domingo, 7 de fevereiro de 2016

Os Principais Locais do Vampirismo


O mais conhecido dos locais da velha religião da noite é, sem qualquer espécie de dúvida, o castelo de Drácula – pelo menos o que dele resta – em Curtea de Arges, nas montanhas da Transilvânia. Mas há também outros sítios onde a lenda se fixou profundamente. O pequeno porto de Cruden Bay, na Escócia, é um desse estranhos sítios. Foi aí, no país de Stevenson, que Bram Stoker então pertencente à sociedade secreta Golden Dawn concebeu a sua obra prima: Drácula.

A descrição feita por F. Riviere quando da viagem de regresso de Cruden Bay, acerca do cenário alucinatório, permitirá a Bram Stoker invocar o «príncipe dos vampiros».

«Eu tinha reservado um quarto na famosa estalagem de Kilmarnock Arms, estalagem essa onde Stoker, depois de uma refeição farta, recebera a visita do anjo do mal naquela cama em que as dores de estômago o tinham obrigado a dar voltas sobre voltas no decorrer de um pesadelo ...

Devo dizer que o edifício ao Sol poente deixaria bem impressionado qualquer apreciador de filmes diabólicos da Hammer! Estava lá tudo: a fachada estilo Tudor, a hera trepadora, o pórtico carregado de ornamentos, os vitrais dissimulando por certo inquiridores olhares, a pesada porta de pregos cravados e um gato preto cuja silhueta sinistra se perfilava sol um céu encarniçado. »

O castelo de Krasznahorka é outro local de terror nas montanhas da Hungria do Norte, onde repousariam os despojos de uma mulher vampiro morta há mais de duzentos anos. Há mais de cinco séculos fora propriedade da antiga família Bebek.

Istvan Bebek, antepassado da família, era um simples pastor na altura das invasões dos tártaros, pelo ano de 1241. Um dia, quando apascentava o seu rebanho na montanha de Som, encontrou certa quantidade de ouro escondido e uma pedra com um aspecto singular. Esteve para deitar tudo fora, mas logo se lembrou de que os filhos gostavam de brincar com coisas brilhantes.

Depois, em casa, apercebeu-se de que a estranha pedra brilhava de noite. Conta-se que tornou a ficar com ela dando em troca, aos filhos, qualquer brinquedo preferido, e que se servia da pedra para iluminar a casa, como se se de uma tocha se tratasse.

Um mercador que por lá passou, vendo a candeia do pastor, ofereceu por ela cem dinares. Bebek não tinha falta de dinheiro, mas, como gostaria de comprar uma vaca que lhe desse bom leite, esteve quase a fechar o negócio. Os filhos tanto se lastimaram e choraram com a ideia de se privarem da pedra mágica que Bebek rejeitou o negócio, dizendo que resolvera não a vender.

A notícia depressa se espalhou. Os proprietários dos arredores não deixavam de massacrá-lo por causa da pedra. Temendo ser morto por causa desse tesouro, resolveu levá-lo ao rei Bela IV e oferecer-lhe. Coincidiu com o momento em que os tártaros se retiravam, deixando atrás de si tudo destruído a ferro e fogo. Para o rei, este presente chegou na hora certa, era o maior diamante que este já vira, pelo que perguntou a Bebek o que queria que ele lhe desse. Prometei-me unicamente sete currais construídos nas minhas terras, Majestade.

O rei acedeu de bom grado. Bebek partiu, e com o ouro que guardara construiu sete castelos. E assim que apareceram os castelos de Torna, Esnek, Solyomk, Pelsóc, Szádvár e Krasznahorka. Os descendentes do pastor foram considerados aristocratas e fizeram de Krasznahorka residência da família... até 1575, quando Péter Andrássy ocupou o lugar de governador do castelo.

Sua mulher, a jovem Zsófia Serédy, era uma apaixonada das práticas negras. A biblioteca do castelo transbordava de obras de ocultismo e nas noites de inverno Krasznahorka recebia artistas e praticantes de magia da Hungria. Os sortilégios romenos reavivavam à luz de tochas, nas salas do andar inferior do castelo.

Zsófia Sérédy morreu de embolia durante o assalto ao castelo, feito pelo seu próprio filho Jancsi, para esmagar, terá ele dito: «esse feudo de magia negra».

Ainda hoje, numa das divisões do castelo de Krasznahorka, se encontra, deitada num caixão de vidro uma bonita senhora! É ela Zsófia Sérédy. Eis como passados duzentos anos ela dorme, sem que em pó se tenha tornado! O cadáver é exibido como fenômeno pois que se mantém como tendo morrido no dia anterior.

De tempos a tempos o vestido fica feito em pó. Voltam a vesti-la com outro fato preto. Ela, porém, continua imperecível.

É também curioso assinalar que o seu antebraço direito, imobilizado ao morrer, mantém-se um pouco elevado e com um dos dedos hirto como fazendo qualquer sinal.

Por que esse sinal? Que quereria ela dizer nos seus últimos momentos de vida? Conta-se por lá toda a espécie de coisas, mas esta é de todas a mais espantosa...

Os praticantes da velha magia turca reconhecem-se através deste sinal, ao qual Von Sebottendorf, grão-mestre da Sociedade Thule e amigo de Bram Stoker, já aludira.

O índex esticado corresponderia a fogo. Von Sebottendorf afirma que «conjugado o A –que faz nascer o elemento líquido – com I que se forma com o indicador estendido, permitirá ao discípulo ultrapassar os limites da morte, em plena consciência. Alcançar, pois, a Imortalidade! »


Fonte: Os Vampiros - Jean-Paul Bourre - Publicações Europa-América (1986)

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