segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Abramelin, o Mago

Abramelin é o nome (ou pseudônimo) de um mago egípcio (ou, apenas, um personagem fictício) que teria ensinado uma poderosa forma de magia cabalística a Abrão, o Judeu no famoso grimório "O Livro da Sagrada Magia de Abramelin, o Mago".

Conhecido através da transcrição, feita pelo inglês Samuel Mathers, de um manuscrito francês escrito provavelmente no século XVIII. Este manuscrito francês, por seu lado, era apresentado como uma tradução de um outro texto, de origem hebraica, descoberto por volta de 145.

A doutrina central do Livro da Sagrada Magia de Abramelin, o Mago (disponível no Brasil em inglês ou em espanhol) é a de que o cosmos é povoado por hostes de anjos e demônios. Os demônios trabalham, em última instância, sob a direção dos anjos. O homem situa-se entre as forças Angélica e demoníaca. E a cada homem é designado um anjo protetor e um demônio tentador. Os grandes iniciados podem controlar os demônios.

O livro descreve um procedimento ritual pelo qual um aspirante espiritual poderia invocar e unir-se com o seu Santo Anjo Guardião, considerado a própria Voz de Deus dentro do indivíduo.

Uma vez obtida a cooperação de seu Santo Anjo Guardião, o aspirante poderia passar a controlar todos os espíritos da natureza e infernais. Por outro lado, caso cometa alguma falha ao executar essa magia, ele poderia tornar-se insano.

Acredita-se tenha sido essa obra a principal responsável pela disseminação do conceito de Anjos da Guarda em nível popular, exercendo tremenda influência no Hermetismo, no Rosacrucianismo e no Neopaganismo.

O Livro de Abramelin é dividido em três livros menores.

O primeiro é a autobiografia de um certo Abraham, o Judeu, que procura a verdadeira e sagrada Sabedoria, e que acumula várias decepções nessa busca. Ele aprende várias formas de magia, mas as acha apáticas, e os seus praticantes menos do que reivindicam ser. Nos últimos momentos antes de abandonar sua busca, Abraham se encontra com um perito egípcio, chamado Abramelin, que concorda em lhe ensinar a Magia Sagrada.

O segundo livro é composto pelas instruções para a Magia Sagrada que Abraham reivindica ter copiado à mão do original de Abramelin. Contem também advertências contra o uso de qualquer outro Grimório, sigilos ou nomes bárbaros de prece, e relaciona uma alternativa maravilhosa para as Horas Mágicas Salomônicas, em detalhes.

O terço final do livro é uma coleção de Talismãs, formados por quadrados-mágicos, aos quais os príncipes e espíritos demoníacos têm que jurar se submeter. Cada talismã pode ser usado para obrigar um espírito a executar uma tarefa, em muito semelhante ao que é receitado nas Clavículas de Salomão.

Um dos talismãs ensinados no livro é este quadrado de letras, que se tornou conhecido pelo nome de "Talismã de Abramelin"

R O L O R
O B U F O
L U A U L
O F U B O
R O L O R

O uso correto desse talismã seria capaz de operar maravilhas como, por exemplo, permitir ao seu usuário voar em forma de Corvo.

O Livro de Abramelin foi estudado por magos modernos, como MacGregor Mathers, Aleister Crowley e Dion Fortune, que são unânimes em sustentar que o "Anjo da Guarda" não deve ser considerado como uma entidade com personalidade própria, mas como a capa mais profunda do subsconsciente, o ego definitivo, o mais autêntico "EU", que, no entanto, participa paradoxalmente da natureza divina.

O Oléo e o Incenso de Abramelin

A receita para o "Oléo de Abramelin" e para o "Incenso de Abramelin" podem ser encontradas em: Êxodo 30:22-25 e Êxodo 30:34-36 respectivamente.

Fontes: Wikipédia; Dicionário Mágico

Abrão, o Judeu

Alquimista, mago e filósofo, nasceu cerca de 1362. Iniciou seus estudos no ocultismo sob a orientação de seu pai, continuando depois com um professor de nome Moisés. A fase seguinte de sua vida consiste em numerosas viagens. Atingiu o Egito onde aprendeu uma grande quantidade de segredos da escola de magia de Abramelin. De posse dessa sabedoria secreta, e de uma quantidade de documentos que lhe foram dados pelo próprio Abramelin, Abrão retornou à Europa, fixando-se em Wursburg (Alemanha) e dedicou-se à alquimia. Ele instruiu seus dois filhos na arte da magia, proporcionou imensos dotes para suas três filhas e produziu impressionantes atos de magia na presença de pessoas famosas e importantes da época, inclusive o imperador Sigismundo da Alemanha e Henrique VI da Inglaterra.

Muitos dos fatos concernentes a Abrão, o Judeu, estão contidos num curioso manuscrito que se encontra guardado na Biblioteca do Arsenal, em Paris. Este manuscrito num estilo que indica que seu autor era um semiliterato do século XVIII, apresenta-se como uma tradução de um original hebraico. Seu título completo é O Livro da Sagrada Magia de Abramelin, Conforme Passado por Abrão, o Judeu, para Seu Filho Lamech. O conteúdo do manuscrito consiste na descrição das viagens de Abrão em busca de sabedoria.

A segunda parte do documento é baseada nos textos que Abrão trouxe do Egito, e trata dos rudimentos da magia: o que é a magia? Quais as coisas que devem ser consideradas antes de se iniciar urna operação de mágica’? Como convocar os espíritos’? A última parte atinge o cerne da matéria, tratando de técnicas de provocar visões, reter espíritos familiares, dominar tempestades, transformar coisas e pessoas em diferentes formas e figuras, voar através dos ares, destruir edifícios, curar doenças, descobrir objetos roubados, e caminhar debaixo d’água. Muitas dessas façanhas são realizadas pelo emprego adequado de quadrados e signos cabalísticos.

O mago Abrão


Abrão, foi ao que tudo indica nativo de Mayence, nascido em cerca de 1360. Seu pai, Simon, também foi adepto das investigações ocultistas e da prática mágica e desde cedo guiou seu filho nos estudos. Numa certa fase da vida, a tutoria do pai dá lugar a outro professor identificado com o nome Moisés. Abrão, no entanto ao crescer, rapidamente supera seu segundo mestre ao ponto de descrevê-lo por fim como "um bom homem, mas inteiramente ignorante do Verdadeiro Mistério e da Verdadeira Magia."

Sem um guia a sua altura, a fase seguinte da sua vida é dedicada a numerosas viagens educacionais ao redor do mundo conhecido. Com seu amigo Samuel, boêmio por natureza, ele visita a Áustria, a Hungria, a Grécia até chegar a Constantinopla (atual Istambul) onde se fixou por aproximadamente dois anos. Após isso Abraham viajou para a Arábia, em sua época talvez o maior centro de aprendizagem mística do mundo onde dedicou mais alguns anos de vivência. Em seguida dirigiu-se para a Palestina e então para o Egito onde aprendeu uma grande quantidade de segredos ocultos.

Foi nas terras do Egito que Abrão conheceu Abramelin, célebre filósofo da região, a esta altura já com idade avançada em uma pequena cidade chamada Arach próxima ao Rio Nilo.  Lá ele vivia em uma casa modesta no topo de um pequeno monte coberto de árvores. Um homem gentil e educado, levando uma vida simples e regrada, apóstolo do Temor a Deus e evitando qualquer acúmulo de riquezas. Ele concordou em ensinar sua sagrada arte a Abraham com a promessa de que ele abandonaria seus falsos dogmas e passaria a viver no caminho e sob a lei de Deus.

Pelo preço de dez florins de ouro, que foram distribuídos aos pobres da cidade, Abramelin confiou a Abrão certos documentos contendo uma grande variedade de operações e segredos acumulados durante sua vida. Este conhecimento parece emergir de um cenário ocultista especificamente, mas não exclusivamente judaico. Um exemplo claro disso são as receitas que ele lega para a confecção do óleo e o incenso, que podem ser encontradas de forma idêntica no Pentateuco. Em Êxodo 30:23-25, temos a receita para o Óleo de Abramelim: "Também toma das principais especiarias, da mais pura mirra quinhentos siclos, de canela aromática a metade, a saber, duzentos e cinqüenta siclos, de cálamo aromático duzentos e cinqüenta siclos, de cássia quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite de oliveiras um him." Pouco adiante em Êxodo 30:34-36, temos a receita para o Incenso de Abramelim: "Toma especiarias aromáticas: estoraque, e ônica, e gálbano, especiarias aromáticas com incenso puro; de cada uma delas tomarás peso igual; e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado com sal, puro e santo e uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do testemunho, na tenda da revelação onde eu virei a ti; coisa santíssima vos será."

Após isso Abrão deixa o Egito e segue para a Europa onde eventualmente fixa morada em Würzburg, na Alemanha, tornando-se profundamente envolvido com o estudo da Alquimia. Nesta época ele se casa com uma mulher, provavelmente sua própria prima, que lhe dá três filhas e dois filhos. O filho mais velho foi chamado Joseph e o mais novo recebeu o nome de Lamech.

Assim como seu pai, e provavelmente o pai de seu pai antes dele, Abrão instruiu seus filhos homens nos assuntos ocultos, enquanto que para suas filhas deixou dotes de 100.000 florins de ouro. Esta considerada soma de riqueza, assim como suas muitas viagens demonstram que Abraham foi um homem de posses, a quem nunca faltou sustento e recursos. Tesouro estes que o próprio mago atribuiu aos seus talentos como mágico.

Ele também se tornou célebre ao final da vida ao produzir impressionantes atos de magia na presença de pessoas famosas e importantes de sua época como o próprio Imperador Sigismund da Alemanha, o bispo de Würzburg, Henrique VI da Inglaterra, o duque da Bavária e o papa João XXII. Aqui a narrativa se encerra e não existem detalhes sobre o final da vida de Abrão, sendo que a data e circunstâncias de sua morte são incertas, embora seja estimada como ocorrida em meados de 1460.

Fontes: Dicionário Mágico; Morte Súbita Inc.

Natal de sangue

Thomas Cavendish

Naquele dia de Natal do ano da graça de 1591 três navios de velas desfraldadas ao sopro regular da brisa marinha entraram no porto de Santos. Os moradores da vila fundada por Braz Cubas enchiam as igrejas, ouvindo as missas e sermões da grande festa cristã.

De repente o estrondo da artilharia os encheu de espanto e os lançou em confusão nas ruas. Ao mesmo tempo as embarcações miúdas daquela frota despejavam na praia bandos de homens armados de mosquetes e piques, que, soltando gritos espantosos, foram matando quem esboçava resistência, invadindo casas, as saqueando, se apoderando, também, da casa da câmara e ocupando as posições convenientes pra dominar a povoação.

Eram, na maioria, ruivos, de olhos azuis, grandalhões e barbudos. E um clamor correu de boca a boca em toda a população espavorida.

— Os piratas ingleses!

Pertenciam os três barcos à esquadra do famoso ladrão-do-mar Thomas Cavendish: O Roebuck de capitão Cocke, o Desire (Desejo) de capitão John Davies e o Black Pinesse de capitão Stafford. Tendo os mandado na frente, Cavendish ficara de atalaia na ilha de São Sebastião com dois navios: O Leicester de capitão Southwell e o Daintie de capitão Barker. Quando entrou no porto, dias depois, as tripulações dos primeiros estavam de posse da vila e nela se haviam convenientemente fortificado.

Nesse bruxulear do século 16 os piratas ingleses não davam descanso às feitorias e estabelecimentos lusos da extensa e parcamente defendida costa brasileira. Eram pequenos e disseminados no vasto litoral os núcleos populacionais. A Bahia tinha 24 mil habitantes, Pernambuco 20 mil e havia umas 13 mil almas espalhadas em Itamaracá, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Vicente e Santos.

Esta última vila repelira, em 1581, o ataque do pirata John Whitall com o Minion. Em 1583 fora saqueada por Edward Fenton, que a esquadra espanhola de dom Diogo Flores Valdez, em caminho a Buenos Aires, derrotou e pôs em fuga. Em 1587 Roberto Witrington, com dois navios seus e um do holandês Duarte Esquert, atacara a Bahia, felizmente sem êxito. Em 1595 James Lancaster, associado a Verner, levaria sete navios contra Recife, sendo expulso no fim dum mês de permanência em terra.

Thomas Cavendish era natural de Trimby, Grã-Bretanha, e recebera patente de corsário da rainha Elizabeth, inimiga figadal do império espanhol, sob cujo domínio se encontravam Portugal e o Brasil, quando atacou Santos. Sua profissão de pirata não empanou seu talento de grande navegador. As observações que fez e anotou, nas longas travessias, sobre as marés, as correntes marinhas e o regime eólico no Atlântico, no Pacífico e no Índico enriqueceram consideravelmente o conhecimento náutico de seu tempo.

Saindo da Inglaterra em 1586, pilhou e devastou as colônias espanholas do grande oceano, subindo até a costa da Califórnia e dali rumando às ilhas de Sonda e o cabo da Boa Esperança. Regressou a seu país, carregado de botim, em 1588. Dois anos mais tarde se fez ao mar com destino à costa do Brasil, à frente da esquadra, com que, de surpresa, se apoderou da vila de Santos.

Permaneceu nela cerca de dois meses, tiranizando a população, roubando o que podia, depredando e queimando os engenhos do arredor. Depois navegou ao sul, levando os porões atestados de riqueza. Mas parece que o fato de haver atacado a indefesa povoação brasileira naquele dia santificado do Natal de 1591 trouxe pra ele e seus principais capitães uma verdadeira maldição.

É verdade que, pra Cavendish, o assalto não fora cometido no Natal, que os ingleses respeitam e celebram tradicionalmente, porque, em 1591, já haviam os portugueses adotado o calendário da chamada reforma gregoriana, enquanto na Inglaterra continuava a prevalecer o velho calendário juliano. Assim, o Natal britânico se festejava no dia 25 de dezembro do antigo sistema cronológico, que correspondia no novo, segundo a correção determinada por papa Gregório, em 15 de dezembro. Aliás os ingleses somente viriam a aceitar essa modificação tardiamente, em 1752.

Em 1592 o pirata se apresentou, novamente, diante de Santos. Esperava que a vila estivesse refeita da rapinagem anterior e vinha sequioso de nova roubalheira. Mas dessa vez lhe saiu o ano bissexto, como diz o povo, ou saiu o tiro pela culatra. A população estava alerta e preparada prà luta. Aqueles sinos que repicaram festivamente no Natal do ano anterior, convocando os moradores às cerimônias litúrgicas nas igrejas, então tocaram a rebate, conclamando todos à resistência diante das velas inglesas desfraldadas sobre o mar.

Os piratas ruivos, barbudos e ferozes desembarcaram. Porém foram recebidos por nutrido fogo de pedreiros e mosquetaria, carregados a arma branca, cercados e chacinados sem piedade. Santos tomava sua desforra do Natal triste e sangrento que tivera. Os capitães Southwell, Barker e Stafford morreram no combate e seus marujos e soldados fugiram a bordo, completamente dizimados. Horas mais tarde as velas dos piratas derrotados se apagaram no horizonte e os sinos badalaram no espaço os festivos repiques do triunfo.

Thomas Cavendish entrou em grande fúria e resolveu se ressarcir daquele revés noutros pontos do litoral brasileiro. Não poderia voltar à pátria desonrado e desmoralizado por aquela terrível repulsa, ele que se considerava invencível, um verdadeiro leão-do-mar. Pôs as proas sobre a ilha de São Sebastião mas ali achou a população armada, que o repeliu, também, com novas perdas. Outras perdas e outro revés o esperavam na ilha Grande.

Desfalcado de seus melhores oficiais e aventureiros, com os barcos precisando de refresco e conserto, velejou ao Espírito Santo e entrou na baía de Vitória, ancorando diante de Vila Velha, ao pé do monte íngreme, onde se eleva o pitoresco convento de Nossa Senhora da Penha.

A população entrouxara roupas e alfaias, tudo o que possuía, e se refugiara no seio dos muros conventuais que, do cume do agreste penedo, dominam toda a costa. Os piratas desembarcaram sem achar resistência, porém se viram diante de casas vazias e não encontraram, no arredor, recurso que pudesse minorar a situação. Diante deles Cavendish resolveu atacar e se apoderar do mosteiro e forçar os habitantes da colônia a fornecer mantimento e a pagar resgate.

Todavia pesava sobre ele a maldição do Natal, que violara com o sangue e a rapinagem na vila de Santos. Ao chegar ao pequeno planalto que, do lado do oceano, antecede ao convento, os moradores, armados e organizados, o receberam com uma trabucada que derrubou muitos homens. Os ingleses, enraivecidos, se lançaram a diante em furente investida a arma branca.

Então, houve o milagre: Um cavaleiro armado desceu do céu, que se abriu, mostrando, em resplandecente clarão, o vulto de nossa senhora da Penha e, ajudando os defensores, lhes guiando a carga, acometeu os piratas, lhes deu de rijo e insuflou a todos que o seguiam uma coragem sem limite. Os britânicos recuaram e fugiram aos pendores do morro abaixo, abandonando os mortos, os feridos e as próprias armas.

Lá embaixo, na praia de Vila Velha, diante da gruta, onde outrora vivera o ermitão frei Pedro Palácios, tomaram os batéis e remaram desatinadamente a seus navios. A frota levantou ferro, largou pano, transpôs a barra e se fez na volta do mar. Enfraquecida por tanto revés, após aquela sacrílega vitória de Santos, não podia mais tentar êxito no Brasil e só lhe restava o recurso de regressar, tristemente, à Grã-Bretanha.

Thomas Cavendish não veria mais sua terra natal. Desorientado, baldo de recurso, minado de desgosto e esfalfado pela derrota, foi deperecendo a cada singradura de seus barcos veleiros na travessia do Atlântico e morreu miseravelmente, sendo seu corpo sepultado no mar.

A maldição daquele natal de sangue o perseguira sem trégua.
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Fonte: "Segredos e revelações da história do Brasil", Gustavo Barroso - Edições O Cruzeiro - 2ª edição - Agosto de 1961.

Dentro de um furacão


A natureza apresenta inumeráveis espetáculos violentos, mas poucos podem se comparar com a destruição e a intensidade do furacão, em que os ventos centrífugos podem chegar a 320 km/h.

A despeito de uma superabundância de fotos, filmes e vídeos a respeito dos furacões, os relatos de testemunhas oculares que observaram o fenômeno de perto são escassos. Contudo, observação extremamente rara do interior de um furacão nos chega de uma tempestade que caiu sobre McKinney, Texas, ao norte de Dallas, no dia 3 de maio de 1943.

- A parte inferior da borda ficara a cerca de 6 metros acima do chão - declarou Roy Hall, cuja casa o tufão acabara de destruir. O interior do funil era oco; a borda em si parecia não ter mais de 3 metros de espessura e, possivelmente devido à luz dentro do funil, parecia ser perfeitamente opaca. Sua parte interna era tão lisa e perfeita que parecia o interior de um tubo vítreo. A borda externa girava diante dos olhos de Hall com incrível rapidez.

- Apoiei-me no meu cotovelo esquerdo, para me proteger melhor, e olhei para cima. É possível que naquele instante meus olhos tenham visto uma coisa que poucos viram antes e sobreviveram para contar. Eu estava olhando para cima, através do interior de um enorme funil de um furacão.

E continuou:

- Fui levado a mais de 300 metros, para cima, e ia sendo arrastado suave e lentamente em direção a sudeste. No fundo, o túnel devia ter cerca de 150 metros de diâmetro. Na parte de cima ele era maior, e parecia ser formado, pelo menos em parte, por uma nuvem brilhante, que emitia uma luz trêmula, como uma lâmpada fluorescente. Essa luz brilhante estava no meio do funil, sem tocar os lados.

Só temos conhecimento de um outro relato sobre o interior de um furacão, e ele nos vem de Wül Keller, fazendeiro de Greensburg, Kansas, que ficou horrorizado quando viu um dos terríveis ciclones aproximando-se de seu abrigo contra tempestades, onde ele se escondera no dia 2 de junho de 1928. O ar circundante, conforme Keller, estava tão imóvel quanto a morte. O interior de seu tufão era iluminado, com relâmpagos que passavam de um lado para outro. A partir da base do funil, furacões menores eram formados e se afastavam, como uma Moby Dick aérea dando à luz uma ninhada de pequenas baleias. No interior havia também uma nuvem solitária como a testemunhada por Hall.

Nenhum dos dois homens tinha coisa alguma a ganhar inventando mentiras. No entanto, suas histórias, caso sejam verdadeiras, deverão resultar em uma revisão do que conhecemos sobre furacões, particularmente porque a teoria científica atual não fala nada sobre uma estrutura interna tão complicada, especialmente com nuvens e relâmpagos.
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Fonte: O Livro Dos Fenômenos Estranhos - Charles Berlitz

A lenda do Pozo de Jacinto


Em Porto Rico, no povoado de Isabela, se conta uma lenda de um homem chamado Jacinto, que vivia na praia de Jobos, dedicando-se a pastorear gado alheio. 

Um dia enquanto levava uma vaca para seu lugar de costume, amarrou-a a sua mão. O animal se assustou de repente com alguma coisa e começou a correr sem controle, arrastando o pobre Jacinto consigo. Tragicamente a vaca se lançou por uma abertura natural formada pelo mar chamada "El Pozo de Jobos", arrastando o camponês e ambos perderam a vida.

No dia seguinte o dono da vaca buscava o infeliz Jacinto naquelas redondezas, gritando:

-¡Jacinto dame la vaca!

E o poço lançava água com fúria produzindo um estrondoso barulho de indignação.

Desse dia em diante, o poço ficou conhecido como "El Pozo de Jacinto". Hoje se diz que para se ter sorte se deve gritar: "¡Jacinto dame la vaca!", bem pertinho, com cautela, da boca do perigoso poço e se verá como o mar se enfurece levantando suas ondas.

Fontes: puertoricogallery.blogspot.com; Zee Puerto Rico.

A lenda de Big Liz

Na manhã de 1864 Big Liz estava preparando o café da manhã de seus senhores quando o capataz da fazenda entrou na cozinha.

“Big Liz, vai ajudar com o carregamento de suprimento das tropas e prepare-se para a viagem, pois você vai com eles para cozinhar e limpar.”

“Sim senhor.” – respondeu.

Sendo escrava ela não tinha escolha, fazia o que os outros mandavam, trabalhava dia e noite servindo seus donos e sobrevivia ao ambiente hostil das senzalas. Mas Big Liz, como era conhecida, sonhava com a liberdade, ela queria ser dona do próprio destino. Seus sonhos se desmanchavam quando lembrava que seus donos lutavam na guerra civil dos Estados Unidos, pois eram contra a abolição da escravidão e faziam parte do exército da Confederação, da parte do sul do país.

Depois de dois dias viajando Liz estava limpando o acampamento e guardando suas coisas para seguir viagem. Afastou-se do grupo para fazer suas necessidades fisiológicas quando sentiu uma mão tampando sua boca e seu corpo sendo arrastado para dentro de um arbusto. Debatendo-se Liz viu dois soldados da União, oponentes de seus senhores. Os soldados da União lutavam a favor da abolição e de manter unidas a parte norte e a parte sul do país sob o mesmo governo.

“Quieta, não faça barulho, nós não vamos te machucar.” – disse um deles enquanto retirava a mão de sua boca. “Onde está indo esse carregamento? Nós temos que interceptá-lo.”

Liz hesitou em responder, estava assustada e com medo que eles a matassem.

“Você vai cooperar certo? Lembre-se que nós estamos lutando por você e seu povo, se a União vence essa guerra você ganhará sua liberdade.” – disse o outro soldado.

Depois disso Big Liz não somente contou onde estava indo o carregamento, mas se tornou uma das principais informantes da União. Ela espionava a conversa de seu dono e capatazes e dava a informação sobre carregamentos para serem interceptados para os soldados da União escondidos dentro dos limites da fazenda.

Passado alguns meses o ambiente da fazenda havia se tornado pesado, a Confederação estava perdendo a guerra e todos sabiam que dentro de poucos meses a União iria declarar a vitória. Big Liz estava contente, pois não somente ganharia sua tão sonhada liberdade, mas também fizera parte da conquista.

“Big Liz, prepare-se para sair comigo.” – Disse o dono da fazenda diretamente a ela.

Big Liz se preocupou, pois seu senhor nunca lhe dava ordens diretamente. Algum tempo depois ela chegou ao lugar de onde partiriam. Uma carroça enorme, cheia de baús acorrentados estava preparada.

“Sobe ai, pegue as rédeas e vamos em direção ao pântano, tenho um serviço especial para você.”

Ela fez como seu senhor mandou. Logo eles entraram no pântano, Big Liz morria de medo do lugar, pois era escuro e silencioso. Mesmo de dia parecia noite por causa da densidade da vegetação e uma névoa baixa deixava o lugar com aspecto tenebroso e até os cavalos receavam andar no lugar, fazendo com que ela tivesse que lutar para fazer eles andarem. Liz queria perguntar por que estavam ali, mas tinha medo de ter sua língua cortada por desrespeitar seu senhor.

Depois de algumas horas andando dentro do pântano avistaram uma pequena clareira e o senhor mandou que ela se dirigisse até lá. Liz deu um grito de pavor quando viu dois esqueletos humanos no chão.

“Não se preocupe, eles morreram há muito tempo.” – disse o velho sorrindo. “Eles fizeram essa clareira algum tempo atrás, pouco antes da guerra começar. Eu queria um lugar secreto para esconder meu tesouro em caso da Confederação perdesse a guerra… e olhe onde estamos. Mas não se preocupe nada vai acontecer com você, aliás, você tem sido tão fiel a mim e a minha família todos esses anos. Agora ande, cave um buraco bem profundo e enfie os baús dentro.”

Big Liz fez como foi mandada, horas depois enquanto amaciava a terra em cima do buraco já tampado foi agarrada pelos cabelos. Ela gritou, mas ninguém a ouviu.

“Agora vamos acertar nossas contas sua escrava de merda. Nós capturamos e torturamos alguns soldadinhos da União em nossa fazenda e eles me contaram tudo. Você arruinou tudo, grande parte de nossas derrotas não aconteceriam se nossos carregamentos não tivessem sido interceptados.”

Com todo seu ódio o velho enfiou uma faca no pescoço de Big Liz e separou a cabeça do corpo deixando Liz para apodrecer em cima do seu tesouro. Alguns dias depois a fazenda foi invadida pela União e o dono do lugar morto durante a batalha. O corpo de Big Liz e o tesouro nunca foram encontrados.

Diz a lenda que Big Liz guarda o tesouro e você pode obter-lo da seguinte forma: Existe uma pequena ponte sobre o rio Transquaking. Vá até lá de madrugada, buzine três vezes e grite “Big Liz”. Espere um pouco e ela irá aparecer na frente do carro carregando sua cabeça em suas mãos. Não se assuste ou tente correr, pois os olhos de Liz são vermelhos e brilhantes. Quando ela virar de costas e começar a andar, saia do carro e siga-a para dentro do pântano e ela te levará até o lugar onde o tesouro está enterrado.

Algumas pessoas que tentaram dizem que não puderam sair do carro pela imagem aterrorizante de Big Liz. Outros que a seguiram, mas não puderam entrar no pântano, pois dizem ser muito sombrio. E há aqueles que se atreveram a seguir Big Liz e nunca mais foram vistos. Vários carros foram encontrados vazios sobre a ponte e sem sinal do que aconteceu com o dono.

Existem rumores que Big Liz está sob o controle de seu senhor como forma de pagamento por sua traição e quando a pessoa chega ao local onde está enterrado o tesouro é assassinado pelo fantasma do velho do mesmo jeito de Liz.

Fontes: noite-obscura.tumblr.com; hauntsandhistory.blogspot.com.