sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Marquês de Sade

Retrato de Sade em 1761
Donatien Alphonse François de Sade, o Marquês de Sade, (Paris, Île-de-France, Reino da França, 02/07/1740 — Saint-Maurice, Île-de-France, Reino da França, 02/12/1814), aristocrata francês e escritor libertino, teve muitas de suas obras escritas enquanto estava na Prisão da Bastilha, encarcerado diversas vezes, inclusive por Napoleão Bonaparte. De seu nome surge o termo médico sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou moral do parceiro ou parceiros. Foi perseguido tanto pela monarquia (Antigo Regime) como pelos revolucionários vitoriosos de 1789 e depois por Napoleão.

Além de escritor e dramaturgo, foi também filósofo de idéias originais, baseadas no materialismo do século das luzes e dos enciclopedistas. Lido enquanto teoria filosófica, "o romance de Sade oferece um sistema de pensamento que desafia a concepção de mundo proposta pelos dois principais campos filosóficos no contexto da França pré-republicana: o religioso e o racionalista".

Sade era adepto do ateísmo e era caracterizado por fazer apologia ao crime (já que enfrentar a religião na época era um crime) e a afrontas à religião dominante, sendo, por isso, um dos principais autores libertinos - na concepção moderna do termo. Em suas obras, Sade, como livre pensador, usava-se do grotesco para tecer suas críticas morais à sociedade urbana.

Evidenciava, ao contrário de várias obras acerca da moralidade - como por exemplo o "Princípios da Moral e Legislação" de Jeremy Bentham- uma moralidade baseada em princípios contrários ao que os "bons costumes" da época aceitavam; moralidade essa que mostrava homens que sentiam prazer na dor dos demais e outras cenas, por vezes bizarras, que não estavam distantes da realidade. Em seu romance "120 Dias de Sodoma", por exemplo, nobres devassos abusam de crianças raptadas encerrados num castelo de luxo, num clima de crescente violência, com coprofagia, mutilações e assassinatos - verdadeiro mergulho nos infernos.

Duas personagens criadas por Sade foram suas idéias fixas durante décadas: Justine (que se materializou em várias versões de romance, ocupando muitos volumes), a ingênua defensora do bem, que sempre acaba sendo envolvida em crimes e depravações, terminando seus dias fulminada por um raio que a rompe da boca ao ânus quando ia à missa, e Juliette, sua irmã, que encarna o triunfo do mal, fazendo uma sucessão de coisas abjetas, como matar uma de suas melhores amigas lançando-a na cratera de um vulcão ou obrigar o próprio papa a fazer um discurso em defesa do crime para poder tê-la em sua cama.

As orgias com o papa Pio VI em plena Igreja de São Pedro, no Vaticano, fazem parte da trama sacrílega e ultrajante do romance Juliette, com a fala do pontífice transformada em agressivo panfleto político: "A Dissertação do Papa sobre o Crime". Sade tinha o costume de inserir panfletos político-filosóficos em suas obras. O panfleto "Franceses, mais um Esforço se Quiserdes Ser Republicanos", que prega a total ruptura com o cristianismo, foi por ele encampado ao romance "A Filosofia na Alcova" (Preceptores Morais), no qual um casal de irmãos e um amigo libertino "educam" a jovem Euginè para uma vida de libertinagem, mostrando-lhe aversão aos dogmas religiosos e costumes da época

Tanto o surrealismo como a psicanálise encamparam a visão da crueldade egoísta que a obra de Sade expõe despudoradamente. Um exemplo de influência do Marquês de Sade na arte do século 20 é o cineasta espanhol Luis Buñuel, que em vários filmes faz referências explícitas a Sade: em "A Idade do Ouro, por exemplo, retrata a saída de Cristo e dos libertinos do castelo das orgias de Os 120 dias de Sodoma". A influência de Sade pode ser notada também em autores como o dramaturgo francês Jean Genet, homossexual, ladrão e presidiário, que retoma muitos dos temas do marquês, também desenvolvidos em ambientes carcerários franceses.

A questão da suposta homossexualidade de Sade ("Terá sido Sade um pederasta?") foi formulada pela escritora francesa Simone de Beauvoir no clássico ensaio 'É preciso Queimar Sade? - Privilégios'. A autora conclui pela heterossexualidade de Sade, que sempre amou mulheres tolerantes a suas aventuras, embora tivesse um comportamento sexual atípico, defendendo o coito anal e chegando a pagar criados para sodomizá-lo publicamente em suas orgias, das quais a primeira mulher, Renné de Sade, teria participado.


Atualmente, estudiosos da cultura e da literatura, como o sociólogo Ottaviano de Fiore, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), compartilham a opinião de Simone de Beauvoir, creditando o comportamento e a imaginação literária do autor de  “120 Dias de Sodoma” a neuroses relacionadas a parafilias, como o gosto pelo lixo e pela sujeira, que na ficção sadeana desembocam na apologia do crime e na erotização da fealdade e das mais atrozes torpezas.

Na velhice, já separado de Renné, sua primeira mulher, mas, como sempre, preso por causa de suas idéias e de seu comportamento libertino, foi amparado pela atriz Marie-Quesnet, que se mudou com ele para o Hospício de Charenton. Nessa época, sob o olhar tolerante de Marie-Quesnet, enamorou-se da filha de uma carcereira que tinha 14 anos quando o conheceu. Todos esses fatos estão rigorosamente documentados por Gilbert Lely, o mais importante biógrafo de Sade, compilador de suas cartas e autor do clássico 'Vida do Marquês de Sade'.

Sade morreu aos 74 anos, amado por duas mulheres, com quem planejava produzir peças teatrais pornográficas quando um dia saísse do hospício.

Algumas obras

Justine
Juliette de Sade
Zoloe e suas Amantes
O Estratagema do Amor
Os Crimes do Amor
A Filosofia na Alcova
Contos Libertinos
Diálogo entre um Padre e um Moribundo
Os 120 Dias de Sodoma
A Crueldade Fraternal
Os Infortúnios da Virtude


Cronologia

1740 - Nasce em Paris em 2 de junho. Vive dos quatro aos dez anos de idade no Comtat-Venaissim.

1750 - Estuda no Collège Louis-le-Grand e também com preceptor particular.

1754 - É admitido na Escola da Cavalaria Ligeira.

1755 - Torna-se subtenente do regimento de infantaria do rei.

1757 - É promovido a oficial. Tem início a Guerra dos Sete Anos.

1759 - Torna-se capitão do regimento de cavalaria de Bourgogne.

1763 - É desmobilizado e casa-se com Reneé-Pélagie de Montreuil. Passa quinze dias na prisão de Vincennes por "extrema libertinagem".

1764 - É recebido pelo parlamento de Bourgogne no cargo de lugar-tenente geral das províncias de Bresse, Bugey, Valromey e Gex.

1765/1766 - Mantém relacionamentos públicos com atrizes e dançarinas.

1767 - Falece o conde de Sade, seu pai, e nasce o seu primeiro filho, Louis Marie de Sade.

1768 - Primeiro grande escândalo: a mendiga Rose Keller processa o Marquês por maus tratos, em Arcueil. Sade é detido em Saumur por quinze dias, e depois em Pierre-Encise, perto de Lyon, por sete meses. Festas e bailes sucedem-se em seu castelo de La Coste, na Provence.

1769 - Nasce seu segundo filho, Donatien Claude Armand de Sade.

1771 - Nasce sua filha, Madeleine Laure de Sade.

1772 - Segundo grande escândalo: em Marselha, quatro prostitutas processam Sade e seu criado Latour por flagelações, sodomia e ingestão forçada de uma grande quantidade de cantárida (pó de asas de besouros africanos, capaz de provocar estado de excitação sexual no homem e na mulher) afrodisíaco. É condenado à morte por sodomia. Foge para a Itália. Na cidade de Aix-en Provence, a 12 de setembro, é executado junto com Latour em efígie (isto é, bonecos simbolizando Sade e seu criado foram publicamente executados, na ausência dos verdadeiros réus). Detido em Chambéry, é encarcerado em Miolans, na Savoie.

1773 - Foge em Miolans. Sua sogra, madame de Montreul, obtém licença do rei para prendê-lo e confiscar seus documentos, mas sem resultado.

1774 - Isola-se em seu castelo em La Coste.

1775 - Organiza diversas orgias em seu castelo. Risco de novo escândalo. Foge novamente para a Itália.

1776 - Volta à França.

1777 - Falece sua mãe, madame de Sade. É capturado em Paris e encarcerado em Vincennes.

1782 - Finaliza o "Dialogue entre un prêtte et un moribond".

1784 - É transferido para a Bastilha.

1785 - Conclui "Les Cent vingt journées de Sodome".

1787 - Redige contos e pequenas histórias.

1788 - Escreve "Eugénie de Franval" e "Justine, Les infortunes de la ventu". Organiza um catálogo de suas obras.

1789 - Provavelmente neste ano, conclui "Aline Et Valcour". É transferido precipitadamente para Charenton, na noite de 3 de julho para 4 de julho. Com a tomada da Bastilha, são pilhados seus documentos e bens pessoais.

1790 - É libertado de Charenton. Inicia sua ligação com Marie-Contance Quesnet, que não mais o abandonará.

1791 - Publica clandestinamente "Justine" ou "Les malheurs de la vertu". Escreve seu primeiro texto político. É também o ano da primeira montagem de "Oxtiern".

1792 - O castelo de La Coste é pilhado. 'Le Suborneur' é levado à cena, sem sucesso.

1793 - Redige novos textos políticos. É mais uma vez acusado e detido.

1794 - Prisioneiro em Carmes, Saint-Lazane, na casa de saúde de Picpus. É condenado à pena de morte e posteriormente liberado.

1795 - Publica clandestinamente "La philosophie dans le boudoir" e, oficialmente, "Aline et Valcour".

1796 - "Oxtiern" é levado novamente à cena, agora em Versalhes, onde seu autor vive de forma muito modesta. A ele cabe o papel de Fabrice.

1800 - Publica oficialmente "Oxtiern" e "Crimes de l'amour", e, clandestinamente, "La nouvelle Justine".

1801 - É detido na editora Massé, que publica suas obras, onde também ocorre a apreensão da edição ilustrada em dez volumes de "La nouvelle Justine" e também de "Juliette". Permanece preso em Saint-Pálagie e depois em Bicêtre.

1803 - A família obtém suas transferência para Charenton, onde ele passa a organizar espetáculos com os "loucos", que se tornam atração para visitas da aristocracia parisiense.

1807 - Escreve "Journées de Florbelle". Os manuscritos desse livro, apreendidos em seu quarto, seriam queimados em praça pública por seu próprio filho, depois de sua morte.

1813 - Publica oficialmente "La Marquise de Gange".

1814 - Morre em 2 de dezembro, em Charenton.

Fonte: Wikipédia.

Chuva de rãs

Chuva de rãs na Hungria, em junho de 2010
Em maio de 1981, residentes da cidade grega de Naphlion acordaram com uma chuva de rãs verdes. Milhares das pequenas criaturas anfíbias, pesando apenas poucos gramas, caíam do céu e estatelavam-se nas ruas. Cientistas do Instituto Meteorológico de Atenas apressaram-se a dar as explicações usuais. 

Descobriu-se que um redemoinho no norte da África sugara as rãs de um pântano e as transportara por uns 960 quilômetros através do Mediterrâneo, despejando-as nas ruas de Naphlion.

Por incrível que possa parecer, poucas das rãs morreram como resultado da violenta viagem. Na verdade, elas se adaptaram muito bem ao novo ambiente. Alguns dos cidadãos locais, no entanto, disseram que não conseguiram dormir à noite, pois ao coaxar os imigrantes anfíbios faziam muito barulho.

 Chuva de rãs surpreende cidade húngara

Uma chuva de rãs pegou de surpresa nesta segunda-feira os moradores da cidade de Rákóczifalva, a 100 km a leste de Budapeste, informou a imprensa local.

"Quando vi que meu guarda-chuva estava cheio de rãs me assustei muito", disse um morador da aldeia, citado pelo site index.hu, enquanto outros relataram que tinham visto "muitíssimos" destes animais.

"Não gosto destas criaturas e corri em busca de proteção em uma estação de ônibus. Nunca vi algo semelhante", assegurou outra testemunha do fenômeno.

Segundo especialistas, quando são formadas nuvens cumulonimbus, que provocam tempestades, e os ares quentes sobem, pequenas plantas ou animais, como rãs, aranhas ou peixes, podem ser levados para as nuvens, que posteriormente são "descarregados" em forma de chuva.
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Fontes: Notícias Terra - 21 de junho de 2010; O Livro Dos Fenômenos Estranhos - Charles Berlitz

Abracadabra

Palavra mágica de origem desconhecida. Segundo a crença, seu poder consiste em afastar malefícios, doenças e a morte.

O cronista latino Wuintus Serenus Sammonicus, que acompanhou o imperador Severo à Bretanha, no ano de 20, menciona essa palavra num poema como uma cura para febres infecciosas.

Eliphas Levi, em seus tratamentos de magia, discute longamente o triângulo mágico formado pelas letras da palavra abracadabra, e a conecta com outros conceitos mágicos inclusive com o simbolismo do tarô. Para melhores resultados, a palavra deve ser escrita na forma de um triângulo e usada ao redor do pescoço.

Alguns estudiosos afirmam que abracadabra é uma corruptela do termo sagrado gnóstico abraxas, uma fórmula mágica significando, entre outras coisas, “proteja-me” ou “não me deixe cair em desgraça”.

Outros insistem que ela deriva do aramaico abhadda kedabrah, "doença, desapareça desse mundo”.

Essa fórmula mágica foi usada intensamente pelos primeiros gnósticos, que procuravam aproteção dos espíritos benevolentes ou combater a aflição.

Fonte: Dicionário Mágico.

Jeannette Abadie


O folclore descreve  Jeannette Abadie como uma feiticeira francesa que viveu no povoado de Sibourne, na Gasconha francesa. Enquanto ela dormia, um demônio a carregou para um sabbath (reunião de feiticeiras), e quando ela se acordou achou-se cercada por numerosa companhia. 

Ela notou que o chefe dos demônios, como o deus romano Janus, possuía duas faces. Jeanette salvou-se da fogueira após confessar tudo que lhe havia acontecido e renunciar a feitiçaria.

Conta a história que a jovem menina foi supostamente atraída para a bruxaria e foi uma das principais testemunhas sobre a suposta práticas dos Sabbath. Essa historia está na narrativa da Pierre de Lancre, um conselheiro real do Bordeaux, que fez um estudo exaustivo sobre bruxaria, depois de sua história, tornou-se nomeado em 1609 para uma comissão para julgar pessoas acusadas de bruxaria.

Jeanette alegou ter sido abordado por uma mulher chamada Gratianne e levada para Sabbath das bruxas, presidida pelo próprio Diabo. Em contrapartida, Gratianne tinha recebido um punhado de ouro. Jeanette disse que o diabo assumiu a forma de um medonho homem de pele negra com seis ou oito chifres na cabeça, uma cauda grande, e duas caras, uma na frente e um atrás, semelhante à representação do deus romano Janus.

 Em seu primeiro sábado, ela era obrigada a renunciar a Deus, a Virgem Maria, seu batismo, a família, o céu, a terra, e todas as coisas mundanas, e também foi obrigada a beijar o diabo nas nádega. A todo o momento que fora atraida para o Sabbath, ela teve que repetir as renúncias, isso muitas vezes.

- "Também tive que beijar as nádegas do Diabo, e freqüentemente também o rosto, o umbigo e o pênis" - disse ela.

Jeanette afirmava que também havia crianças (filhos de bruxas) fazendo parte dessas cerimônias.

Fontes: Dicionário Mágico; Scientia Magus.

Abaris

Abaris foi um feiticeiro cita, alto sacerdote de Apolo. Este o presenteou com um flecha de ouro com a qual Abaris podia viajar pelos ares como pássaro. Por isso, os gregos o chamavam de Aeróbata.

Segundo uma lenda, Pitágoras foi seu aluno e roubou-lhe a seta de ouro.

Abaris era capaz de controlar o tempo, predizendo o futuro, afastar as doenças e viver sem comer nem beber. Ele vendeu para os troianos seu famoso talismã, o paládio (um atributo da deusa Palas Atena), que protegeria a cidade onde ele fosse colocado.

Ocultistas modernos consideram Abaris um dos grandes iniciados da humanidade.

Fonte: Dicionário Mágico.

Abigor

Illustração de Collin de Plancy de Abigor, do Dictionnaire Infernal.

Demônio que comandava sessenta legiões infernais. Aparece como um famoso cavaleiro cavalgando um cavalo alado. Abigor conhece o futuro e todos os segredos da guerra.

Abigor (também Eligos ou Eligor) foi um mítico feiticeiro ou necromante, considerado pelos antigos como gênio infernal, uma espécie de “Demônio da Guerra”, e um comandante dos exércitos de Satanás.

Também é considerado um deus da honra e da glória, diz que na batalha do Juízo Final ele irá derrubar muitos anjos antes de cair diante do arcanjo Miguel.

É tido como detentor do todo o conhecimento da arte da guerra e de todas as guerras do passado, do presente e do futuro.

A história diz que Abigor voltará para a terra na forma de um jovem de beleza encantadora e única, não como ser possuído, mas fazendo parte do corpo e da alma, será temido e odiado, amado e desprezado, terá o dom da escrita e da fala, um corpo e um poder de sedução, seus olhos na lua cheia serão como tochas acesas ao luar, saberá convencer melhor que qualquer um e será conhecido como "Lex", o senhor da justiça.

Fontes: Wikipédia; Dicionário Mágico.

A lenda do Caleuche

Uma das lendas mais conhecidas da mitologia Chilota do sul do Chile descreve o Caleuche, um navio fantasma que aparece todas as noites perto da ilha de Chiloé. Segundo a lenda local, o navio é uma espécie de ser consciente que navega nas águas ao redor da área, levando consigo os espíritos de todas as pessoas que se afogaram no mar. Também é descrito na aparência de um grande veleiro cuja cobertura principal é cheia de luzes brilhantes, e que navega ao som de músicas e orquestras.

Diz a lenda que quando deseja passar despercebido, este navio mal assombrado esconde-se sob as águas ou é cercado por uma neblina sobre natural que faz com que fique invisível aos olhos humanos.

De acordo com diferentes versões que cercam as míticas aparições do estranho veleiro, acredita-se sobre sua tripulação ser constituída pelo sombrio Chiloé Waeloxks e seus fiéis servidores que morreram no mar, pela fantasmagórica tripulação de escravos, por duas bruxas míticas e por todos aqueles que decidirem ir com o navio voluntariamente sendo assim retribuídos pela promessa de riqueza.

Além disso, diz-se que quando se navega pelos mares do arquipélago de Chiloé, pode-se ver o Caleuche e suas almas em festa a vagarem eternamente recolhendo as almas para aumentar sua macabra tripulação.

A lenda do Caleuche, relaciona-se de formas diferentes, com inúmeros aspectos da história e das crenças do arquipélago de Chiloé.

Entre as inúmeras hipóteses propostas, sugere-se que o mito pode ser uma variação lenda do europeu  Holandês Voador, que foi baseada em fatos reais, como por exemplo sobre o desaparecimento do navio holandês "A Calanche", ou que originou-se nos misteriosos desaparecimentos nas expedições espanholas ou na chegada de navios piratas holandeses como o liderado por Baltazar de Cordes, que em 1600 capturou toda a ilha por um período curto.

Alguns também dizem sobre as aparições serem provenientes ao fenômeno da "OSNIS" (objetos não identificados submersíveis).

Fontes: Histórias Assombradas.

A Procissão dos Ossos

Em Portugal, em 1498, determinou o rei dom Manuel que à Irmandade da Misericórdia fosse permitido todos os anos, no dia de Todos os Santos, retirar dos patíbulos os restos ainda pendentes dos justiçados para lhes dar sepultura. 

Foi esta a origem da procissão dos ossos. Investida a Misericórdia do Rio de Janeiro nos privilégios e atribuições da sua congênere de Lisboa, que lhe servira de modelo, assumiu também aqui o mesmo encargo.

À tarde do dia primeiro de novembro começavam a dobrar funebremente os sinos de todas as igrejas, tocando a defuntos. No início da noite, concluídas as vésperas, saíam os irmãos da Misericórdia, em solene cortejo, com os farricocos carregando duas “tumbas” para recolher as ossadas ao pé da forca.

Era o mais funéreo espetáculo que se possa imaginar. Quem quiser conhecer a organização desse préstito encontrará a descrição pormenorizada no velho “compromisso” da Irmandade, no capítulo que diz: “Do modo com que se hão de ir buscar as ossadas dos que padeceram por justiça…”


Cumprida a sua macabra missão, regressava a procissão à igreja da Misericórdia onde eram depositadas as tumbas. Havia então sermão e ofício dos mortos. Revezando-se, os irmãos velavam os restos mortais recolhidos que, na manhã seguinte, eram inumados no cemitério atrás do hospital.

Com o abrandamento dos costumes e o aperfeiçoamento da civilização, deixou de ser proferida a sentença de morte natural para sempre e a procissão dos ossos pouco a pouco foi perdendo a razão de ser, até que se extingüiu.

Fonte: Coaracy, Vivaldo. Memórias da cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1965. Coleção Rio Quatro Séculos, 3

Acônito

O acônito (Aconitum napellus) é uma planta venenosa, pertencente à família Ranunculaceae muito utilizada em fármacos homeopáticos. Possui raízes tuberosas e caule ereto, com flores azuis na forma de um elmo. O fruto é uma vesícula. Os sintomas do envenenamento por sua causa são salivação excessiva, falta de ar, tremores e aceleração dos batimentos cardíacos. Apenas 10 gramas de raíz constituem uma dose letal para o ser humano.

É uma planta vivaz que pode atingir até 1,5 metros de altura, tem folhas verde-escuras, palmeadas e recortadas, flores azuis, raramente brancas, e raiz fusiforme. 

Era muito usada em ungüentos preparados por feiticeiras medievais. Considerada a mais mortal de todas as plantas que são associadas à "bruxaria", também é conhecida como “veneno de lobo”, uma vez que era usada nas flechas para caçar tais animais na região do Egeu e do Mediterrâneo.

Originalmente é do oeste europeu, mas passou a ser cultivado na Grécia antiga e difundido na Itália. Hoje em dia é uma erva que pode ser encontrada até mesmo na Inglaterra e País de Gales. Entre os efeitos do acônito estão profundas alterações nos estados de consciência, o que o leva a ser uma erva bastante utilizada em rituais de deslocamento.

A intoxicação num primeiro momento traz excitação geral, com parestesia nos lábios, língua e garganta por bloqueio do trigênio. Depois alterações gastrointestinais: diarréia, vômitos e sialorréia. Em uma segunda fase se produz hipotermia e paralisia dos músculos respiratórios e bloqueio dos centros nervosos cardiorrespiratórios, que pode conduzir a la morte por asfixia em poucas horas. 

Na medicina, é uma planta bastante utilizada em remédios homeopáticos. Indicações: asma, bronquite, congestão pulmonar, corisa, doença inflamatória, febre com delírios, feridas na pele, gota, gripe, hipertrofia do coração, laringite aguda, nevralgia facial, nevralgia lombociática e do trigênio, palpitação nervosa, pneumonia, reumatismo, tosse espasmódica, úlceras.

O uso interno somente deve ser feito com receita médica, em doses homeopáticas e com preparações farmacêutica com determinação do conteúdo de alcalóides. É muito venenosa, não tocá-la quando efetuar a colheita. Aconselha-se, a utilização dos preparados farmacêuticos. Jamais usar na gravidez, lactação, em crianças, em combinações com álcool, sedantes, anti-histamínicos, hipnóticos, antidepressivos, espasmolíticos, pessoas com constipação, febre alta ou hipertensão. A dose letal é de 1 a 3 mg de aconitina (equivalente a 2 a 4 g de tubérculo fresco).

Desenterra-se os tubérculos com as raízes jovens (verão ao princípio do outono). Depois de muito bem limpos cortá-los no sentido do comprimento secá-los o mais rapidamente possível à sombra à temperatura de 40º C a 50º C.

Outros nomes populares: capacete-de-júpiter, capuz-de-frade, casco-de-júpiter, napelo, ito, anapelo, matalobos, nabillo del diablo, napelo (castellano), aconite, blue rocket, true monkshood, wolfsbane (inglês), bachnag, mithazahar (hindú), ts’ao-wu, wu-t’ou (chinês), aconito (italiano).

Fontes: Dicionário Mágico; Jardim da Magia; Wikipédia.