segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O Incrível Pikki


Vladimir Durov, artista de circo especializado em domar animais, era capaz de fazer com que seus bichos realizassem qualquer coisa que desejasse. Dizia que seu sucesso se devia, em parte, à habilidade de estabelecer contatos mediúnicos com eles. Essa declaração acabou chegando aos ouvidos do professor W. Bechterev, chefe do Instituto para Pesquisas do Cérebro, em São Petersburgo.

Intrigado, Bechterev testou as afirmações de Durov com a ajuda de um cãozinho fox-terrier, chamado Pikki. O procedimento consistia em Bechterev escolher uma série de ordens, transmiti-las a Durov, que tomaria a cabeça do pequeno Pikki nas mãos, olharia bem dentro de seus olhos e passaria as instruções para o cérebro do animal.

Na primeira tentativa, Bechterev sugeriu que Durov fizesse o cachorrinho pular em uma cadeira, saltar para a mesa ao lado e, em seguida, raspar as patas no quadro posicionado em cima dela. Durov transmitiu as instruções para o cérebro de Pikki, procedimento que levou vários minutos, e o cachorrinho começou a caminhar.

Após alguns segundos, Pikki pulou da cadeira, correu rapidamente para a outra junto à parede e pulou sobre a pequena mesa redonda - relatou Bechterev.

Ficando em pé nas patas traseiras, ele aproximou-se do quadro e arranhou-o um pouco com as patas dianteiras.

Por intermédio das instruções de Durov, Bechterev descobriu que até ele era capaz de se comunicar com Pikki. No entanto, o famoso cientista não pôde descartar a possibilidade de que ambos estivessem, mesmo involuntariamente, sugestionando o cachorro por movimentos oculares. Assim, Bechterev enviou, posteriormente, dois colegas para que trabalhassem com Durov e Pikki em Moscou.

Durov explicou seu procedimento para a transmissão de ordens ao animal, e os cientistas realizaram seus experimentos, usando vendas nos olhos ou máscaras de metal no rosto. A despeito do uso desses controles, Pikki sempre respondia aos comandos mentais.

Mas ficou pairando o seguinte enigma: Durov podia realmente se comunicar com o cachorrinho, transmitindo instruções mentais ao cérebro do animal, ou será que Pikki era de fato um cãozinho mediúnico?


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz