cremona, Estevão VII perguntou ao cadáver por que ele desejou apoderar-se da sede da Igreja Universal (Roma) com tanta ambição após a morte de João VIII (de acordo com o papa João, Formoso tentou apoderar-se do papado quando João ainda vivia). Mais duas acusações foram feitas ainda: de ter cometido perjúrio e de ter exercido o ofício de bispo quando leigo, o que guarda relação com o referido juramento do concílio de Troyes.

Ao que tudo indica o Sínodo do Cadáver teve uma motivação política. Formoso coroou Lamberto de Espoleto co-regente do Sacro Império Romano-Germânico em 892. O pai de Lamberto, Guido III de Espoleto, havia sido coroado por João VIII. Em 893 Formoso, preocupado com as possíveis agressões de Guido III, convidou o carolíngio Arnolfo de Caríntia a invadir a Itália e receber a coroa imperial. A invasão de Arnolfo falhou e Guido III morre logo depois.

Em 895 Formoso convida novamente Arnolfo a invadir Roma e, no ano seguinte, Arnolfo cruza os Alpes e chega a Roma onde é coroado por Formoso como imperador do Sacro Império Romano, com isso o exército franco parte e Formoso e Arnolfo morrem logo depois em 896. Formoso foi sucedido por Bonifácio VI, que morreu semanas depois. Lamberto e sua mãe, a imperatriz Ageltrudes entram em Roma mais ou menos na mesma época em que Estevão VI é coroado papa. E aí tem lugar o Sínodo do Cadáver.

Provavelmente em torno de janeiro de 897, Estevão (VI) VII ordenou que o cadáver do seu antecessor Formoso fosse removido de seu túmulo e levado para a corte papal, para julgamento.

Formoso foi acusado de transmigração em violação do direito canônico, de falso testemunho, e de servir como um bispo, enquanto na verdade, um leigo. Liutprand e outras fontes dizem que Estevão tinha despojado do cadáver de suas vestes papais, cortou seus três dedos da mão direita usados para bênçãos, e declarou todos os seus atos e ordenações inválidas. O corpo foi finalmente sepultado em um cemitério para estrangeiros, apenas para ser desenterrado mais uma vez, ligado a pesos, e lançado no rio Tibre.

O espetáculo macabro fez a opinião pública em Roma voltar-se contra Estevão. Circularam rumores de que o corpo de Formoso tinha começado a fazer milagres em pessoas depois de estas se lavarem nas margens do rio Tibre. A revolta do público levou Estevão a ser deposto e encarcerado. Enquanto estava na prisão, em julho ou agosto de 897, ele foi estrangulado.

Em novembro de 897, o Papa Teodoro II (897) convocou um sínodo que anulou o Sínodo do Cadáver, reabilitou Formoso, e ordenou que seu corpo, que havia sido recuperado do Tibre, fosse enterrado na Basílica de São Pedro em paramentos pontifícios. Em 898, João IX (898-900) também anulou o Sínodo do Cadáver, e convoca dois sínodos (um em Roma e outro em Ravena), que confirmaram as conclusões do Sínodo de Teodoro II, ordenou que a ata do Sínodo do Cadáver fosse destruída, e proibiu qualquer julgamento futuro de uma pessoa morta.


Fonte: Wikipédia.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Necrofilia


A necrofilia é uma atração erótica por cadáveres e essa atividade é diagnosticada como “parafilia não especificada”, embora muitos auto-professos necrófilos rejeitam tal abordagem superficial do que eles sentem e fazem. Segundo o Dr. Jonathan Rosman e Dr. Phillip Resnick, existem três tipos básicos de “verdadeira” necrofilia: necrofilia-homicídio, que é o assassinato para obter um cadáver; necrofilia-comum, que é o uso de corpos já mortos para o prazer sexual; e fantasia-necrófila, prevendo os atos, mas não agindo sobre eles.

Casos de necrofilia remontam aos tempos bíblicos, mas já aparece em uma lenda lá por 37 a.C., quando do reinado de Herodes. Foram os romanos que o colocaram no trono (um "laranja") e, no entanto, ele era estrangeiro; seu pai era edomita e sua mãe, uma princesa árabe. Não possuía títulos, nem direito de assumir o trono judaico. Em conseqüência disso, sua posição era muito instável, e ele vivia aterrorizado por seus rivais. Quando identificava um, tratava de liquidá-lo de imediato, numa paranóia total.

Ele se casou com Mariane, uma princesa hasmoniana, neta do sumo-sacerdote Hircano II. Em um acesso de ciúmes Herodes a matou (além de mandar degolar dois de seus filhos, acusando-os de participarem de uma suposta conspiração), e a lenda diz que continuou a ter relações sexuais com o cadáver da esposa por sete anos.

A História oferece outras lendas sobre essa atividade, incluindo o medo de que os antigos egípcios expressavam de que embalsamadores violassem suas esposas falecidas, e por isso, eles as mantinham em casa até que a decomposição fosse evidente.

Outro famoso caso é o de Sir John Price (circa 1502-1555). Após a morte da sua mulher, ele logo se casou novamente. Sua falecida esposa foi embalsamada e mantida na mesma cama em que ele e sua nova noiva gozavam as núpcias. Depois que sua segunda esposa morreu, ele também a embalsamou e a acrescentou para a sua coleção macabra, dormindo ao lado desses cadáveres. Diz-se que ele continuou com esse comportamento até sua morte.

O popularíssimo escritor francês e libertino, Marquês de Sade, escrevia contos eróticos, misturando sexo, tortura, dor e morte e o assunto necrofilia em seus livros.Não podia faltar, não é?

Os casos mais comuns relatados aconteceram e ainda acontecem com os trabalhadores (com o distúrbio) do setor funerário, como, por exemplo, serventes de hospital, atendentes de necrotérios, auxiliares de funerárias, os clérigos e funcionários de cemitérios.

Já houve casos de homens sendo presos por estuprar mortos. O francês Henri Blot foi preso por estuprar uma série de cadáveres exumados em 1886 . Era coveiro e explicou que não tinha ninguém, nem sequer uma esposa para satisfazê-lo sexualmente, para o que sentiu que não estava prejudicando ninguém quando se divertia com os cadáveres em sua solidão...

Em um artigo, o Dr. Paul J. Rio documenta o caso de um coveiro italiano que começou a se masturbar enquanto trabalhava, sempre que tinha que enterrar uma jovem mulher bonita. Para ajudá-lo a atingir o clímax, ele ia tocar o cadáver. Com o tempo, começou a ter relações sexuais com os mortos, quando ninguém estava por perto. Quando apanhado com a boca na região genital de uma mulher falecida, admitiu ter violado centenas de cadáveres. Dr. Rio o diagnostica (e todos os necrófilos) como um psicopata.

Ele cita outro caso de um trabalhador mortuário que tocava seu pênis contra as coxas de cadáveres, enquanto trabalhava com eles. Logo ele foi fazendo sexo com quatro ou cinco corpos a cada semana. Com uma adolescente, ele chupou o sangue e urina dela, e queria muito mastigar partes de seu corpo. Em vez disso, mordeu as nádegas e, em seguida a sodomizou.

Supostamente (se é possível julgar o tal segredo uma atividade), necrófilos são principalmente do sexo masculino (cerca de 90%), mas uma aprendiz de embalsamador,  afirmou que durante os primeiros quatro meses do seu emprego, teve relações sexuais com um número de cadáveres. Ela admitiu que não poderia alcançar a satisfação com a vida, em parte porque tinha sido molestada uma vez e depois estuprada. Ela poderia se expressar sem medo de cadáveres.

Finalmente, na arte cinematográfica temos a visão antecipada do nosso mestre do terror José Mojica Marins, em "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", de 1968, filme que inclui a necrofilia. O Zé teve que mudar o final para a censura aprovar naquela época. ___________________________________________________________________________ Fontes: Eu Quero o Seu Corpo - Necrofilia; Love After Death - True Tales Of Necrophilia; A Fúria de Herodes - John Stott; Wikipédia; Revista Superinteressante

A boneca de Von Cosel


Em 1931 em Key West, na Flórida, o radiologista Carl Von Cosel, 54 anos, tornou-se obcecado por um dos pacientes com tuberculose no sanatório onde ele trabalhava. Seu nome era Elena Milagros Hoyos, e ela tinha 22 anos, uma mulher bonita. Apaixonado, von Cosel esperava se casar com ela, mas antes que pudesse levar avante esse projeto, a garota enfraqueceu e morreu.

Ele pediu à família para não enterrá-la. Temendo a contaminação de seu corpo com águas subterrâneas, ele construiu um mausoléu para ela no cemitério, conservava-a em formol.

Em segredo, ele sentava-se e tinha “conversas” com o cadáver. Ele até deixou um telefone no mausoléu, para que ele pudesse falar com ela enquanto estivesse fora. Este homem era claramente obcecado. Um dia ele simplesmente decidiu ilegalmente remover o cadáver dela e levá-lo para sua casa.


Para mantê-la em boa forma, trouxe um fornecimento regular de conservantes e perfumes, mas um dia, o cadáver de Elena finalmente começou a se deteriorar. Usando cordas de piano para manter seus ossos juntos, substituindo seus olhos podres por olhos de vidro e cobrindo sua pele decomposta com uma mistura de cera e seda, ele recriou o corpo do cadáver, o transformou em uma espécie de “boneca”.

Boneca macabra de Von Cosel
Como o cabelo do cadáver havia caído, ele o usou para fazer uma peruca para colocar em sua cabeça. Encheu o corpo dela com trapos para mantê-la inteira e vesti-la em um vestido de noiva, ele a manteve ao seu lado na cama. Ele havia inserido um tubo no corpo decrépito para servir como uma vagina, para fazer sexo.

Passaram sete anos e os rumores e a crescente introversão de von Cosel levantaram as suspeitas de seus vizinhos. Nana, a irmã de Elena, odiada por Carl por ser uma “cópia em carrara” da irmã e que sempre foi hostil com ele, se propôs a pesquisar as fofocas dos vizinhos.

Elena em 1926.
Uma certa noite espiou Carl através de sua janela observando o ritual diário de tanatopraxia; assustada saiu correndo para denunciar o falso cunhado para as autoridades.

Foi detido por profanação, mas o prazo prescricional se esgotou no seu crime do roubo de sepulturas, e assim que foi posto em liberdade, Elena foi enterrada em uma área secreta e sem marcação.

Von Cosel se mudou para a Flórida. Mesmo assim ele não conseguia esquecer sua “boneca”. Quando ele finalmente morreu em 1952, ele foi encontrado em uma sala com uma boneca grande em seus braços, que usava máscara de morte de Elena.
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Fontes: O Mistério do Túmulo de Elena; A História Carl Von Cosel e Elena Hoyos.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Simões Lopes Neto

A obra do escritor Simões Lopes Neto retrata as tradições campestres gaúchas. Seu talento maior reside no uso que faz da linguagem popular local, o que faz de sua prosa uma das mais sugestivas da literatura brasileira.

João Simões Lopes Neto nasceu em Pelotas RS, em 9 de março de 1865. Passou a infância no campo e fez os primeiros estudos no Rio de Janeiro RJ, onde mais tarde cursou a faculdade de medicina, que abandonou no terceiro ano. Voltou à cidade natal em 1882 e exerceu profissões diversas, em constante instabilidade financeira.

Em 1895, passou a trabalhar na imprensa local. Escreveu peças de teatro e poemas, mas destacou-se principalmente com Contos gauchescos (1912) e Lendas do sul (1913), coletâneas de histórias regionalistas.

Em 1914, tornou-se diretor do Correio Mercantil, em que publicou as histórias de um caçador mentiroso, reunidas postumamente na coletânea Casos do Romualdo (1952).

Simões Lopes Neto morreu em Pelotas, em 14 de junho de 1916. Após um período de esquecimento, sua obra foi reabilitada graças, sobretudo, aos estudos críticos que lhe dedicaram Lúcia Miguel-Pereira, Augusto Meyer e Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Em 1955, surgiu o volume Terra gaúcha.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Superstições populares


Do latim "superstitione", o Dicionário Aurélio define superstição da seguinte maneira: a) sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, e que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança em coisas ineficazes; crendice; b) crença em presságios tirados de fatos puramente fortuitos; c) apego exagerado ou infundado a qualquer coisa. Veja a seguir algumas das mais conhecidas superstições populares com prováveis explicações para seu surgimento:

Gato preto

Durante a Idade Média, imaginava-se que os gatos eram na verdade bruxas transformadas, ou que eles tinham alguma relação com o diabo. Com isso, muitos felinos foram caçados e mortos. Durante a Inquisição, quando se queimava alguém acusado de bruxaria, era normal também queimar os gatos da pessoa. Por outro lado, existem tradições pagãs onde o gato preto (ou de qualquer cor) é considerado benéfico, trazendo prosperidade e protegendo a casa dos maus espíritos.

Passar sob uma escada

Nada mais antigo e obvio: uma escada colocada em algum lugar supõe que alguém tenha subido nela para fazer alguma coisa. Essa ‘alguma coisa’ pode cair na cabeça de quem passar por baixo. Isso sem mencionar que uma pessoa pode bater na escada sem querer e derrubar quem está no alto.

Coçar a mão

Se for a direita, significa dinheiro. Se for a esquerda, dívidas. Não se sabe ao certo quando surgiu essa superstição, mas, por via de dúvida, quando a mão direita coçar, coloque- a no bolso. Segundo dizem, isso atrairá ainda mais dinheiro.

Espelho quebrado sete anos de azar.

Se hoje o espelho é algo comum, em épocas remotas, era um artigo de luxo ao qual só os nobres tinham acesso. Para evitar o descuido dos criados, criou-se a superstição. E a partir dessa surgiram outras: quem olhar um espelho à luz de velas, poderá ver como irá morrer.

Vassoura

Vassoura atrás da porta faz as visitas indesejáveis irem embora logo (essa é antiga e, segundo consta, funciona mesmo). Outra superstição diz que, se uma mulher passar por cima de uma vassoura caída, ela engravidará logo. Também dizem que varrer os pés de alguém com uma vassoura faz a pessoa ficar solteira. A vassoura sempre foi considerada um elemento mágico por natureza. A wicca e outras religiões de natureza pagã a consideram um símbolo um símbolo e ferramenta de poder, de modo que essa pode ser a origem das superstições.

O número 13

Algumas pessoas o consideram um número de muito azar. Em alguns prédios nos EUA o 13º andar nem mesmo aparece nos números dos elevadores. Outras pessoas vêem o13 como número de sorte em virtude de coincidências felizes. Quem será que tem razão?

Bater na madeira

Além das superstições que dão azar, existem as usadas para atrair a sorte. Na maior parte, podemos traçar a origem dessa crendice nos cultos pagãos da antiga Europa e nos escravos trazidos da África. Com o avanço do cristianismo, as religiões de muitos lugares acabaram sendo absorvidas e seus ensinamentos se transformaram em lendas, que tinham por objetivo atrair sorte para quem as seguisse.

Bater 3 vezes na madeira

Esse costume nasceu da idéia de que demônios e duendes malignos ficavam sobre a mesa escutando a conversa dos humanos e preparando possíveis maldades. Quando alguém falava de algo importante que estava para acontecer, batia na madeira para afastar as criaturas e garantir o sucesso.

Sal

O sal é considerado sagrado para várias religiões, sendo inclusive utilizado como pagamento para os mercenários no antigo Império Romano (de onde surgiu o nome salário). Acredita-se que em sua forma bruta ou não-refinada ele afaste o azar, traga boa sorte a quem o carrega consigo e permite exorcizar os maus espíritos.

Entrar com o pé direito

Esse costume surgiu porque a Igreja Católica acreditava que os canhotos tinham ligação com as forças demoníacas. Assim, o lado direito representaria o certo, o divino. Ao entrar com o pé direito, a pessoa atrairia as forças divinas e a sorte, afastando os espíritos malignos de seu caminho. Os canhotos discordam.

Alho

O alho é visto como uma planta extremamente forte do ponto de vista mágico. É considerado eficaz contra o mau-olhado vampiros e todo tipo de forças malignas. Ter alho em casa afasta as forças negativas e atrai os bons espíritos.

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Fonte: Matéria retirada da revista 'Sexto Sentido' - Ano 2 - nº 13 - Por Alex Alprim. Mythos Editora. (www.mythoseditora.com.br)

Abraxas

Abraxas é um termo místico muito usado entre os gnósticos. Suas origens remontam a Basílio de Alexandria, que o usou no segundo século de nossa era como um título de divindade. Na numeração grega, as sete letras da palavra denotam o número 365, os dias do ano solar, representando um ciclo completo da ação divina. Além disso, supunha-se que 365 era a soma total dos espíritos que emanaram diretamente de Deus. 

Quando gravada em pedras ou gemas preciosas e usada como amuleto, a palavra protege a pessoa contra doenças e ferimentos. Existem muitos tipos desses amuletos: os que têm cabeça de galo, leão, ou de homem; os que consistem em letras hebraicas.

A palavra é encontrada no Evangelho Copta dos Egípcios e nos Papiros Mágicos Gregos. Ela também era gravada em algumas gemas por isso chamadas de Pedras de Abraxas, que eram usadas como amuletos. Abraxas pode também estar relacionada a Abracadabra, embora outras explicações existam.

Há diversas similaridades e diferenças entre estas gravuras em reportes sobre os ensinamentos de Basílio, antigos textos gnósticos, as grandes tradições mágicas greco-romanas e os modernos escritos mágicos e esotéricos. Opiniões não faltam sobre Abraxas, que em séculos recentes foi entendido como um deus egípcio e um demônio. O psicólogo suíço Jung escreveu um breve tratado gnóstico em 1916 chamado os Sete Sermões aos Mortos, que tinha Abraxas como um deus acima do Deus Cristão e o Diabo, que combinaria todos os opostos num único Ser.

No sistema descrito por Ireneu, o "Pai não-nascido" é o progenitor do Nous, e dele Nous Logos, de Logos Phronesis, de Pronesis Sophia e Dynamis. Destes, principados, poderes e anjos, o último dos quais criam o "primeiro céu".

Estes, por sua vez, originam uma segunda série, criando um segundo céu. O processo continua de maneira similar até que 365 céus existam, sendo os anjos deste último (o céu visível) os criadores do nosso mundo. o "governante" [principem, ou ton archonta] dos 365 céus "é Abraxas e, por isso, ele contém em si mesmo 365 números".

Hipólito fala sobre Abraxas na Refutação de todas as heresias, que parece ter seguido a Exegetica de Basilides. Após descrever a manifestação do Evangelho na Ogdóade e na Septóade, ele acrescenta que os Basilidianos têm um longo relato sobre as inúmeras criações e poderes nos diversos 'estágios' do mundo superior (diastemata), no qual relatam sobre os 365 céus e argumentam que "seu grande arconte" é Abrasax, pois seu nome contém o número 365, o número de dias do ano. Ou seja, a soma dos números representados pelas letras gregas em ΑΒΡΑΣΑΞ é 365:

    Α = 1, Β = 2, Ρ = 100, Α = 1, Σ = 200, Α = 1, Ξ = 60

Como um deus

Epifânio de Salamis parece seguir parcialmente Ireneu e parcialmente o "Compêndio de Hipólito", agora perdido. Ele conceitua Abraxas ou Abrasax distintamente como o "poder acima de tudo e o primeiro princípio", "a causa e o primeiro arquétipo" de todas as coisas e menciona que os seguidores de Basilides se referiram ao número 365 como sendo o número de partes no corpo humano além do número de dias no ano.

O autor do apêndice do livro "Prescrição contra heréticos", de Tertuliano, que também devem ter seguido o Compêndio de Hipólito acrescentam algumas particularidades: que 'Abraxas' deu à luz Mente (Nous), o primeiro numa série de poderes enumerados por Ireneu e Epifânio; que o mundo, assim como os 365 céus, foi criado em homenagem a 'Abraxas'; e que Cristo foi enviado não pelo Criador do mundo, mas por 'Abraxas'.

Nada pode ser inferido das vagas alusões de Jerônimo, que afirmava que 'Abraxas' significava "O Deus maior" para Basílio, "Deus Todo-Poderoso" e "O Senhor Criador" (Comentários sobre Amós, cap. III.9, e sobre Naum, I.11, respectivamente). As aparições em Teodoreto ("Haereticarum fabularum compendium", I.4) e Agostinho de Hipona (Haer IV e Praedestinatus I.3) não tem valor como fontes independentes.

Como um Aeon

Mesmo com a disponibilidade de fontes primárias, como as da Biblioteca de Nag Hammadi, a identidade de Abrasax ainda permanece obscura. O Livro Sagrado do Grande Espírito Invisível, por exemplo, se refere a Abrasax como o Aeon vivendo com Sophia e os demais Aeons do Pleroma na luz do luminar Eleleth. Em diversos textos, Eleleth é o último dos luminares (Luzes espirituais) de destaque e é o Aeon Sophia, associado a ele, que encontra a escuridão e acaba envolvida na cadeia de eventos que levam ao reinado do Demiurgo neste mundo e à tentativa de salvação que se segue.

Assim, o papel de Aeon de Eleleth, e também de Abrasax, Sophia e outros, é característico da camada exterior do Pleroma, a que toca a ignorância do mundo da Vontade, e que reage para corrigir o erro da ignorância no mundo das coisas materiais.
As Pedras de Abrasax

Um grande número de pedras gravadas existem, as há muito chamadas de "Pedras de Abrasax". Um exemplo particularmente bom foi encontrado dentre os artefatos do Tesouro de Thetford, do século IV dC, encontrado em Norfolk, UK. Os personagens são mitológicos, majoritariamente grotescos, com várias inscrições, dentre as quais ΑΒΡΑΣΑΞ frequentemente é encontrada, sozinha ou acompanhada de outras palavras.

Algumas vezes, todo o espaço é tomado com a escrição. Em certos textos mágicos obscuros de origem egípcia, ἀβραξάς ou ἀβρασάξ é encontrado associado com outros nomes frequentemente dados à gemas; e é também encontrado no metal grego tesseræ entre outras palavras místicas. O significado destas lendas raramente pode ser compreendido, apesar das gemas serem tidas como amuletos.

Fontes: Dicionário Mágico; Wikipédia.

Abstinência


Ritual mágico que requer cuidadosa preparação. Para convocar o demônio, o mago prepara-se, em primeiro lugar, através da abstinência, ou por outros meios destinados a incrementar seus poderes.

Eliphas Levi recomenda, antes de se proceder a um ritual ou operação mágica, um mínimo de sono e abstinência de sexo, bebidas tóxicas e carne.

Fonte: Dicionário Mágico.

Eliphas Levi

Eliphas Levi, nome de batismo Alphonse Louis Constant, (08 de fevereiro de 1810 - 31 de Maio de 1875) foi um escritor e ocultista francês. O seu pseudônimo "Eliphas Levi," sob o qual ele publicava seus livros, resultou de pretender ter neles um pseudônimo de origem hebraica associando-o mais facilmente a outros cabalistas famosos.

O maior ocultista do século XIX, como muitos o consideram, era filho de um modesto sapateiro. Tinha uma irmã, Paulina-Louise, quatro anos mais velha que este. Desde sua infância demonstrava um grande caráter de seu talento para o desenho, seus pais introduziram-no para o ensinamento religioso.

Depois disso, aos dez anos de idade ingressou na comunidade do presbitério da Igreja de Saint-Louis em Lille, onde aprendeu o catecismo com o seu primeiro mestre, o abade Hubault, que fazia seleções dos garotos mais inteligentes. Eliphas Levi foi encaminhado por Hubault ao seminário de Saint-Nicolas Du Chardonnet, para concluir seus estudos preparatórios. A vida familiar para ele havia acabado neste momento. No seminário, teve a oportunidade de aprofundar-se nos estudos da filologia, e quando completara seus dezoito anos já era apto para ler a Bíblia no seu contexto original.

No ano de 1830, foi transferido para o seminário de Issy para estudar filosofia. Dois anos depois, ingressou em Saint-Sulpice para estudar teologia. Foi nesse tempo que esteve em Issy que escreveu seu primeiro drama bíblico, Nemrod. No seminário de Saint-Sulpice criou seus primeiros poemas religiosos, considerados de demasiada beleza.

Eliphas Levi foi ordenado diácono em 19 de dezembro de 1835. Em maio de 1836, teria sido ordenado sacerdote, se não tivesse confessado ao seu superior o amor por Adelle Allenbach, cuja primeira comunhão com ele havia realizado. Suas convicções receberam um choque tão grande, que Levi sentiu-se jogado fora da carreira eclesiástica.

Por resultado de uma publicação de uns escritos de sua Bíblia da liberdade foi posto preso durante oito meses, incluindo 300 francos de multa, acusado de profanar o santuário da religião, de atentar contras as bases que sustentam a sociedade, de espalhar ódio e a insubordinação.

Depois de tanto constrangimento e de tantos parênteses na sua vida, enquanto esteve preso, teve contato com os estudos de Swedenborg. Segundo Eliphas mesmo afirmava, que, tais escritos não contêm toda a verdade, mas conduzem os neófitos com segurança em uma suposta senda esotérica.

Começo da carreira no ocultismo

Deixando a prisão, realizou pequenos trabalhos, principalmente pinturas de quadros, murais nas igrejas da região e colaborações jornalísticas. Mesmo com esses contratempos da sua vida (que os considerava materiais), não deixou jamais de enriquecer seus conhecimentos e aperfeiçoar sua erudição.

Em Swedenborg, encontrou os grandes magos e alquimistas da Idade Média que o introduziram no esotérico, entre eles foram Guillaume Postel, Raymond Lulle e Henry Corneille Agrippa.

Não obstante, em 1845, aos trinta e cinco anos de idade, escreveu sua primeira obra ocultista de nomeada: “O livro das Lágrimas ou Cristo Consolador”.

Assim como terá desenhado, em 1854, no seu livro “Dogma e Ritual da Alta Magia”, aquela que é a representação mais conhecida de um suposto Baphomet atribuído como ídolo dos cavaleiros Templários.

Obras

Dogma e Ritual da Alta Magia
História da Magia
A Chave dos Grandes Mistérios
A Ciência dos Espíritos
As Origens da Cabala
Os Mistérios da Cabala
Curso de Filosofia Oculta
Fábulas e Símbolos
O Livro dos Sábios
O Grande Arcano
Os paradoxos da Sabedoria Oculta
O livro das Lágrimas ou Cristo Consolador


Fonte: Wikipédia.

Washington Irving

Com uma obra às vezes satírica, às vezes onírica, Washington Irving foi o primeiro escritor americano a ganhar fama internacional. 

Washington Irving nasceu em Nova York, em 3 de abril de 1783. Estudou direito e viajou pela Europa. Iniciou a carreira literária com Salmagundi (1807-1808), coletânea de sátiras sobre a sociedade nova-iorquina, e History of New York from the Beginning of the World to the End of the Dutch Dinasty by Diedrich Knickerbocker (1809; História de Nova York do começo do mundo até o fim da dinastia holandesa por Diedrich Knickerbocker), sátira aos colonos holandeses.

Em 1815 viajou novamente à Europa, onde morou 17 anos, e escreveu o livro que o tornou famoso: The Sketch Book of Geoffrey Crayon  (1819-1820; O livro de esboços de Geoffrey Crayon), fruto de sua amizade com Sir Walter Scott. Alguns contos dessa obra se tornaram populares, entre eles "Rip Van Winkle".

Escreveu A Chronicle of the Conquest of Granada (1829; Crônica da conquista de Granada) e The Alhambra (1832; Contos da Alhambra), inspirados na pitoresca tradição árabe da Andaluzia, que conheceu quando viveu na Espanha como embaixador. Vieram depois Columbus (1828) e The Companions of Columbus (1831; Os companheiros de Colombo).

Depois de 17 anos de ausência, em 1832 voltou aos Estados Unidos, onde foi recebido com entusiasmo. Viajou então pelo país e escreveu A Tour of the Prairies (1835; Um passeio pelas pradarias), Astoria (1836) e The Adventures of Captain Bonneville (1837; As aventuras do capitão Bonneville).

Irving morreu em sua propriedade de Sunnyside, na cidade de Tarrytown, Nova York, em 28 de novembro de 1859.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.