segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

As Enguias de Atlântida

Ilha de Atlântida, numa gravura de Athanasius Kircher’s Mundus Subterraneus (1664).

A memória instintiva dos animais faz com que eles se reúnam em bandos e atravessem milhares e milhares de quilômetros de terra e mar.  A migração de enguias até determinado ponto no oceano Atlântico é um exemplo interessante e muito curioso desse fenômeno.

Uma vez a cada dois anos as enguias dos lagos e rios da Europa nadam em direção ao oeste para o Atlântico onde, em grandes cardumes, cruzam o oceano rumo ao mar de Sargaços. Nesse local, elas se encontram com a grande massa de enguias do continente americano, que, por sua vez, seguem para o leste até aquele mesmo ponto.

Aristóteles, grande filósofo grego do século 4 a.C., notou a migração das enguias da Europa, porém não sabia nada a respeito da migração no sentido oeste-leste dos animais que vinham do ainda desconhecido continente americano. Acredita-se que a concentração de algas marinhas no mar de Sargaços seja o motivo pelo qual as duas populações de enguias fazem peregrinações até ali, pois a imensa quantidade de algas submersas tenderia a proteger seus ovos.

Depois da desova, as enguias adultas morrem e os filhotes de enguias americanas quando suficientemente desenvolvidos, retornam em direção ao oeste para as Américas, enquanto os filhotes europeus nadam rumo ao leste, para a Europa.  Ambas as espécies são auxiliadas pelas correntes do Atlântico, que fluem no sentido horário.

Por que há tanta alga marinha no mar de Sargaços? Seria possível que em certa época existisse ali um continente no meio do Atlântico?  Como a Atlântida, por exemplo?

Se for verdade que a Atlântida submergiu rapidamente, parte da vegetação que possuía pode ter se adaptado e se transformado em algas marinhas que ainda crescem naquele que agora é um continente submarino, ponto original de desova das enguias, que permanece vivo em sua memória ancestral e instintiva.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

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