quinta-feira, 31 de março de 2016

A Escritora Fantasma

Pearl Curran começou a canalizar mensagens de Patience Worth em 1913 por meio de um tabuleiro Ouija


Figuras do mundo dos esportes e outras personalidades públicas buscam, com frequência, a assistência de escritores "fantasmas", redatores profissionais contratados para dar forma e estilo a suas autobiografias. Mas redatores fantasmas de verdade também já escreveram do além, conforme nos mostra a carreira da sra. Curran e sua escriba espiritual "Patience Worth".

A sra. Pearl Lenore Curran (15/02/1883 – 04/12/1937), de St. Louis, originariamente não acreditava em médiuns nem em espiritismo, mas, no dia 8 de julho de 1913, participou de uma sessão em que foram usados um copo e as letras do alfabeto. Colocando as mãos sobre o copo, ela soletrou o nome Patience Worth. Patience revelou-se como mulher inglesa do século 17, de Dorset, cujos pais emigraram para Nantucket Island, Massachusetts, onde ela foi morta em um ataque de índios.

Pearl Lenore Curran
Intrigada, a sra. Curran continuou a conversar com Patience. Durante os anos seguintes, e através de incontáveis "encontros", incrível sequência de poemas, histórias e obras em geral foi transmitida por Patience, e a sra. Curran passou tudo para o papel.

A série de romances históricos incluiu "The Sorry Tale", ambientado no século 1, e "Hope True-blood", no século 19. O romance psicografado mais famoso, "Telha", desenrola-se na Inglaterra medieval e o texto foi escrito na linguagem da época, estilo arcaico que a sra. Curran jamais estudou.

Uma longa lista de detetives psíquicos, psicólogos e outros céticos tentaram desmascarar a sra. Curran e provar que Patience era uma fraude. Ninguém conseguiu. Estudiosos que examinaram o trabalho de Patience maravilharam-se com seu profundo conhecimento de plantas, costumes, vestuário e gastronomia de várias épocas históricas, que remontam aos tempos antigos, e em sua habilidade para se expressar sobre este seu vasto conhecimento sem hesitação.

Patience podia "ditar" dois ou mais romances simultaneamente, passando de um para outro por capítulos, sem nunca perder o fio da meada. E a sra. Curran provou ser a colaboradora perfeita, registrando obedientemente as extraordinárias histórias de Patience Worth de épocas perdidas no passado distante.


Fontes: O Livro dos Fenômenos Estranhos - Charles Berlitz; Smithsonian.com; Wikipédia.

Relógio da Morte


Todos nós conhecemos histórias que falam de relógios que param, indicando o exato momento da morte de alguma pessoa. Mas o que pouca gente sabe é que tais histórias são baseadas em fenômenos verdadeiros. Os relógios frequentemente param quando seus donos falecem.

Vários desses casos foram coletados pelo Laboratório de Parapsicologia da Universidade de Duke, onde a dra. Louisa Rhine trabalhou durante muitos anos, classificando relatórios de fenômenos mediúnicos enviados pelo público em geral. Diversos deles referem-se a relógios que pararam misteriosamente.

Por exemplo, um cavalheiro do Canadá testemunhou à dra. Louisa como ajudara a cunhada durante a última crise de seu irmão. Quando o paciente morreu, às 6h24, ele telefonou para a família e para o médico, antes de preparar alguma coisa para que todos pudessem comer. A agência funerária chegaria às 9h30, portanto era preciso ficar de olho no relógio. Quando alguém perguntou as horas durante o café, a depoente consultou um relógio de bolso. Fora presente do irmão e parara no exato momento de sua morte.

- Chamei a atenção daqueles que estavam reunidos ao redor da mesa para o fenômeno - declarou a testemunha -, e, para mostrar que aquele não era um acontecimento comum, pedi a meu outro irmão para dar corda no relógio, a fim de ter certeza de que ele não parará por falta de corda. O relógio ainda tinha três quartos de corda.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

O Código da Bíblia


"Nunca esqueçam, cavalheiros", disse ele para seus estupefatos ouvintes, segurando no alto uma cópia da "versão autorizada" da Bíblia, "nunca esqueçam que isso não é a Bíblia", e então, após uma pequena pausa, continuou: "Isso, cavalheiros, é apenas uma tradução da Bíblia." — Richard Whately, arcebispo de Dublin

Definição: O Código da Bíblia é um complexo código arcano escondido na tradução hebraica original dos cinco primeiros livros do Velho Testamento (a Torá), recentemente decifrados por matemáticos com o auxílio de computadores e que prevê eventos futuros com estranha precisão.

O que os crentes dizem: Deus inseriu predições criptografadas no Velho Testamento hebraico, esperando que os homens desenvolvessem a tecnologia para entendê-las.

O que os céticos dizem: Não existe esse negócio de Velho Testamento hebraico "original" e quaisquer mensagens escondidas em meio às palavras são meras casualidades a que chegamos por meio de análises estatísticas de todas as letras da Bíblia em diferentes configurações.

Qualidade das provas existentes: Muito Boa.

Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Boa.

Existe um código escondido na Bíblia que prevê com sucesso importantes eventos históricos — com detalhes específicos, inclusive nomes, lugares e anos?

Michael Drosnin, autor de dois best-sellers sobre o Código da Bíblia, é ateu. Ele declara claramente nos livros não acreditar em Deus. E, ainda assim, é o repórter investigativo que revelou ao mundo a existência de um código secreto escondido na Torá, e uma de suas previsões mais espantosas diz respeito ao assassinato de Yitzhak Rabin, um ano antes de acontecer. (Drosnin contou a Rabin sobre a predição, mas sua carta foi ignorada.)

Segundo Drosnin, o Código da Bíblia também previu a Queda da Bolsa, a Grande Depressão, a colisão do cometa Shoemaker-Levy com Júpiter em 1994, os assassinatos de John F. e Robert Kennedy, o Holocausto (incluindo os nomes de Eichmann e Hitler, e o do gás letal que eles usaram nos campos de extermínio, Zyklon B), o pouso na Lua, a vitória de Bill Clinton nas eleições presidenciais de 1992 (assim como o caso Monica Lewinsky e o impeachment de Clinton).

O código previu também o escândalo Watergate, as invenções de Edison, o primeiro voo dos irmãos Wright, o trabalho de Newton com relação à gravidade, as peças de William Shakespeare e a data exata — 18 de janeiro de 1991 — do início da Guerra do Golfo.

Logo após os eventos de 11 de setembro de 2001, Drosnin descobriu previsões dos ataques às torres do World Trade Center e ao Pentágono codificadas na Bíblia, com as palavras "torres gêmeas" e "avião" cruzando com "causou a queda, a total destruição". Além disso, o código mencionava o responsável pelos ataques. A mesma seção do Gênesis que continha as palavras "a cidade e a torre", continha "o pecado, o crime de Bin Laden".

Outra previsão do Código da Bíblia diz respeito à Terceira Guerra Mundial, que deveria ser uma guerra nuclear, com início em 2006, em Jerusalém.

Será que alguma dessas coisas é verdade? Se é, então a descrição do Código da Bíblia pelo Baltimore Sun, como "a maior novidade do milênio — talvez de toda a história da humanidade" —, é, no mínimo, pobre.

Não foi Drosnin quem descobriu o código escondido na Bíblia. O matemático israelense Eliyahu Rips, dando prosseguimento ao trabalho iniciado por um rabino tchecoslovaco há mais de 50 anos, foi o primeiro a descobrir o código usando uma fórmula matemática chamada Sequência de Letras Equidistantes, em que todos os espaços e símbolos de pontuação dos primeiros cinco livros da Bíblia são removidos, criando uma linha contínua de letras — 304.805, para ser preciso. Retirado de O código da Bíblia:

O computador faz uma varredura nessa fileira de letras à procura de nomes, palavras e frases escondidas pelo código. Ele começa pela primeira letra da Bíblia e procura por todas as possíveis sequências saltadas — palavras que sobressaem com saltos de uma, duas, três etc., até intervalos de milhares de letras. A máquina então repete a busca começando pela segunda letra, e assim sucessivamente, até chegar à última letra da Bíblia.

Os pesquisadores fazem uma busca por palavras específicas ou nomes, e então, uma vez encontrada a palavra-chave, continuam a procurar por palavras relacionadas naquele mesmo trecho da Bíblia.

Rips publicou um artigo intitulado "Sequência de Letras Equidistantes no Livro do Gênesis", na edição de agosto de 1994 do periódico Statistical Science. O artigo discutia uma experiência na qual Rips e seus colegas procuravam na Torá pelos nomes de 32 rabinos e sábios. Suas vidas estavam distribuídas em um espaço de tempo de cinco mil anos. Todos os 32 nomes foram encontrados codificados na Bíblia, assim como todas as datas de nascimento e morte.

Os editores do Statistical Science submeteram o artigo de Rips a uma revisão paritária sem precedentes — três vezes — e, a cada vez, o resultado se confirmou. As descobertas eram irrefutáveis e o artigo foi publicado.

Rips não apenas descobriu um código verificável escondido na Bíblia; ao que parece, ele conseguiu provar matematicamente a existência de Deus — ou, pelo menos, a existência de uma inteligência superior à do homem. Drosnin ficou fascinado com o trabalho de Rips e, pouco depois de encontrá-lo pessoalmente, desvendou a previsão sobre o assassinato de Rabin com o auxílio de seu próprio computador.

O que os céticos têm a dizer sobre os livros de Drosnin?

De modo irônico, o próprio Rips afastou-se de Drosnin, declarando publicamente que não apoiava seus livros ou conclusões.

Outras pessoas vieram a público com toda espécie de descobertas SLE, no intuito específico de desmascarar e ridicularizar o trabalho de Drosnin. Certo escritor afirma ter encontrado predições acerca da queda do OVNI de Roswell (veja Capítulo 75) no Livro do Gênesis; outro, valendo-se das mesmas fórmulas matemáticas de Drosnin, predições sobre os assassinatos de Indira Gandhi, Martin Luther King e Abraham Lincoln — no livro Guerra e paz, de Tolstoi.

Será que a randomização estatística aplicada a qualquer conjunto maciço de letras produz palavras que podem ser interpretadas como detentoras de significados — após a ocorrência do fato?

Talvez, mas uma leitura cuidadosa de O código da Bíblia, e de sua sequência, O código da Bíblia II: contagem regressiva, parece sugerir que há muito mais em jogo do que uma simples obra do acaso.

Será uma coincidência as palavras "Bin Laden", "torres" e "avião" aparecerem na mesma seção da Bíblia, todas codificadas com o mesmo padrão SLE?

Quais são as chances? Quaisquer que sejam, eu certamente não gostaria de apostar contra elas.


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004.

Triângulo das Bermudas - Análise


A guarda costeira não se impressiona com explicações sobrenaturais para desastres no mar. Segundo sua experiência, todos os anos as forças da natureza aliadas à imprevisibilidade humana excedem em muito os mais absurdos relatos de ficção científica.

Definição: O "Triângulo das Bermudas" (ou "Triângulo do Diabo") é uma área imaginária localizada ao sudeste da costa atlântica dos Estados Unidos. A área triangular é conhecida por uma alta incidência de desaparecimentos inexplicáveis de navios, barcos e aeronaves. Em geral, dizem que as pontas do triângulo são: as Bermudas, Miami e San Juan.

O que os crentes dizem: O Triângulo das Bermudas é uma área do oceano Atlântico com uma carga de energia sobrenatural, na qual um número extraordinário de navios e aviões tem desaparecido nas últimas décadas. Não sabemos se a sorte terrível desses aviões, navios e seus tripulantes é resultado de forças naturais inexplicáveis ou de poderes e representantes sobrenaturais ou extraterrestres, mas com certeza algo acontece no Triângulo, pois apenas aqueles que têm sorte conseguem sair de lá em segurança.

O que os céticos dizem: As histórias sobre o Triângulo das Bermudas são mitos exagerados contados em vários livros e artigos como se fossem verdade, aliados a fatos obviamente fabricados que dizem ter ocorrido lá. Não existe prova concreta de que alguma anomalia ocorra nessa área do Atlântico, e o único motivo para isso ainda ser um tópico de discussões é a venda de livros e o índice de audiência na TV As razões para os desaparecimentos na área são: interferências ambientais, defeitos nos equipamentos e erros humanos.

Qualidade das provas existentes: Moderada a Boa.

Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Fraca a Moderada.

O termo "Triângulo das Bermudas" apareceu pela primeira vez na edição de fevereiro de 1964 da revista Argosy, em um artigo intitulado "O Letal Triângulo das Bermudas", de Vincent Gaddis. Dez anos depois, Charles Berlitz escreveu um livro sobre o Triângulo que se tornou um best-seller internacional.

A lenda parece ter começado com o desaparecimento, durante uma terrível tempestade, de cinco aviões da Marinha nessa área do Atlântico. Naquela época, os equipamentos de navegação aérea eram bastante primitivos (comparados aos de hoje) e era muito fácil para um piloto "se perder", especialmente durante uma tempestade. Acredita-se hoje que a bússola do tenente Charles Taylor estivesse quebrada ou funcionando mal; os aviões saíram do curso, ficaram sem combustível e caíram no Atlântico.

A Marinha publicou um relatório de 400 páginas explicando o desastre, mas isso não foi suficiente para convencer os entusiastas do Triângulo de que nada estava acontecendo no Atlântico. Na verdade, os defensores da conspiração do Triângulo previram o tipo de resposta que viria logo depois de o governo dos EUA publicar, em 1994, sua declaração final a respeito do incidente de Roswell, a qual, de modo similar, afirmava não ter acontecido nada extraordinário ou de origem extraterrestre no deserto do Novo México em 1945.

Será verdade que o Triângulo das Bermudas é um redemoinho de acontecimentos bizarros?

Ninguém menos que Cristóvão Colombo relatou ter visto uma bola de fogo no mar, na área do Triângulo das Bermudas, no momento exato em que sua bússola parou de funcionar.

Navios desaparecem no Triângulo das Bermudas. Assim como aviões.

Mas navios e aviões desaparecem nas águas do mundo inteiro, muitas vezes sem deixar vestígios, nem sequer uma chamada de rádio implorando ajuda.

A lógica exige que procuremos as explicações mais simples. A área é enorme. Fortemente trafegada. Com grandes variações climáticas. Falhas e mau funcionamento dos equipamentos acontecem.

Todos esses são motivos lógicos para o problema no Triângulo.

Mas será que existem relatos válidos e precisos de acontecimentos que não podem ser explicados por variações climáticas e falhas no equipamento?

Há um histórico de episódios de "tempo perdido" no Triângulo das Bermudas.

Uma das histórias conta que um avião de passageiros da National Airlines desapareceu do radar do controle de tráfego aéreo de Miami por dez minutos. O avião reapareceu em seguida, pousou em segurança e todos dentro pareciam bem — exceto pelo fato de todos os relógios estarem dez minutos atrasados. Ao perguntarem ao piloto sobre os dez minutos perdidos, ele disse que nada de extraordinário havia acontecido durante o período, exceto o fato de terem voado por uma suave névoa. Será que o avião atravessou um portal de tempo e "perdeu" esses dez minutos?

E quanto aos extraterrestres? Será que os alienígenas costumam abduzir aviões e navios no Triângulo das Bermudas? Se isso for verdade, é de imaginar por que eles simplesmente não escolhem e pegam suas vítimas nos portos ou aeroportos.

A Marinha dos Estados Unidos prestou uma contundente declaração sobre a região. Em primeiro lugar, afirma não reconhecer o termo "Triângulo das Bermudas" como um nome geográfico. Segundo eles, as seguintes afirmações são as explicações mais plausíveis para os desaparecimentos de navios e aviões no Triângulo:

O "Triângulo do Diabo" é um dos dois lugares na Terra onde uma bússola magnética não aponta para o norte real. Normalmente ela aponta para o norte magnético. A diferença entre os dois é conhecida como declinação magnética. As variações podem chegar a 20 graus ao circunavegarmos a Terra. Se essa declinação magnética não for compensada, o navegador pode vir a se desviar demais do curso e acabar em sérios perigos.

Outro fator ambiental é a natureza da corrente do golfo. Ela é bastante veloz e turbulenta, e pode rapidamente apagar qualquer vestígio de desastre. As imprevisíveis variações climáticas na região caribenha do Atlântico também têm seu papel. Repentinas tempestades com trovoadas e chuva forte em geral terminam em desastre para pilotos e marinheiros.

A topografia do solo oceânico varia desde extensos bancos de areia que circundam as ilhas até algumas das fossas marítimas mais profundas do mundo. Com a influência de fortes correntes sobre os recifes, a topografia encontra-se em constante movimento e rapidamente surgem novos perigos à navegação.

Não se deve subestimar o fator de erro humano. Um grande número de barcos de passeio navega pelas águas entre a Costa Dourada da Flórida e as Bahamas. Com bastante frequência, são feitas tentativas de travessia com barcos pequenos demais, conhecimento insuficiente dos riscos da área e falta de habilidade naval.

Falta de informação? Conspiração? Uma tentativa de esconder os sombrios segredos a respeito do Triângulo compartilhados pelas pessoas das camadas mais altas do governo?

Talvez, mas, para mim, as explicações oficiais fazem muito sentido. E o número de desaparecimentos não parece tão desproporcional para uma área tão gigantesca.


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004.

Mensagens de Trás Para a Frente e Discurso Reverso



Number nine, number nine, number nine …
— Revolution 9, White Álbum

Definição: Há dois elementos no discurso de trás para a frente: o backmasking e o discurso reverso. Discurso reverso é uma forma genuína de comunicação recentemente descoberta e que, quando totalmente compreendida, será uma valiosa ferramenta em todos os esforços humanos. Backmasking é a inserção deliberada de mensagens em gravações que só podem ser escutadas se tocadas de trás para a frente.

Discurso reverso consiste em palavras ouvidas quando uma conversa humana normal é invertida; a teoria do discurso reverso diz que o discurso humano tem dois níveis e que nosso subconsciente insere mensagens no discurso que só podem ser escutadas de trás para a frente.

O que os crentes dizem: Durante anos, mensagens de trás para a frente foram plantadas em gravações numa tentativa de controlar a mente dos jovens.

O que os céticos dizem: Com raras exceções, quase todas as supostas mensagens de trás para a frente nas gravações simplesmente não estão lá. É normal que se reconheça palavras quando frases são ditas ao contrário. Todas as interpretações dessas mensagens de trás para a frente estão no olho (desculpe, no ouvido) do observador / ouvinte. O discurso reverso não tem base científica, tampouco há qualquer evidência neurológica de que o cérebro humano insira mensagens de trás para a frente num discurso normal.

Qualidade das provas existentes: Backmasking: Fraca; Discurso reverso: Moderada.

Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Backmasking: Nenhuma; Discurso reverso: Moderada.

Backmasking

Backmasking é a inserção deliberada de palavras e frases em gravações de áudio que só podem ser escutadas se reproduzidas de trás para a frente.

Os fundamentalistas que criticam com frequência o "maligno rock-and-roll" falam de músicas de rock com mensagens satânicas de trás para a frente como prova de que ela é oriunda do demo em pessoa. Enquanto há indícios de que alguns cantores de rock inserem de verdade mensagens desse tipo em seus álbuns, as alegações de que essa prática é constante são exageradas e, na maioria das vezes, infundadas.

Ao final de Goodbye Blue Sky, do álbum The Wall, de Pink Floyd, por exemplo, podemos escutar Roger Waters dizendo ao contrário: "You have just discovered the secret message". " Esse é um dos raros casos em que artistas perdem tempo (e dinheiro) para inserir uma mensagem de trás para a frente, e eles obviamente fazem isso por diversão. A maioria dos boatos sobre mensagens reversas em gravações de rock, porém, é simplesmente isso: boatos.

Mas e quanto a escutarmos "Turn me on, dead man" quando o verso "Number nine", da música Revolution 9, do White Álbum dos Beatles é tocado ao contrário? Isso só pode ter sido deliberado, certo?

Não. Ao que parece, é apenas uma coincidência fonética e não foi inserido propositalmente por John Lennon e Yoko Ono.

Não escutamos "It's fun to smoke marijuana" quando invertemos "Another One Bites the Dust", do Queen?

Segundo William Poundstone, em seu livro Big Secrets, o que realmente escutamos é "sfun to scout mare wanna".

Então, é divertido "procurar" maconha?

O exemplo do Queen, assim como o do "Number nine", é uma inversão fonética; palavras que reconhecemos por coincidência quando palavras comuns são reproduzidas de trás para a frente.

O discurso reverso, no entanto, é um caso totalmente diferente.

Discurso reverso

O que você acha disso?

Se você tocar "That's one small step for [a] man, one giant leap for mankind", "Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade", de Neil Armstrong, ao contrário, escutará: "Man will space walk", "O homem irá caminhar no espaço".

Se reproduzir de trás para a frente o comentário ao vivo feito por um repórter durante a cobertura do assassinato de John F. Kennedy, irá escutar: "He's shot bad! Hold it! Try and look up!". "Ele foi baleado! Esperem! Olhem para cima!"

Durante uma entrevista, Patsy Ramsey fala de como existem apenas duas pessoas no mundo que sabem quem matou sua filha: o assassino e a pessoa a quem ele confiou o segredo. Tocada de trás para a frente, escutamos Patsy dizer: "Eu sou esta pessoa."

Tocado ao contrário, um trecho do sermão de um evangelizador que prega na televisão (o qual deve permanecer incógnito) diz: "Meu conselho não vale nada." Será que isso tudo pode ser verdade?

Segundo David Oates, o responsável pela descoberta do fenômeno conhecido como "discurso reverso", pode.

Discurso reverso é aquilo que escutamos quando a fala normal de alguém é reproduzida ao contrário. Para Oates, o subconsciente "fala" de modo consistente através de palavras inseridas de trás para a frente em nosso discurso normal. Ao que parece, isso foge a um controle consciente e a pessoa sequer tem ciência do processo.

Aparentemente, é por isso que O. J. não sabia que, durante uma entrevista na televisão, algo que ele disse reproduzido ao contrário falava: "Eu os matei."

O discurso reverso é real? Ou se resume apenas a um poder de sugestão?

Toquei o clip de Neil Armstrong várias vezes e não escutei nada reconhecível. Após visitar o site de Oates e ler que eu devia ter escutado "Man will space walk", macacos me mordam se não foi exatamente isso o que escutei na vez seguinte em que toquei o clip! (Embora, para ser honesto, o que realmente ouvi foi "Man were spacwaw…".)

Oates afirma que o discurso reverso se processa no hemisfério direito do cérebro, enquanto a fala, no esquerdo, e que sem dúvida existe uma espécie de lógica yin/yang nessa teoria. Mas a ciência não dá respaldo às conclusões dele e não há prova empírica alguma que confirme um processamento inconsciente de informação, relevante ao que quer que a pessoa esteja dizendo, ocorrendo no lado direito do cérebro no momento exato em que o lado esquerdo está trabalhando para processar a fala.

Oates também nos diz que as crianças aprendem primeiro o discurso reverso, e só depois seu cérebro desenvolve a fala direta. Isso também vai de encontro a tudo o que sabemos sobre a forma de as crianças aprenderem a falar.

Segundo Robert Carroll, em seu Dicionário do cético, as teorias de Oates "escondem uma profunda ignorância dos conceitos fundamentais de neurociência e fisiologia. Além do mais, boa parte de sua teoria baseia-se em conceitos metafísicos que não podem ser testados, baboseiras psíquicas e jargões ininteligíveis".

Conclusão? Alguns roqueiros inserem mensagens de trás para a frente em suas gravações. Fazem isso por diversão, e não por serem servos de Satanás.

O discurso reverso é uma ideia fascinante, e algumas das coisas que escutamos quando certos depoimentos são reproduzidos ao contrário são surpreendentes, embora existam poucas — se é que há alguma — provas científicas que sustentem essas alegações. 


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004.

Auras e Auréolas

Na "Ultima Ceia" (1685) de Simon Ushakov, todos os apóstolos tem auréolas, com exceção de Judas Iscariotes.


A aura mostra tudo. E quando alguém se torna um iluminado, o mestre descobre de imediato, porque a aura mostra tudo.
— Osho Rajneesh

Uau, sua aura é fantástica! É de um roxo lindo! Sua aura é roxa!
— Beth, de Denver

Definição: A aura é uma emanação invisível que cerca todos os seres vivos e muda de cor com base na saúde da pessoa, do animal ou da planta; a auréola é um aro luminoso que paira acima da cabeça de pessoas santas.

O que os crentes dizem: A aura é um campo energético que manifesta visualmente o estado das energias e a saúde de uma pessoa; embora apenas os médiuns ou os altamente intuitivos consigam vê-la, as auras são reais e são excelentes indicadores das condições do indivíduo. A auréola é uma aura que paira em volta da cabeça de uma pessoa altamente espiritualizada. O fato de muitas pinturas retratarem os santos dessa forma prova sua existência. Não podemos ver a fragrância das flores, embora reconheçamos que ela existe através de outros sentidos. Ser capaz de ver auras é simplesmente uma questão de desenvolver habilidades sensoriais inatas que a maioria de nós nunca usa.

O que os céticos dizem: Se a aura de uma pessoa é invisível, como pode ser vista? E se não pode, então como podemos acreditar em alguém que afirma ser capaz de "percebê-la"? Qualquer um que diga ser capaz de ver auréolas ou auras está alucinando, projetando uma fantasia ou simplesmente inventando. Aqueles que veem de verdade aros coloridos em volta de pessoas e objetos provavelmente têm algum problema de vista.

Qualidade das provas existentes: Moderada a Boa.

Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Fraca a Moderada.

Certa vez, um amigo meu foi a um terapeuta que utilizava modos alternativos de avaliação e tratamento, os quais incluíam a leitura da aura do paciente. O tal praticante examinou meu amigo e lhe disse que sua aura estava terrivelmente danificada, e sua saúde como um todo, ruim.

A reação de meu amigo foi clara: se aquilo era um palpite, era muito bom. Jeremy (esse não é seu verdadeiro nome) havia nascido com um defeito congênito em seus sistemas urológico e gastrintestinal. Desde criança, já passara por mais de 30 cirurgias, sentia dores constantes, não podia comer normalmente e vivia tendo quedas nos níveis de energia. Devido a uma combinação de vários fatores, Jeremy jamais se sentira bem, e aquele terapeuta fora capaz de identificar tudo isso estudando sua aura invisível. O terapeuta não conseguiu especificar quais sistemas orgânicos eram responsáveis pelos problemas de Jeremy, mas alegou ser capaz de "ver" o resultado deles.

Será que o terapeuta realmente viu algo em volta do meu amigo? Ou será que usou seus poderes de observação e sua apurada sensibilidade para simplesmente dar um bom palpite? Quantas vezes você mesmo não "sentiu" que havia algo de errado com a pessoa amada ou um amigo? Quantas vezes já pressentiu que alguém não estava se sentindo bem? Talvez o terapeuta fosse capaz de fazer uma rápida avaliação de Jeremy com base em sutis indícios físicos?

Em tese, qualquer um pode aprender a ver auras. O processo em geral envolve a pessoa sentar-se em frente a uma parede branca enquanto o "observador" fita seu terceiro olho. Você não sabia que tinha três olhos? Aparentemente, existe um terceiro olho invisível na fronte de todo mundo, entre as sobrancelhas. Paranormais experientes conseguem vê-lo imediatamente; outros precisam se esforçar um pouco mais. Após algum tempo fitando o terceiro olho, uma aura branca irá surgir em volta do corpo da pessoa e, em seguida, começará a mudar de cor.

Cada cor possui um significado e, segundo as "autoridades em auras", elas se apresentam em sete camadas, cada uma representando um campo energético particular do corpo humano. As sete camadas da aura emanam dos chacras da pessoa, os quais, segundo a filosofia iogue, são os sete pontos de energia espiritual do corpo humano.

Existe alguma legitimidade na crença de que o corpo humano emana um campo visível de energia? Os antigos acreditavam em auras, e textos sobreviventes de épocas remotas do Egito, Grécia, Roma e Índia falam de emanações do corpo que podiam ser vistas por sacerdotes e paranormais.

No século XVI, Paracelso falou de uma "esfera brilhante" envolvendo certas pessoas.

Se as auras não existem, o que essas pessoas viram?

A existência ou não de auras é mais um dos desconcertantes mistérios do mundo transcendental e paranormal. Será possível que todos aqueles que dizem já tê-las visto estejam enganados? A ciência nos diz que não há nada no corpo humano que possa criar um campo colorido à nossa volta visível ao olho. Ainda assim, por mais de mil anos, pessoas relatam a visão do que a ciência nos diz ser impossível.

Tal qual os OVNIs, os depoimentos em prol da existência de auras são tantos que seria leviandade não levar em conta a possibilidade de que talvez exista, na verdade, algo acontecendo.


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004.

O Mito Atlântida


Way down… below the ocean… where I wanna be… she may be.
— Donovan

Definição: Atlântida foi uma ilha lendária no oceano Atlântico, a oeste de Gibraltar, a qual, segundo Platão, existiu em cerca de 9000 a.C. e sucumbiu ao fundo do oceano durante um terremoto.

O que os crentes dizem: Atlântida foi real e seus habitantes eram seres superiores, dos quais a humanidade herdou todo o seu conhecimento técnico avançado, assim como suas línguas e religiões.

O que os céticos dizem: Atlântida é um mito criado por Platão como parte de um diálogo de Sócrates para ilustrar o que acontecia quando uma sociedade entrava em decadência (Atlântida), em comparação com uma sociedade que exercitava a justiça, o respeito e a dignidade (Atenas).

Qualidade das provas existentes: Fraca.

Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Nenhuma.

O quão popular é a lenda de Atlântida? Uma pesquisa recente no banco de dados cinematográfico da internet (www.imdb.com) levantou 40 filmes, quatro seriados televisivos e seis jogos com o tema "Atlântida". Uma pesquisa nos livros mostrará centenas de títulos; milhares, se contarmos com títulos que já não são mais editados.

O que há de tão interessante na história dessa antiga cidade para atrair o homem moderno?

Precisamos agradecer ao filósofo grego Platão pela lenda de Atlântida. Em seus diálogos socráticos do século IV a.C., Timeu e Crítias, Platão cria um cenário no qual uma sociedade perfeita é subitamente exposta a grandes dificuldades, inclusive um ataque por um inimigo bárbaro, acompanhado de todo conflito e confusão associados a tal agressão. Em seus diálogos, Atenas era uma sociedade idealizada; Atlântida, seu hostil agressor. Antes dos escritos de Platão, não existe menção em lugar algum na literatura a respeito de tal ilha e civilização antiga.

Além de ser um dos grandes pensadores de todos os tempos, Platão era também um excelente contador de histórias: Agora, nesta ilha de Atlântida havia um grande e maravilhoso império que governou toda a ilha e várias outras, e partes do continente, e depois os homens de Atlântida dominaram as partes da Líbia, das Colunas de Hércules até o Egito e da Europa até a Tyrrhenia. Este vasto poder, reunido num só, empenhou-se em subjugar de um só golpe nosso país e os seus, e toda a terra nos limites do estreito; e então, Sólon, seu país brilhou à frente de todos, na excelência de sua virtude e força, entre toda a humanidade.

Mas a história contada por Platão não se baseava na realidade. Era uma alegoria.

Platão estava tentando transmitir uma lição moral a seus discípulos ao contar a história de Atenas e Atlântida.

Ele a inventou — provavelmente utilizando um antigo mito egípcio como fonte.

Ninguém menos que Aristóteles, discípulo de Platão, confirmou que a história era uma fábula escrita para ressaltar um ponto de vista.

Ainda assim, a lenda de Atlântida sobrevive até hoje.

Mitologias bem desenvolvidas e inacreditavelmente detalhadas foram criadas para incluir o mito da Atlântida na trama histórica da humanidade. Revisar as muitas interpretações sobre a lenda literalmente reescreverá a história que conhecemos.

Atlântida está supostamente ligada a, ou é a origem de: as pirâmides do Egito, o dilúvio de Noé, a invenção do papel, todas as leis humanas, as artes e religiões, as ciências da matemática, astronomia, agricultura, metalurgia, balística, arquitetura e engenharia, e também as artes ocultistas, tais como adivinhação e magia.

Segundo aqueles que acreditam que Atlântida realmente existiu como uma ilha de verdade destruída por terremotos cataclísmicos, toda a nossa civilização deve seus… bem, deve tudo aos antigos atlantianos. O fato de a cronologia do desenvolvimento de nossa civilização não coincidir com a cronologia atlantiana não parece incomodar os entusiastas.

Será que existe um quê qualquer de verdade nessa história ou em Atlântida?

Os defensores de Atlântida há muito procuram comprovar a história, a fim de validar sua versão. "Ela pode estar lá; ela pode estar lá" é repetido como um mantra todas as vezes que uma nova teoria sobre sua provável localização "naufraga". Todavia, a geofísica talvez seja o "desqualificador" mor dessa história.

O estudo das placas tectônicas, o movimento da crosta terrestre em grandes espaços de tempo, já confirmou que os continentes de hoje eram provavelmente um único e gigantesco pedaço de terra que se dividiu no decorrer de éons devido a atividades vulcânicas, terremotos e outras forças. Na verdade, não é preciso ser um especialista para, ao olhar o mapa do mundo atual, perceber o quão perfeitamente a costa nordeste da América do Sul se encaixaria na costa centro-oeste da África, como uma peça de quebra- cabeça. Ou como a Indonésia e a Austrália poderiam facilmente ser a parte mais baixa do Sul da China.

Em teoria, quando a deriva continental é revertida, e todos os atuais continentes postos de volta em seu lugar de origem, recriando o continente solitário original de nosso planeta, não sobra espaço para um pedaço de terra do tamanho de Atlântida.

Mesmo assim, essa prova irrefutável não altera em nada a ideia dos crentes.

Para eles, Atlântida foi, e continua a ser, real, e a convicção de sua crença baseia-se no fato de que todos saberão que eles estão certos quando suas ruínas forem finalmente descobertas, da mesma forma que os arqueólogos acabaram localizando as ruínas de Troia.

Assim, continuam a surgir livros e filmes sobre Atlântida, e a história segue sendo contada. 


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004.

Astrologia - Os Astros Afetam Nossa Vida?

Dois homens debatem sobre astrologia ou astronomia, pois na Idade Média os dois saberes eram indissociáveis

São os astros
Os astros lá de cima, que determinam nossas condições.

Definição: A astrologia é o estudo e a interpretação da posição dos corpos celestes — o Sol, os planetas e a lua da Terra —, com base na crença de que eles exercem uma influência real, direta e quantificável sobre os eventos e as relações humanas.

O que os crentes dizem: Os movimentos dos corpos celestes criam misteriosos — ainda que bem reais — "campos de energia" e forças que podem afetar o modo de agir e pensar dos seres humanos, da mesma forma que a lua cheia pode exercer um efeito moderado sobre as marés e outras atividades na Terra. Essa correlação entre realidade e previsões astrológicas e interpretações vai muito além da coincidência, ou mesmo da simultaneidade.

O que os céticos dizem: A astrologia é um dos piores exemplos de pseudociência, uma vez que não existe nenhuma prova científica para a crença de que a órbita de Júpiter (ou de qualquer outro planeta) possa afetar os homens de alguma forma, qualquer que seja. As pessoas que encontram significado em leituras astrológicas estão apenas projetando seus próprios desejos e preocupações em um sistema de crenças fabricado que se baseia nos movimentos dos planetas.

Qualidade das provas existentes: Boa.

Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Moderada.

Ao final da década de 1980, eu estava escrevendo minha enciclopédia sobre Stephen King, "The Shape Under the Sheet", e calculei o horóscopo dele por computador, através de uma firma de Nova York que prometia precisão e detalhes reveladores. Na época, eu não sabia ao certo se acreditava ou não em astrologia, mas achei que para os propósitos do livro, e levando em conta o fato de que King sempre escreve sobre coisas fora do alcance da compreensão humana, um horóscopo do escritor seria um elemento divertido de incluir. Acabei realmente inserindo o mapa astral de King no livro, mas no fim deixei de colocar uma análise detalhada das informações sobre seu nascimento por questões de espaço.

Ainda lembro dos pontos principais. Ele dizia que King era criativo, ambicioso e reservado, e que provavelmente se sentia mais confortável trabalhando no campo das artes. Chegava a especificar "escritor" como uma possível opção de carreira e também falava de uma necessidade inata de privacidade e de uma personalidade bastante discreta. Qualquer pessoa familiarizada com a carreira e a pessoa pública de King reconheceria a especificidade dessas conclusões.

Eu mesmo fiquei impressionado com a precisão da leitura — e aí está o problema em tentar descartar a astrologia ou desacreditar suas descobertas.

Algumas vezes, a semelhança nos traços de personalidade de pessoas com certos signos astrológicos e a precisão de detalhes dos mapas astrais são tão cativantes que não podemos deixar de pensar que deve haver algo de verdade nesse negócio de astrologia, pois de que outra forma as informações seriam tão específicas?

Os céticos dizem que as interpretações astrológicas são generalizadas demais para deixar de mexer com quase todos aqueles que as leem. A questão então é: "Serão elas precisas a ponto de descartarmos o acaso?"

Essa questão parece ter sido respondida de modo afirmativo por um casal de franceses, em uma pesquisa realizada na década de 1950.

Michel e Françoise Gauquelin estudaram os alinhamentos planetários e os dados referentes a nascimentos e descobriram alguns fatos surpreendentes:

Um número estatisticamente significativo de médicos nasceu em determinadas horas do dia ou da noite, quando Marte ou Saturno estava em seu ponto mais alto ou tinha acabado de surgir; Muitos soldados, políticos e atores — pessoas públicas, expansivas — eram fortemente influenciados pelo planeta Júpiter; Um grande número de escritores era influenciado pela Lua. (Para mim, em particular, isso é verdade: sou de Câncer, que é regido pela Lua, e tenho o mesmo signo que Pearl Buck, Ernest Hemingway e muitos outros escritores.); Vários atletas eram influenciados pelo planeta Marte. (Isso passou a ser conhecido como o "Efeito Marte".)

Essas descobertas não foram bem recebidas pelos céticos e pela vertente predominante da comunidade científica.

Em 1978, o CSICOP (Comitê para a Investigação Científica de Alegações do Paranormal) realizou um estudo na intenção de desacreditar as descobertas dos Gauquelin. Para seu horror, os resultados cuidadosamente alcançados confirmaram as conclusões do casal. Por cinco anos, o grupo escondeu esses resultados manipulando algumas das descobertas estatísticas, a fim de adequá-los melhor aos desejos de seus membros declaradamente céticos. O estratagema veio à tona, alguns membros demitiram-se e, em 1983, o CSICOP admitiu timidamente que as descobertas dos Gauquelin eram precisas e que sua própria pesquisa havia provado isso.

A astrologia existe há mais de dois mil anos. Uns 500 anos antes de Cristo, astrólogos já calculavam horóscopos e vasculhavam o céu, literalmente, em busca de respostas. Catarina de Médicis tinha seu próprio astrólogo pessoal — ninguém menos que Nostradamus.

O princípio básico e fundamental para a compreensão (e aceitação) da astrologia é a crença resumida em seu axioma mais repetido: "Como em cima, embaixo." A astrologia provém da convicção de que tudo no universo é planejado, tudo está interligado e nada ocorre por acaso. Ela é, portanto, basicamente teísta, e sua função central deriva da tentativa de compreensão dos desígnios do universo, e uma vez que não podemos ter um plano sem alguém que o planeje, a astrologia é (apesar da repulsa da Igreja Católica a seu "apático fatalismo") uma ortodoxia religiosa em construção.

Nancy Reagan consultava um astrólogo com relação às decisões que seu marido, o presidente, deveria tomar.

Milhões de pessoas leem seu horóscopo diariamente no jornal.

Quem não sabe seu signo astrológico?

Talvez a astrologia nunca seja aceita pela corrente principal da ciência. Aqueles que buscam sem preconceito, porém, teriam relutância em descartá-la por completo. Algumas das respostas que a humanidade busca podem, na verdade, estar nas estrelas. E nos planetas, por assim dizer.


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004.

O Corpo Astral, Planos Astrais e Projeção Astral


Eu e este mistério aqui estamos, de pé.
Clara e doce é minha alma, e claro e doce é tudo aquilo que não é minha alma.
Faltando um falta o outro, e o invisível é provado pelo visível.
Até que este se torne invisível e receba a prova por sua vez.

Definição: O corpo astral é um dos vários corpos etéreos que os humanos possuem afora o corpo físico. O corpo astral é o corpo que manifesta uma aura e, pelo que dizem, pode transcender os grilhões de nosso eu físico.

Os planos astrais são universos ou níveis de existência acima, abaixo e/ou paralelos à realidade corporal terrena.

A projeção astral, também conhecida como experiência extracorporal (OBE, na sigla em inglês), é o ato ou processo de separação do corpo astral do corpo físico e a viagem para outros lugares da Terra e/ou para outros planos de existência.

O que os crentes dizem: Dentro de nosso corpo físico existe uma energia corporal invisível conhecida como corpo astral. Dentro do corpo astral reside nossa energia vital, e este corpo é uma parte ou parcela da totalidade de nosso eu individual. Se o corpo físico se machuca ou enfraquece (devido a drogas, dietas, toxinas do meio ambiente etc.), o corpo astral também enfraquece.

De modo similar, se o corpo astral é bombardeado por energias negativas (fadiga, estresse, raiva, crítica negativa, reclamações e acusações de familiares e amigos etc.), o corpo físico refletirá essa carga negativa e a pessoa poderá adoecer. O corpo astral é tão parte do ser humano quanto a mente, a qual, embora saibamos que "reside" no cérebro, não pode ser vista fisicamente. Da mesma forma, o corpo astral reside no corpo, embora seja invisível.

O que os céticos dizem: Não há evidências que provem a existência de sequer um corpo astral, quanto mais de vários. Toda essa baboseira de cordões umbilicais prateados, de atravessar paredes e de flutuar até o teto não é nada além de delírio, sonho, alucinação ou mentira. Os homens podem ter uma dimensão espiritual, mas com certeza essa dimensão não se manifesta como um corpo etéreo que pode sair de nosso corpo físico e vaguear por aí. Qualquer um que acredite ter feito uma "viagem astral" ou estava sonhando ou experimentando um estado de instabilidade mental.

Qualidade das provas existentes: Moderada.

Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Moderada a Boa.

Segundo os clarividentes que afirmam ter visto o corpo astral humano, ele é luminoso, de um colorido resplandecente e vibrante. Eles dizem que o corpo astral é real, invisível, e que está dentro de nosso corpo físico, uma parte integrante do nosso ser. Uma comparação pertinente (como mencionado) seria o paradigma de nossa mente dentro de nosso cérebro físico, real, invisível, uma parte integrante de nosso ser que conhecemos como eu.

Nosso corpo astral opera por vontade própria e, segundo os ocultistas, apenas uma pequena parcela da população tem consciência de sua existência. As pessoas que já passaram por experiências de quase-morte (veja Capítulo 57) ou que deliberada e diligentemente trabalham para desenvolver suas habilidades psíquicas, acabam por interagir com seus eus etéreos, mas a maioria dos homens vive presa apenas aos aspectos rudimentares do corpo físico.

De modo interessante, a definição amplamente aceita de um "eu astral" não parece nem um pouco melhor do que a definição padrão de "alma": "Princípio vital de animação dos seres humanos, que os dota com a capacidade de pensar, agir e sentir, e muitas vezes é considerado uma entidade imaterial; natureza espiritual dos seres humanos, considerada imortal, que se separa do corpo à época da morte e é suscetível a alegrias ou infelicidades em momentos futuros."

Assim sendo, será que a noção de "corpo astral" é simplesmente camuflada por dogmas religiosos? Existe alguma diferença real entre o conceito de alma imortal defendido pela religião e a definição de corpo astral adotada pelas filosofias ocultas?

Ambos parecem tratar do mesmo mistério.

Certa vez, tive uma conversa com uma clarividente que me contou que ela entendia a realidade universal e eterna (o que alguns chamam de natureza divina) como um arranha-céu incrivelmente alto com um número ilimitado (ou pelo menos desconhecido) de andares. Nossa realidade física é apenas um andar desse arranha-céu e é o andar onde nosso corpo físico precisa residir. Os outros andares estão fora dos limites de nossos eus corpóreos, mas podem ser acessados por nossos eus etéreos / astrais / espirituais. Ela acreditava que nosso corpo astral podia visitar esses andares, mas que nem todos tinham capacidade para "subir as escadas", por assim dizer.

De forma curiosa, esse sistema de crenças insere-se muito bem em várias das construções religiosas/espirituais do homem. Tudo se resume à ideia de que o homem possui uma alma, que ela é eterna e que perdura após a morte.

Será todo o resto apenas uma simples camuflagem?


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004.

quarta-feira, 30 de março de 2016

A Legião Fantasma de York


A cidade de York é uma das mais antigas e mais bem preservadas da Inglaterra. Nos tempos romanos, chamava-se Eboracum e era quartel de poderosa Legião que, por estar sediada no extremo norte do Império, era chamada “A Última Legião”. Ao longo dos séculos, a cidade tem sido palco de contos fantasiosos e aparições fantasmagóricas dos mais variados tipos, todos eles registrados pelos cronistas e, sobretudo, pela imprensa local.

Todavia é um prédio construído em 1648, o palco das mais extraordinárias aparições: a Treasurer’s House! O prédio foi erguido sobre as ruínas da antiga Minster’s Treasurer ("Tesouraria da Catedral"), fechada um século antes durante a Reforma Religiosa do rei Henrique VIII. Sabe-se que o prédio anterior já gozava da fama de mal-assombrado há séculos, mas ninguém esperava que o mesmo ocorresse com o seu “moderno” sucessor. Porém, desde o começo estranhas ocorrências e aparições bizarras eram constantemente relatadas pelos visitantes e servidores da repartição do Fisco, a ponto de até mesmo guardas e vigias terem medo de passar a noite por lá.

Curiosamente, os fenômenos tinham sempre caráter militar, pois eram geralmente ruídos surdos de homens marchando ao toque de tambores e clarins embora não houvesse quartel nos arredores e não estivesse ocorrendo desfiles na cidade. Os relatos das visões falavam sempre de homens envoltos em peles, portando lanças e usando saias, levando muitos a acreditarem tratarem-se de fantasmas de antigos soldados escoceses que por várias vezes ocuparam a cidade nas guerras da Idade Média.
     
Nos tempos modernos, tais histórias fantásticas foram esquecidas ou passaram ao folclore e sempre que algo estranho acontecia logo se descobria explicação “racional e científica” para o fato.

Foi quando em 1953 um adolescente aprendiz de encanador, Harry Martindale, trabalhava no vasto porão com o seu mestre durante reformas que se fazia no prédio na ocasião. Devido à urgência dos serviços, os operários tinham entrado noite adentro e o mestre saíra em busca de ferramenta que esquecera, deixando Harry trabalhando sozinho.

Eis que de repente ouviu passos próximos de homens marchando, produzindo ruído muito diferente dos ouvidos no local das obras. Embora não prestasse atenção no início e não se desviasse do que fazia, ficou de cabelo em pé quando o recinto foi inundado por estranha luz com tonalidades rosa, vermelha e verde. Assustado, correu para o lado oposto, de onde divisava todo o salão, e ficou petrificado ao ver sair da grossa parede ao lado cavalo montado por estranho soldado com capacete enfeitado e capa. Com a língua engrolada e incapaz de produzir sons ou mover-se, Harry viu que atrás do cavaleiro saiam da parede soldados mais estranhos ainda, usando armaduras, saiotes e portando esquisitos estandartes. Alguns se cobriam com peles de lobos ou de ursos a guisa de capote e estavam armados com lanças, espadas e escudos.

À medida que cruzavam o salão sumiam na parede oposta, não sabendo Harry dizer depois quanto tempo durou a aparição, pois quando o seu mestre voltou, bem depois de ter saído, ainda o encontrou encostado à parede, paralisado.

Harry só tinha instrução primária e nada sabia de História, mas, apesar da galhofa dos colegas mais velhos, manteve-se firme e o caso chegou aos ouvidos da imprensa, que não perdeu tempo e o publicou em manchete, dobrando as vendas e atraindo multidões ao local. Harry foi tão honesto que não ocultou detalhes que ninguém conseguia entender: o primeiro era que os soldados pareciam canhotos, pois levavam suas espadas no lado direito; outro era que as espadas eram muito menores que as atuais; finalmente, o mais estranho de tudo: as pernas dos cavalos e dos soldados só apareciam acima do piso a partir de cerca de um palmo abaixo do joelho! Segundo Harry, era como se marchassem com água no meio das pernas. Para isso não havia explicação, pois o piso era sólido e seco, não havendo indícios de que tivesse havido água no local.

Finalmente grupo de eruditos, não tão descrentes dos fenômenos paranormais, concluiu que os prováveis fantasmas eram romanos e não escoceses, porque só os romanos usavam espadas curtas e as portavam do lado direito. Assim, o erudito grupo aventou a hipótese de que talvez ali passasse antiga estrada romana, tendo sido ela ocultada não só pelos séculos de abandono e acumulação de terra trazida pelo vento, mas também pelo rebaixamento que o solo sofre com o passar do tempo. Marchando as aparições por estrada abaixo do solo do porão, era lógico que seus pés e parte das pernas se movessem abaixo dele, ficando ocultos aos olhos de quem os visse.

Obtida a autorização para escavar, removeram o velho piso e constataram que a hipótese era correta: cerca de 30 centímetros abaixo havia trecho intacto de milenar estrada romana pavimentada com largas pedras polidas!

A estória virou verdade e o garoto Harry virou celebridade, mas, como sempre acontece, boatos maldosos surgiram dizendo que fora tudo uma farsa montada pelos intelectuais e jornalistas em conluio com a Prefeitura para escavarem o local e criarem sensacionalismo, pois há muito sabiam que ali passava antiga estrada romana.


Fonte: Virgilio Campos História Antiga - A Legião Romana Fantasma de Kent

O Fantasma de Hammersmith

Hammersmith atormentada por numerosos avistamentos do que parecia ser uma aparição fantasmagórica

Tarde da noite de 3 de janeiro de 1804, um pedreiro chamado Thomas Millwood deixou sua casa em Hammersmith, a oeste de Londres. Ele estava bem vestido, trajando uma roupa inteiramente branca, colete de flanela e avental também das mesmas cores, indumentária típica dos profissionais desse ofício daquela Inglaterra do início do século 19. Infelizmente para Millwood, porém, esse seu traje provocou a sua morte.

Às 22:30hs, enquanto ele andava sozinho, descendo o Black-Lion-Lane, foi confrontado e morto a tiros por um funcionário da alfândega chamado Francis Smith - encetando assim um dos casos mais estranhos, mais lembrados e mais influentes na história legal britânica.

Smith foi preso pelo assassinato, mas, no entanto, alegou legítima defesa e possuía uma boa justificativa: Millwood estava vestido com roupas brancas e, portanto, pensou que estava atirando em um fantasma.

Acredite ou não, naquele momento, isso não parecia ser uma história absurda. Durante todo o mês anterior, a área de Hammersmith havia sido atormentada por numerosos avistamentos do que parecia ser uma aparição fantasmagórica. As coisas ficaram realmente sérias quando uma mulher grávida que alegou ter sido atacada pelo fantasma, morreu dois dias depois.

Vigilantes armados começaram a procurar pelo fantasma, no qual, Francis Smith não teve culpa de fazer o que fez na noite de 3 de janeiro, quando ele atirou em Thomas Millwood.

Já que a comunidade estava tão aterrorizada com o "Fantasma de Hammersmith", as pessoas se perguntavam se Smith deveria ser responsabilizado pela morte de Millwood, mesmo assim, ele ainda foi acusado de homicídio doloso.

Millwood foi confrontado e morto a tiros por um funcionário da alfândega chamado Francis Smith

No julgamento, realmente testemunharam sobre incidentes anteriores onde a roupa branca de Millwood de fato assustou às pessoas, que o confundiram com um fantasma. O júri decidiu inicialmente que Smith só deveria ser condenado com uma acusação menor de homicídio.

No entanto, o juiz anulou o veredito e disse que eles precisavam encontrar Smith culpado de assassinato ou absolvê-lo por completo. O júri então optou por encontrá-lo culpado e ele foi condenado à morte. No entanto, logo foi concedido a Smith um perdão real que comutou a sentença para um ano de trabalhos forçados. Após este incidente, o fantasma de Hammersmith, nunca mais foi visto.


Fontes: Ghosts, witches, vampires, fairies and the law of murder; Assombrado.

A Estranha Visita de Mary Roff


Na questão longamente debatida da reencarnação, um dos casos mais recentes de que se tem notícia é também o mais surpreendente. Trata-se da história de Mary Lurancy Vennum que, aos 13 anos de idade, sofreu alguns ataques de epilepsia com estranhos resultados. Mary nasceu em 1864 perto de Watseka, Illinois. No verão de 1877 ela sofreu uma série de ataques epilépticos, muitas vezes caindo em inconsciência.

A primeira evidência da reencarnação de Vennum emergiu após um ataque que a deixou inconsciente por cinco dias. Quando voltou a si, ela contou a seus pais que visitara o Paraíso e conversara com um irmão e com uma irmã que já haviam morrido. Mary Vennum não tinha irmãos nem irmãs, e para seus pais ela parecia destinada a parar não no Paraíso, mas em um hospício, particularmente depois que começou a falar com as vozes estranhas de um homem e de uma mulher.

Mas Asa Roff, um amigo da família, interveio. A filha de Roff morrera dezesseis anos antes durante um ataque epilético, e ele conhecia um médico que podia ajudar. O dr. E. W. Stevens foi chamado e encontrou Mary Vennum em transe mediúnico, incorporando primeiro o homem e depois a mulher.

Stevens prontamente hipnotizou a menina, que contou-lhe que havia sido possuída por maus espíritos. Quando o médico sugeriu que seria necessário um outro espírito do além para ajudá-la a se livrar daquelas entidades, a própria Mary fez uma sugestão: propôs que Mary Roff, a filha morta de Asa Roff, fosse chamada. Ele concordou sem perda de tempo.

Quaisquer que possam ter sido os distúrbios psicológicos daquela menina, o fato é que a ciência da psicologia dificilmente poderá explicar o que aconteceu a seguir.

No dia seguinte, Mary Vennum pareceu transformar-se em Mary Roff, e quando a sra. Roff e uma filha foram visitá-la, Mary chamou a irmã pelo nome, embora as duas jamais tivessem se visto, abraçou as duas e chorou. Ela voltou com as duas à casa dos Roff e pareceu reconhecer tudo e todos na vizinhança, constantemente recordando incidentes da infância de Mary Roff. Interrogando-a a fundo, o próprio Stevens convenceu-se de que a menina sabia tudo sobre a vida de Mary Roff.

Após algum tempo, a menina disse à família Roff que só podia ficar ali alguns meses. Posteriormente, anunciou o dia exato em que partiria e, finalmente, despediu-se. Depois disso, ela voltou ao lar dos Vennum, onde o sr. e a sra. Vennum ficaram felizes ao ver que sua filha Mary Lurancy Vennum voltara para sempre - e completamente curada da epilepsia.


Fontes: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz; Wikipédia.

O Efeito Ganzfeld


Alguns especialistas acreditam que todos possuem algum resquício de mediunidade. O problema, afirmam, é encontrar esse sexto sentido nas galerias secretas da mente.

Um dos procedimentos mais bem-sucedidos para ajudar alguém a aprender como usar a percepção extrassensorial é a técnica de Ganzfeld, na qual o voluntário senta-se em uma cabine fechada, à prova de som, e recebe a ordem de ficar descontraído, enquanto duas metades de uma bola de pingue-pongue são colocadas sobre seus olhos. Como as esferas translúcidas dispersam a luz, a pessoa tem apenas um campo visual avermelhado e indiferenciado. Fones colocados nos ouvidos emitem um suave som sibilante, e a pessoa fica isolada de qualquer outra fonte de força sensorial.

O especialista que coordena a experiência, sentado em outro ambiente, olha para imagens selecionadas a esmo e tenta transmiti-las para a pessoa que está sendo testada por meio da PES (percepção extrassensorial). Quando a experiência termina, 35 minutos ou mais depois, a pessoa testada é solicitada a separar cópias daquelas imagens, entre algumas outras colocadas ali apenas para dificultar sua tarefa.

Nas experiências de Ganzfeld, cujo primeiro relatório foi feito por Charles Honorton, da divisão de parapsicologia e psicofísica do Maimonides Medical Center em 1973, quase metade das pessoas testadas escolheram a imagem correta. Quando o tema de uma dessas sessões era "Pássaros do Mundo", por exemplo, a pessoa submetida ao teste reportava "uma grande cabeça de gavião" e "a sensação de penas macias". Não se consegue um resultado melhor do que esse por intermédio da telepatia.

Desde que os cientistas do Maimonides relataram seu primeiro sucesso, o Efeito Ganzfeld foi reproduzido por diversos outros laboratórios de parapsicologia. Hoje em dia, ele é uma das ferramentas mais confiáveis para testes de percepção extrassensorial.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Voo da Morte


O comandante Thomas Mantell, piloto experiente da Força Aérea, morreu em um controvertido acidente aéreo no dia 7 de janeiro de 1948. De acordo com o relatório oficial, seu avião ganhava altura quando uma perda total de potência forçou-o a seguir horizontalmente, em seguida inclinar para um lado e mergulhar em uma espiral fatal. Segundo declarações de outros pilotos, Mantell perdeu a consciência devido à falta de oxigênio e não voltou a si.

Na verdade, o voo da morte de Mantell começou quando a torre de Godman Field, Kentucky, avistou um grande objeto brilhante, em forma de disco, voando no céu. Os funcionários da torre de controle decidiram que o objeto não era um balão meteorológico e, incapazes de identificá-lo, enviaram o comandante Mantell, juntamente com um grupo de aviões, para verificar o que acontecia.

Mantell subiu a 4 500 metros. Nesse ponto os outros aviões retornaram, porque uma altitude tão elevada exigia um equipamento de oxigênio diferente. Mas Mantell seguiu em frente. Finalmente ele transmitiu seu último aviso pelo rádio: - Parece ser metálico e seu tamanho é imenso. Está sobre mim e estou me aproximando dele.

Destroços do avião de Mantell foram posteriormente recolhidos. Eles estavam permeados com centenas de pequenos orifícios.

A despeito desses fatos, os altos escalões da Força Aérea negaram a possibilidade de um OVNI, e determinaram posteriormente que Mantell teria visto o planeta Vênus ou um dos muitos balões meteorológicos que a Marinha estaria usando na área naquele momento.

No entanto, os ufologistas apressaram-se a reagir: o Sol deveria estar inusitadamente claro para permitir que pessoas em terra avistassem Vênus com tamanha nitidez. Na verdade, afirmaram eles, a aparição simplesmente teria sido tão nítida que todos teriam visto Vênus, ou até mesmo Vênus e um balão.

Porta-vozes da Força Aérea finalmente vieram a público para afirmar que as testemunhas teriam visto Vênus e dois balões, aparentemente ligados um ao outro, parecendo um poderoso OVNI. Todavia, a Força Aérea jamais conseguiu explicar os boatos relativos ao corpo de Mantell: ele foi, aparentemente, retirado pela polícia e colocado em seguida num caixão, o que convenceu alguns investigadores de que Mantell estaria coberto com estranhos ferimentos, ou que nenhum corpo foi encontrado.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

domingo, 27 de março de 2016

O Hotel do Suicídio


Uma pessoa pode "se ligar" a eventos passados? Sim, de acordo com a médium Joan Grant, que foi convencida por uma experiência em 1929. Joan Marshall Grant Kelsey (Londres, 12/04/1907 – 03/02/1989) foi uma médium e escritora.

Viajando com seu marido pela Europa, ela passou a noite em um quarto de hotel em Bruxelas. Por algum motivo inexplicável, o quarto deixou-a inquieta, mas como não havia outras acomodações disponíveis resolveu ficar. Seu marido achou seus temores improcedentes e saiu para dar um passeio sozinho.

Joan Grant decidiu tomar um banho para tentar acalmar os nervos, mas, quando viu que de nada adiantara, resolveu ler um pouco e depois ir para a cama. Foi aí que ela teve um choque.

Enquanto estava deitada na cama, teve uma assustadora visão: um jovem pareceu sair correndo do banheiro e atirar-se pela janela. Ela esperou ouvir o baque surdo de seu corpo atingindo o chão, mas não ouviu nada. A perplexa médium tentou fazer uma oração, mas, algum tempo depois, teve a mesma visão outra vez.

Foi então que concluiu que aquela sensação desagradável no quarto tinha algo a ver com um evento do passado. Uma vítima de suicídio, pensou ela, alugara aquele mesmo quarto, e agora estava comunicando sua aflição à médium. Julgou que podia libertar o quarto do espírito do suicida, ou de qualquer coisa que estivesse perturbando aquele aposento, aprofundando-se no assunto. Seu maior receio, no entanto, era que poderia envolver-se tão completamente com o suicida que acabaria por saltar da janela também. Assumindo o risco, Joan Grant foi até a janela e disse:

- Seu medo já se apoderou de mim, e agora você está livre.

Ela repetiu essa mensagem várias vezes, antes de sentir que o quarto ficara, de repente, mais claro. Quando seu marido voltou, no início da noite, ela estava aborrecida:

- Seu monstro! - esbravejou ela. - Como pôde sair assim e deixar, deliberadamente, sua mulher envolver-se com um caso de suicídio? Não foi graças a você que deixei de pular pela janela e quebrar o pescoço.

- Qual é o problema? - perguntou o marido. - O que foi que aconteceu?

- Este quarto estava assombrado. Eu lhe disse que havia alguma coisa de errada aqui. Um homem ficou o tempo todo correndo do banheiro para a janela e pulando lá para baixo. Eu tive de me envolver para libertar o espírito dele e quase acabei pulando janela abaixo.

No dia seguinte, o sr. Grant verificou a história com o gerente do hotel, e foi informado de que, realmente, ocorrera um suicídio naquele mesmo quarto, cinco dias antes, e que o ocupante saltara pela janela.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Mãe Browrigg, Torturadora e Assassina


Elizabeth Brownrigg foi uma assassina do século XVIII. Sua vítima, Mary Clifford, era uma de suas aprendizes de lides domésticas, de apenas 14 anos, que morreu pela associação de ferimentos cumulativos e feridas infectadas, devidas a torturas diárias. Como resultado de depoimentos de testemunhas e provas médicas em seu julgamento, Elizabeth foi enforcada em Tyburn em setembro 1767.

Nascida em 1720 numa família de classe operária, Elizabeth casou-se com James Brownrigg, um encanador aprendiz, quando ainda era adolescente. Ela deu à luz dezesseis filhos, mas somente três sobreviveram à infância. Em 1765, Elizabeth, James e seu filho John mudaram-se para Flower de Luce Road em Fetter Lane, em Londres. James estava prosperando em sua carreira como encanador, e Elizabeth era uma parteira respeitada. Como resultado de seu trabalho, foi nomeada superintendente de mulheres e crianças em Saint Dunstans Parish, e a ela foi dada a custódia de várias crianças do sexo feminino como empregadas domésticas do Foundling Hospital de Londres.

Há pouca informação biográfica disponível para explicar seu comportamento subsequente. No entanto, Elizabeth Brownrigg provou ser mal adaptada à tarefa de cuidar de seus empregados domésticos e logo começou a envolver-se em abusos físicos graves, muitas vezes amarrando em vigas de madeira ou tubos, algumas jovens, já despidas, e, em seguida, as chicoteando severamente com interruptores, cabos e outros implementos por uma pequena infração de suas regras.

Mary Jones, uma dessas jovens, fugiu de sua casa e procurou refúgio no Foundling Hospital de Londres. Depois de um exame médico, os administradores desse hospital, exigiram que James Brownrigg procurasse conter essas tendências abusivas de sua esposa, sem nenhuma ação adicional.

Desdenhando essa reprimenda, Elizabeth Brownrigg abusou também gravemente de outras duas empregadas domésticas, Mary Mitchell e Mary Clifford. Como Jones antes dela, Mitchell procurou refúgio a partir do comportamento abusivo de sua empregadora, mas John Brownrigg a obrigou a voltar para Flower de Luce Road. Clifford foi confiada aos cuidados dos Brownrigg, apesar da preocupação dos administradores com comportamentos abusivos anteriores. Como resultado, os Brownrigg foram envolvidos em uma punição mais severa em relação à Mary Clifford. Ela era mantida nua, obrigada a dormir em uma esteira dentro de um buraco cheio de carvão, e alimentada apenas a pão e água. Elizabeth Brownrigg repetidamente a deixava acorrentada numa viga do telhado de sua cozinha.

Até junho de 1767, Mitchell e Clifford estavam sofrendo pela infecção de suas feridas não tratadas, e ataques repetidos da bruxa Brownrigg que não lhes dava tempo para curar. No entanto, os vizinhos dos Brownrigg estavam começando a suspeitar que algo errado estava acontecendo dentro daquela casa, e pediram para o Foundling Hospital que investigasse o local. Como resultado, Elizabeth Brownrigg liberou a garota Mary Mitchell, no entanto, o Foundling Hospital Inspector Grundy, em seguida, exigiu saber onde Mary Clifford estava, e tentaram levar James Brownrigg detido. Mas o casal, Elizabeth e John Brownrigg, mais o filho, fugiram.

Em Wandsworth, foram reconhecidos e presos. O trio foi julgado no Old Bailey, em agosto de 1767.

Por esta altura, Mary Clifford tinha sucumbido aos seus ferimentos infectados, e Elizabeth Brownrigg foi acusada de assassinato. No julgamento, Mary Mitchell testemunhou contra sua antiga empregadora, como fez Grundy, um aprendiz de James Brownrigg. A evidência médica e os resultados da autópsia indicaram que repetidas agressões e negligência dos ferimentos de Clifford por parte de Elizabeth Brownrigg, tinham contribuído para a morte dessa criança, uma jovem de apenas 14 anos de idade. Elizabeth Brownrigg foi condenado à forca em Tyburn.

Multidões a condenavam a caminho de sua execução, e até mesmo, sessenta anos mais tarde, o periódico "Newgate Calendar" prestou testemunho com a manchetes e gravuras sobre os crimes de Elizabeth Brownrigg na georgiana e vitoriana Inglaterra.


Fonte: Murderpedia.

Assassinato no Celeiro Vermelho


O Assassinato no Celeiro Vermelho foi uma infame morte ocorrida em Polstead, Condado de Suffolk, na Inglaterra, em 18 de maio 1827. O caso teve início quando uma jovem mulher chamada Maria Marten teve um filho ilegítimo com William Corder.

Corder era filho de um fazendeiro local, e tinha uma reputação como fraudador e mulherengo. Ele era conhecido como "Foxey" na escola por causa de sua forma dissimulada. Ele tinha vendido de forma fraudulenta porcos de seu pai, e, embora seu pai tivesse resolvido a questão sem envolver a lei, Corder não mudava seu comportamento.

Embora Corder desejasse manter seu relacionamento com Marten em segredo, ela deu luz a seu filho em 1827, com a idade de 25 anos, e estava aparentemente interessada que ela e Corder deveriam se casar. A criança morreu (relatórios posteriores sugeriram que ele pode ter sido assassinado), mas Corder, aparentemente, ainda pretendia se casar com Marten.

Naquele verão, na presença da madrasta de Maria, Ann Marten, ele sugeriu que ela deveria encontrá-lo no celeiro vermelho, numa rua afastada, de onde eles poderiam fugir para Ipswich. Corder alegou que tinha ouvido rumores de que os agentes paroquiais estavam indo para processar Maria por ter filhos bastardos.

No encontro, porém, quando Corder avistou a mulher, atirou nela e enterrou seu corpo dentro do celeiro, fugindo do local. Embora ele tenha enviada cartas para a família de Maria, alegando que ela estava bem de saúde, o cadáver foi descoberto mais tarde, após a madrasta da própria ter tido sonhos a respeito dela ter sido morta e enterrada em um lugar pintado de vermelho.

Ela convenceu o marido a ir para o celeiro vermelho e cavar em um dos silos de armazenamento de grãos. Ele rapidamente descobriu os restos de sua filha enterrados em um saco. Ela estava em decomposição, mas ainda identificável.

Corder foi localizado em Londres, onde ele havia se casado e iniciado uma nova vida. Ele foi trazido de volta para Suffolk, e, depois de um julgamento bem divulgado, considerado culpado de assassinato e sentenciado à forca e dissecação. Ele foi enforcado em Bury St. Edmunds, em 1828; uma enorme multidão testemunhou a execução de Corder.

A história provocou inúmeros artigos em jornais e músicas e peças teatrais. A aldeia onde o crime havia ocorrido tornou-se uma atração turística e o celeiro foi destruído por caçadores de souvenirs. As peças de teatro e baladas permaneceram populares ao longo do século seguinte e continuam a ser realizadas até hoje.

Após a execução, seu corpo foi dissecado e examinado por profissionais de medicina que buscavam a comprovação de que o homem tinha um gêmeo maligno em seu interior (uma crença comum na época). O esqueleto dele se tornou ferramenta no Hospital de West Suffolk. Sua pele foi curada pelo cirurgião George Creed e usada para encapar os textos que formaram o Processo Legal do infame assassinato. No verso da capa, o médico escreveu:

"A capa desse livro foi feita com a pele do assassino William Corder retirado de seu corpo e curada por mim mesmo no ano de 1828. George Creed cirurgião do Hospital Suffolk."

Até 2004, o esqueleto de Corder estava em exposição no Museu Hunterian no Royal College of Surgeons da Inglaterra, onde ficava pendurado ao lado daquele de Jonathan Wild. Em resposta aos pedidos de familiares sobreviventes, os ossos de Corder foram retirados do local e cremados.


Fonte: Murderpedia.

A Lenda de Molly Crenshaw


"A bruxa foi cortada em pedaços. Suas partes massacradas do corpo foram enterradas em covas separadas, espalhadas pela zona rural arborizada. Mas sob o solo raso, as peças estão se movendo. Ano após ano, polegada por polegada, elas se aproximam cada vez mais - rastejando, contorcendo-se, lutando para remontar o cadáver vivo de Molly Crenshaw ..."

De uma geração para a seguinte, adolescentes ao longo St. Charles County passaram por esta lenda urbana sobre uma suposta bruxa que morrera há um século, mas que ainda assombrava as florestas locais.

O conto varia de acordo com o contador de histórias. De acordo com a maioria das versões, Molly Crenshaw era uma escrava jamaicana liberta que viveu ao oeste de St. Charles County durante o final do século 19. Uma praticante de vodu, Molly foi muitas vezes solicitada a dispensar feitiços e fazer poções para os aldeões.

Num ano, de um inverno excepcionalmente duro, que dizimou as culturas locais, os moradores culparam Molly e a sua bruxaria por este mal. Com os forcados levantados, desceram para a sua modesta casa. Molly desafiadoramente confrontou-os, colocando uma maldição sobre qualquer um que a tocava. Inflexível, a multidão a atacou e a matou. Alguns dizem que a cortaram ao meio. Outros dizem que ela foi arrastada e esquartejada. Mas cada versão do conto termina com as pessoas da cidade enterrando as partes desmembradas em covas separadas.

"Ouvi dizer que ela foi enforcada ou queimada", disse Ryan Scherr, jovem de 17 anos de idade, sênior na Francis Howell North High School. Scherr é o editor de opiniões do jornal da escola, "North Star", que publicou uma reportagem sobre Molly no Halloween passado.

"Eu comecei a ouvir sobre ela em meu primeiro ano", disse ele. "Como os meus amigos possuem carteira de motorista, começaram a dirigir para onde eles achavam que a sua sepultura estava. Eles disseram que foram ao local e sentiram algo estranho. Talvez fosse apenas suas mentes os enganando."

Lisa Mestel, uma graduada do Francis Howell North High School de 1992, disse que praticamente todos os seus colegas tentaram encontrar o túmulo de Molly.

"Eles foram com seus carros através do campo, à procura de cemitérios antigos", disse ela. "Na floresta ao redor da escola, começaram a amaldiçoá-la e dizer coisas como: 'Eu não acredito em você, Molly'. Ouvi dizer que coisas ruins aconteceram com eles depois disso, como os seus carros que não davam a partida".

Mestel disse que nunca se juntou a seus colegas nas expedições para localizar Molly Crenshaw.

"Eu não acreditava que ela era uma bruxa", disse ela. "Parecia que era uma coisa divertida para um grupo de adolescentes entediados para fazer em um sábado à noite."

O professor de Inglês da Mestel, Ron Ochu, comenta sobre Molly e das palestras que dá aos seus alunos:

"Estudantes de Francis Howell têm falado sobre Molly desde os anos 1950", disse Ochu. "Usei-a para ensiná-los sobre contar histórias. Uma boa parte da lenda é falsa."

Ochu ouviu muitos contos sombrios sobre adolescentes que ousaram buscar a sepultura de Molly.

"Havia uma história sobre dois jogadores de futebol que foram procurar a sepultura na década de 1950 ", disse ele. "Eles a encontraram e tentaram tirar a lápide. Tiveram um fim prematuro. Ajudantes do xerife encontraram seus corpos empalados em cima do muro do cemitério."

Há alguma verdade na lenda de Molly Crenshaw? Como o caso é frequentemente ligado com a mitologia, a resposta é uma mistura confusa de "sim" e "não".

De acordo com um artigo no jornal "St. Charles Cosmos-Monitor" de 26 de fevereiro de 1913, na vida real Molly Crenshaw cometeu suicídio às 10:20hs em 22 de fevereiro do mesmo ano na casa de Harry Towers perto Cottleville.

Crenshaw, cujo primeiro nome, na verdade, era Mollie, foi se hospedar na casa dos Towers por uma semana quando ela foi descoberta em seu quarto, inconsciente e espumando pela boca. Um inquérito determinou que ela tinha engolido ácido carbólico.

De acordo com a história, Crenshaw era bem relacionada com várias famílias proeminetes de St. Charles. Ela foi educada no agora extinto St. Charles College e ensinou nessa escola até que perdeu a audição. Por um tempo ela trabalhou em St. Louis, mas essa sua surdez a deixou abatida, desanimada e ela finalmente tirou sua vida. Foi enterrada no cemitério particular de seus parentes.

A história do jornal cita a idade de Crenshaw como tendo 40 anos, mas nos registros do recenseamento de 1910 é listada como tendo 47 anos, sendo que teria 50 anos quando morreu. Esse censo também lista sua raça como branca, desfazendo o mito de que ela seria uma escrava jamaicana libertada. Seu registro de óbito lista ela como Miss Mollie J. Crenshaw, uma mulher branca única de 52 anos de idade, nascida em St. Louis.

Registros genealógicos indicam que Mollie Crenshaw era sobrinha por casamento de Marianne Towers. Um índice de casamento lista em 1849 a união de Robert A. W. Crenshaw e Ann Eliza Towers. O par pode ter sido os pais de Mollie Crenshaw, mas isso não foi confirmado.

Ann King, bibliotecária, responsável pela história e genealogia local no Linnemann Biblioteca Kathryn em St. Charles, pesquisou muito e nos dá esta informação genealógica:

"Todos os anos, no Halloween, temos muitas crianças do ensino médio que vem aqui fazer perguntas sobre Molly", disse King. "Eu cansei de não ter nada no arquivo, por isso nos últimos dois anos pesquisei nos registros do cemitério, do censo e de jornais velhos para encontrar informações."

Ela não encontrou nada conectando Crenshaw com a prática de vodu ou bruxaria. Parecia que a única coisa incomum sobre Crenshaw foi o fato de ela ter cometido suicídio, disse King.

"Eu sempre achei que o assunto era meio triste", disse ela. "Quando eu descobri que ela se matou, achei muito trágico. Entramos em contato com algumas pessoas que estavam relacionadas com Mollie, mas não quero falar sobre isso. Posso entender por que uma família não gostaria de ser lembrar de algo assim".

Crenshaw, aparentemente, não tinha filhos. Seus únicos parentes sobreviventes é a família Towers. Por causa do vandalismo repetido ao longo dos anos, a família retirou a lápide de Crenshaw de seu lugar, em seu pequeno cemitério particular no sul de St. Charles County.

Não se sabe exatamente quando a família removeu essa pedra.

"Pelo que eu entendo, a lápide foi removida pela família na década de 1970 porque as crianças estavam festejando lá", disse Doug Glenn, um pós-graduado de 1978 do Francis Howell High School.

"Nós usamos a unidade em torno à procura de seu túmulo", disse ele. "Nós ouvimos dizer que as pessoas que tentaram tirar sua lápide conheceram consequências terríveis. Nós certamente nunca encontramos seu túmulo, mas acontece que nós encontramos o cemitério. Nós apenas não sabíamos disso na época."

Glenn é presidente e diretor-executivo do Renaissance St. Louis, uma organização sem fins lucrativos que encena performances de história viva, incluindo a Greater St. Louis Renaissance Faire cada primavera no Rotary Park, em Wentzville. Para o mês passado, a organização tem sido palco de um tipo diferente de atração no parque. Haunted Forest Molly Crenshaw é um outdoor, walk-through "casa assombrada" vagamente baseado na lenda urbana.

"Nós tínhamos desejado fazer algum tipo de atração assombrada no parque por um longo tempo", disse Glenn. "Os nossos outros projetos foram orientados em torno da história de vida, por isso queríamos algo com uma base histórica."

Jill Hampton, a porta-voz da organização, disse que eles têm o cuidado de separar a vida real de Mollie Crenshaw da Molly ficcional.

"A única ligação entre a lenda e a pessoa real parece ser o nome", disse Hampton. "Entramos em contato com seus parentes e eles não se importaram com o que estávamos fazendo. Eles nem sequer perceberam que estavam relacionados com ela."

Hampton disse que seu grupo está fascinado com a forma de como a "mitologia Crenshaw" aparentemente se desenvolveu a partir do nada.

"Cada um ou grupo que perpetuou esse mito, colocou um toque diferente sobre ele", disse ela. "É assim que as lendas urbanas são criadas."


Fonte: A Lenda de Molly Crenshaw intrigando gerações.

A Rodovia da Recordação


Déjà vu em francês significa, literalmente, "já visto". A expressão se manifesta na forma de uma sensação intensa de familiaridade com uma situação ou um lugar, embora a pessoa jamais a tenha experimentado ou tenha estado ali antes. Muitos especialistas dizem que tais incidentes poderiam ser causados por pequenos derrames cerebrais, mas alguns casos ultrapassam os limites da psicologia, sugerindo que o paranormal está agindo.

Um caso fascinante relatado pelo parapsicólogo Dr. Scott Rogo serve para ilustrar essa afirmação. Em 1985, uma mulher de Nova Jersey escreveu-lhe contando sobre uma viagem que ela fizera pela região conhecida como New Jersey Turnpike. A paisagem era estranhamente familiar, e a mulher finalmente virou-se para sua companheira de viagem e disse:

- Sabe, eu nunca estive aqui antes, mas acho que se seguirmos uns 2 quilômetros por esta estrada encontraremos uma casa onde eu já morei.

A mulher continuou o relato:

- Uns 5 quilômetros mais adiante, eu disse à minha amiga que depois da próxima curva chegaríamos a uma pequena cidade localizada bem perto da barreira do pedágio.

Contei-lhe que as casas teriam paredes brancas, seriam sobrados, e construídas umas muito perto das outras. Senti que já havia morado ali quando tinha 6 anos de idade, mais ou menos, e que costumava ficar sentada com minha avó na frente da casa. As lembranças foram ficando cada vez mais fortes, e pude lembrar até de ficar sentada no balanço, enquanto minha avó amarrava meus sapatos.

Quando a mulher chegou à cidade, reconheceu a casa imediatamente, muito embora já não existisse mais o balanço. Ela lembrou que costumava caminhar duas quadras para chegar a uma lanchonete com um balcão alto de mármore branco, onde pedia uma limonada. Seguindo de carro pela rua, as mulheres encontraram o edifício, já coberto com tábuas e semidemolido, mas ainda lá.

As duas amigas continuaram com o carro, já saindo da cidade, e a mulher teve sua próxima experiência de déjà vu.

- Daqui a umas três quadras, chegaremos a uma pequena ladeira que leva a um cemitério, e foi ali que eu fui enterrada.

O cemitério estava ali, mas a amiga da mulher, nessa altura já totalmente em pânico, recusou-se a parar e procurar o túmulo.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Nina Kulagina e a Telecinésia


Nina Kulagina (30 de julho de 1926 - abril de 1990) foi provavelmente a mais famosa médium da ex-União Soviética. Ela foi conhecida por seus poderes telecinéticos que, segundo dizem, usava para movimentar objetos mentalmente de um lugar para outro.

De fato, filmes contrabandeados sorrateiramente para o Ocidente mostram a famosa médium usando movimentos manuais ou oculares para movimentar uma série de coisas: palitos de fósforo, bússolas, pequenas caixas, cigarros etc. Ela sabe como tirar proveito de todos esses objetos para demonstrar a força de sua mente.

O melhor desses filmes foi feito por Zdenek Rejdak, um pesquisador do Instituto Militar de Praga, que visitou a União Soviética em 1968 para estudar Kulagina e testar seus poderes telecinéticos.

- Depois que nos sentamos a uma mesa - explica Rejdak -, solicitei a Kulagina que se levantasse da cadeira em que se decidira sentar e passasse para o outro lado da mesa. O primeiro teste tinha por objetivo movimentar a agulha de uma bússola, primeiro à direita e depois à esquerda. Kulagina colocou suas mãos aproximadamente 5 a 10 centímetros sobre a bússola e, após um intervalo para concentração, a agulha girou mais de dez vezes. Em seguida, a própria bússola girou sobre a mesa, depois uma caixa de fósforos, alguns palitos isolados, e um grupo de cerca de vinte palitos de fósforo de uma só vez.

Quando a demonstração terminou, o dr. Rejdak colocou uma aliança de ouro sobre a mesa e, segundo ele, Kulagina teve pouca dificuldade em movimentá-la, também.

- Finalmente - disse o cientista tcheco -, eu a vi usar seus poderes de telecinésia para mover alguns copos e pratos.

A despeito da natureza aparentemente fácil desses poderes, Rejdak declarou que a força telecinética de Kulagina parecia guiada por vários princípios padrões. Por exemplo, para ela era mais fácil mover objetos cilíndricos e mais difícil movimentar coisas angulares. Os objetos com os quais ela não tinha familiaridade tendiam a se afastar dela. E quando ela se esforçava para mover os objetos, eles tendiam a se movimentar em exata coincidência com seu corpo, algumas vezes continuando a se mover, mesmo quando ela já havia parado.

A partir do fim da década de 60, alguns pesquisadores ocidentais visitaram a União Soviética para estudar os poderes de Kulagina. O dr. J. C. Pratt e Champe Ransom da Universidade de Virgínia foram os primeiros, e suas observações corroboraram as de Rejdak. Em seu livro ESP Research Today, por exemplo, o falecido dr. Pratt contou como ele observara Kulagina "praticar" seus poderes telecinéticos de sua posição atrás de uma porta ligeiramente aberta.

- Pude ver Kulagina através da porta aberta - declarou ele. - Ela estava sentada do outro lado de uma pequena mesa redonda, voltada para mim, e a caixa de fósforos e a bússola estavam diante dela, sobre a mesa. Depois de algum tempo, percebi que, enquanto mantinha suas mãos abertas em direção à caixa de fósforos, ela se movimentava alguns centímetros pela mesa em sua direção. Ela colocava a caixa de volta no centro da mesa e ela se movia novamente na mesma direção.

Por causa da publicidade que a parapsicologia soviética recebeu no final dos anos 60, os pesquisadores ocidentais foram proibidos de realizar novos testes com Kulagina, mas essa proibição foi cancelada em 1972.

Kulagina ainda realizou algumas demonstrações ocasionais para parapsicólogos estrangeiros, e seu nome foi mencionado em muitos jornais do Ocidente, quando ela foi chamada para ajudar os médicos a cuidar da saúde precária do primeiro-ministro da União Soviética, Nikita Kruschev.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz