domingo, 21 de fevereiro de 2016

Piano de Gatos


O "piano de gatos" (ou “cat organ”) é um suposto instrumento musical, que consistia em uma linha de gatos fixos nesse aparato com suas caudas estendidas para debaixo do teclado, de modo que eles gritavam de dor quando o (a) idiota pressionava as teclas que beliscavam essas suas partes.

Os infelizes bichanos seriam organizados de acordo com o tom de suas vozes (ou miados?). Não há registro oficial de um "cat organ" sendo construído, mas é descrito na literatura como um conceito bizarro.

Diz a lenda que este instrumento "musical" louco foi projetado em 1650 por Athanasius Kircher, um estudioso alemão do século 17.

O piano foi projetado para elevar os espíritos de um príncipe italiano que foi muito estressado. O músico iria selecionar os gatos cujas vozes seriam em diferentes tonalidades (?) e então organizá-los de acordo com a escala musical. E, depois, dá-lhe puxões afiados nos rabos dos gatos.

Em seu livro, "Musiciana, Descriptions of Rare or Bizarre Inventions" (1877), Jean-Baptiste Weckerlin descreve como:

"Quando o rei de Espanha Felipe II estava em Bruxelas em 1549 visitando seu pai ... regozijaram-se ao ver uma procissão completamente singular ... O mais curioso [parte do qual] era ... uma carruagem que transportava a música mais singular que se pode imaginar ...

Um urso que tocava órgão que, ao invés de tubos, tinha dezesseis cabeças de gato cada um com seu corpo confinado, com as caudas amarradas como cordas de piano .... Se uma das teclas fosse pressionada no teclado, a cauda correspondente seria puxada com força e se produzia um miado lamentável.

Esta orquestra abominável estava instalada dentro de um teatro onde os macacos, lobos, veados e outros animais dançavam ao som dessa música infernal."


Fonte: The Oddment Emporium

O Dilúvio de Cerveja de Londres

O Dilúvio de cerveja de Londres, também conhecido como inundação de cerveja de Londres, ocorreu em 17 de outubro de 1814 na freguesia de St. Giles, em Londres, Inglaterra. Na cervejaria da The Meux e Brewery Company, um enorme tonel contendo mais de 135.000 galões imperiais (610.000 litros) de cerveja rompeu, causando a ruptura de outras cubas no mesmo edifício, que sucumbiram em um efeito dominó.

Como resultado, mais de 323.000 galões imperiais (1.470.000 litros) de cerveja estouraram e jorraram para as ruas. A onda de cerveja destruiu duas casas e desmoronou o muro da Tavistock Arms Pub, matando uma adolescente, Eleanor Cooper, sob os escombros.

A cervejaria estava localizada entre as casas pobres e cortiços de St Giles, onde famílias inteiras viviam em quartos em porões, que rapidamente ficaram cheios de cerveja. Oito pessoas morreram afogadas na enchente.

A cervejaria foi finalmente levada a tribunal em razão do acidente, mas o desastre foi considerado como um "ato de Deus" pelo juiz e júri (como paralelo com nossa legislação, seria considerado Força maior), não responsabilizando ninguém. A empresa teve dificuldades para lidar com as consequências financeiras da catástrofe, com uma perda significativa das vendas agravada porque já tinha pago os impostos sobre a cerveja. Os proprietários da cervejaria fizeram um bom discurso ao Parlamento, reclamando o direito de ter o dinheiro do imposto devolvido, o que foi concedido e lhes permitiu continuar a fabricação de cervejas.

A cervejaria foi demolida em 1922, e hoje o "Dominion Theatre" ocupa uma parte do local onde ficava a cervejaria. Ao final, houve um total de 18 mortes.


Fontes: Wikipédia; The Oddment Emporium.

Animais no Banco de Réus

Figura: Porca e seus leitões sendo julgados pelo assassinato de uma criança (Chambers Book of Days).

Em 1386, um julgamento na cidade francesa de Falaise condenou o réu à pena máxima, enforcamento em praça pública, por cometer infanticídio – assassinato de criança. No dia da execução, o povo se aglomerou para ver o espetáculo. Pela importância da solenidade, o carrasco recebeu um par de luvas brancas.

No centro do show estava a ré: uma porca. Sim, isso mesmo. A porca havia sido julgada e condenada à forca. Na Europa feudal, o julgamento de animais era comum, já que se acreditava que, se eles eram responsáveis por crimes, deveriam responder por eles.

O júri era igual ao aplicado aos humanos – e até a advogados os animais tinham direito. A interpretação da criminalidade animal provavelmente vinha das crenças judaico-cristãs. Em uma passagem bíblica, a morte por apedrejamento é citada: “E se algum boi escornear homem ou mulher, que morra, o boi será apedrejado certamente, e a sua carne se não comerá; mas o dono do boi será absolvido.” (Êxodo, capítulo 21, versículo 28).

Segundo a professora de literatura inglesa da Universidade da Califórnia e autora do recém-lançado "For the Love of Animals: The Rise of the Animal Protection Movement" ("Pelo amor dos animais: o surgimento do movimento de proteção animal", em tradução literal), Kathryn Shevelow, em entrevista ao G1 por e-mail, a tradição de julgamentos era especialmente comum na França. "Os crimes eram geralmente homicídio ou crimes sexuais, como de humanos que fazem sexo com animais. Nessa época, os homens consideravam os animais moralmente responsáveis por seus atos."

No livro “The criminal prosecution and capital punishment of animals”, inédito em português, o americano Edward Payson Evans examina detalhes de 191 casos do tipo. Segundo ele, os julgamentos ocorreram principalmente entre os séculos XV e XVII, sendo que o primeiro registro encontrado pelo autor data de 824, quando toupeiras foram excomungadas no Vale de Aosta, noroeste da Itália. O último caso, segundo o livro, foi em 1906, quando um cachorro foi julgado em Délémont, na Suíça. 

Em alguns casos, os animais obtinham clemência. O júri podia ser tanto eclesiástico como secular, e o crime mais comum era homicídio - mas também foram registrados roubos. Além dos porcos, entre os bichos citados há abelhas, touros, cavalos, ratos, lobos, gatos e cobras.

Entre os animais acusados, os porcos estavam entre os que mais frequentavam o banco dos réus. Segundo escreveu Piers Beirne, professor de criminologia da Universidade de Southern Maine (EUA), em um artigo sobre o assunto, o motivo de os porcos serem comunmente acusados é que eles viviam livremente com os homens, e seu peso e tamanho faziam com que causassem problemas. 

O filme “Entre a Luz e as Trevas”, de 1993, mostra um advogado que viajou ao interior da França e acabou defendendo um porco em um julgamento.


Texto de Giovana Sanchez - G1, 09/09/08 - São Paulo

Precioso Alimento dos Cavalos Espanhóis


Quando os conquistadores chegaram ao Peru, centro do grande império dos incas, os índios peruanos pensaram que os cavalos de batalha dos espanhóis fossem monstros ferozes e perigosos, completamente diferentes de seus dóceis lhamas, especialmente quando esses animais escavavam o solo, relinchavam e balançavam a cabeça.

Amedrontados, os peruanos perguntaram aos cavalarianos por meio de um intérprete:

- O que é que esses ferozes animais comem?

Os espanhóis sabiam o que responder. Apontando para as joias e os ornamentos de ouro dos peruanos retrucaram:

- Eles comem essas coisas de metal amarelo. Estão com fome agora, mas não desejam ser vistos comendo. Deixem o alimento na frente deles e afastem-se daqui.

Nessa altura, os índios reuniram uma pilha de objetos de ouro, que os espanhóis colocaram no bolso. E então, chamando os índios de volta, disseram:

- Os ferozes animais ainda estão famintos. Tragam mais alimento.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz