sexta-feira, 4 de março de 2016

O Fantasma Saltador


Se Charles Dickens tivesse senso de humor mais vicioso, poderia ter criado um personagem semelhante a Spring-Heeled Jack. O fato de ter esse fantasma surgido aparentemente no centro de Londres demonstra que a realidade continua a exceder a imaginação de artistas e escritores.

Seria o tataravô do Batman? Parente do fictício Bruce Wayne das revistas em quadrinhos, também de uma família muito rica, ele no caso, um nobre inglês? Gotham City é a Londres vitoriana. No entanto, o nosso homem-morcego da Era Vitoriana age, não para combater o crime, mas sim para se divertir, para se mostrar para a mídia da época.

Spring-Heeled Jack surgiu pela primeira vez no início do século XIX em Barnes Common, região sudoeste de Londres, pulando diante das pessoas, atacando-as fisicamente, e fugindo sempre com inacreditável capacidade de saltar.

Uma das vítimas, Lucy Sales, garota de 18 anos, foi atacada quando se dirigia para casa em Green Dragon Alley, Limehouse. A figura encapotada pulou a sua frente, saindo da escuridão, cuspiu chamas que temporariamente cegaram Lucy, e então afastou-se saltando.

Jane Alsop, de Bearhind Lane, ao abrir a porta de casa para ver quem batia, defrontou-se com uma figura sombria vestida com capa, que disse:

- Sou um policial. Pelo amor de Deus, traga-me um candeeiro. Capturamos Spring-Heeled Jack nesta rua!

Ela voltou com uma vela, mas o "policial" jogou para trás as roupas, revelando uma terrível visão vestida com um capacete com chifres e um uniforme branco, que realçava as formas do corpo. Ele imediatamente agarrou-a e começou a passar as mãos em seu corpo. A respeito do atacante, Jane disse:

- O rosto dele era horrendo, seus olhos ardiam como bolas de fogo. As mãos, grandes e frias, pareciam pedras de gelo, e ele cuspia chamas azuis e brancas.

A histeria tomou conta da vizinhança. Foram organizados grupos para manter a ordem local, porém Spring-Heel Jack estava sempre um salto à frente dos captores. Uma de suas últimas aparições aconteceu no quartel de Aldershot, em 1877, onde atacou três sentinelas. Vários soldados dispararam os fuzis contra o atacante, mas ele conseguiu fugir.

Uma teoria dizia que Spring-Heel Jack seria, na realidade, o vagabundo nobre Henry, marquês de Waterford, que supostamente usava nos tornozelos molas de carruagem, para manter sua atlética agilidade. Essa hipótese parece quase tão incrível quanto a de que Spring-Heel Jack cuspia fogo. O marquês de Waterford teria de repetir o surpreendente ato por mais de quatro décadas, o que não seria nada fácil para um homem que, na ocasião, já deveria passar dos 60 anos.

A teoria parece ainda menos provável à luz do fato de que páraquedistas alemães, durante a Segunda Guerra Mundial, realizaram experiências com molas similares, projetadas para suavizar seus pousos. As experiências resultaram em uma série de tornozelos quebrados.


Fontes: Wikipédia; Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

O Enigma de Kaspar Hauser


Kaspar Hauser pode muito bem ter caído do céu. Ele apareceu nas ruas de Nuremberg, Alemanha, em 1828, mal podendo caminhar e pronunciar seu nome. De acordo com carta encontrada em seu poder, Kaspar tinha 16 anos de idade. Mas a carta, redigida em péssima caligrafia e endereçada ao capitão do Sexto Regimento de Cavalaria aquartelado em Nuremberg, dava poucos detalhes sobre a vida do rapaz. "Se não quiser ficar com ele", dizia a carta, "mate-o ou enforque-o em uma árvore."

Condoído, o carcereiro local instalou Kaspar no próprio alojamento, e começou, lentamente, a ensiná-lo a falar. Tudo que o rapaz podia se lembrar era de que fora criado no escuro de um cubículo, tratado apenas a pão e água. Ele parecia desconhecer as coisas mais elementares.

Um observador notou que, quando colocado diante de uma vela, Kaspar ficava o tempo todo tentando pegar a chama com os dedos. No entanto, seu sentido de visão era tão agudo que, segundo consta, conseguia ler no escuro e ver estrelas durante o dia. Era também ambidestro, e tinha marcada aversão por carne.

Por causa de sua história triste, toda Nuremberg adotou Kaspar, tratando-o como um filho. Ele foi colocado sob os cuidados pessoais de um certo professor Daumer, e atraiu a atenção das sociedades alemã e européia.

No dia 17 de outubro de 1829, Kaspar foi encontrado na casa de Daumer com a testa sangrando, resultado de um ferimento com faca, desfechado por um homem mascarado que apareceu de repente e o golpeou. Em 1831, ele foi ferido na testa outra vez, quando um revólver disparou acidentalmente.

No dia 14 de dezembro de 1833, Kaspar saiu correndo do parque, mortalmente ferido por outra punhalada. A polícia deu uma busca no parque, mas não achou a arma. O mistério aumentou ainda mais, porque os policiais encontraram apenas as pegadas de Kaspar na neve. Ele morreu três dias depois.

Von Feurbach, um de seus biógrafos, declarou o seguinte a respeito do enigma de Nuremberg:

- Kaspar Hauser demonstrava deficiência tão grande de palavras e ideias, uma ignorância tão acentuada das coisas mais comuns e um horror tão grande de todos os costumes, todas as conveniências e necessidades da vida civilizada, e, além disso, havia peculiaridades tão extraordinárias em sua disposição social, mental e física, que qualquer pessoa poderia ser levada a acreditar que ele pudesse ser um cidadão de outro planeta, transferido, através de algum milagre, para o nosso.

Em 1974, o diretor de cinema alemão Werner Herzog realizou um filme, chamado O Enigma de Kaspar Hauser, onde narra a história desse fascinante personagem.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

A Longa Viagem de Volta


Não sabemos se a capacidade de voltar para casa demonstrada pelos animais resulta de um senso superior de direção ou de uma sexto sentido desconhecido pela ciência. O fato é que a habilidade de orientação do cachorro continuamente surpreende seus melhores amigos. 

Em pelo menos três casos documentados, os cachorros viajaram milhares de quilômetros, e há vários exemplos de cães que também encontram o caminho de volta em distâncias mais curtas.

Nick, o cachorro de Doug Simpson, por exemplo, desapareceu durante o camping que fizeram juntos na região sul do Arizona, em novembro de 1979. Simpson passou duas semanas procurando desesperadamente o pastor alemão, mas ele não foi encontrado. Simpson acabou retornando para sua casa, na Pennsylvania.

Quatro meses mais tarde, com cortes ainda sangrando e o pelo arranhado, Nick chegou na casa dos pais de Simpson, em Selah, Washington. O cão aparentemente atravessara o deserto do Arizona, o Grande Canyon, as perigosas montanhas Rochosas, rios congelados, montanhas cobertas de neve e rodovias diversas. Quando chegou à entrada da casa, onde o carro de Simpson estava estacionado, ele desmaiou de exaustão. A mãe de Simpson encontrou o cachorro, que foi recompensado quando seu dono chegou e o levou para casa.

Jessie, outro cão pastor alemão, ficou em Aspen, Colorado, quando seu dono, Dexter Gardiner, mudou-se de East Greenwich, Rhode Island. Sentindo-se abandonado, o cachorro partiu de Aspen e apareceu na casa dos Gardiner seis meses mais tarde, porém a família estava viajando em férias de verão.

Depois de breve permanência pelas ruas, Jessie foi recolhido pela sra. Linda Babcock. Mas como não conseguia se esquecer dos antigos donos, resolveu voltar para casa. Dessa vez, os Gardiner não estavam viajando e ficaram contentes com o retorno, embora estranhassem o seu súbito aparecimento. Uma pesquisa sobre a longa viagem de Jessie acabou levando os Gardiner até a sra. Babcock, que, após negociações amigáveis, devolveu o cachorro a eles.



No entanto, o mais longo esforço de volta ao lar aconteceu em 1923, com Bobbie, collie que pertencia a uma família de Silverton, Oregon. Bobbie se perdeu durante as férias familiares em Walcott, Indiana. Seis meses mais tarde, conseguiu voltar para casa, cobrindo distância superior a 3 mil quilômetros.

Detalhes da longa viagem de Bobbie foram posteriormente fornecidos pelas famílias que cuidaram dele por todo o caminho. Fez-se também o levantamento do percurso através dos Estados de Illinois, Iowa, Nebraska, Colorado, Wyoming e Idaho. Bobbie atravessou as montanhas Rochosas em pleno inverno.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

O que Aconteceu em Roanoke?


A primeira criança inglesa nascida nos EUA recebeu o nome de Virgínia Dare. Os pais haviam embarcado para o Novo Mundo com o grupo de pioneiros que desembarcou na ilha de Roanoke, na costa da Carolina do Norte, e Virgínia nasceu pouco depois, no dia 18 de agosto de 1587.

O navio que transportou os Dare para a nova pátria acabou retornando à Inglaterra com todos os homens a bordo, com exceção de dez. Esses homens foram deixados para dar início à colonização, mas, quando o navio seguinte chegou, não foram mais encontrados.

O segundo navio também retornou à Inglaterra, dessa vez deixando cem pessoas para dar sequência à colonização. Algum tempo depois, chegou mais um navio, e seus passageiros, novamente, deram com a ilha vazia.

Não havia vestígios de violência, luta, nem de sepulturas. Apenas a palavra "CRO" entalhada em uma árvore, e "CROATAN" entalhada em outra. Croatan, ilha localizada na costa da Carolina do Norte, era, aparentemente, o lugar onde o grupo de colonos resolvera se instalar. Contudo, o capitão do navio, temendo a falta de alimentos e a aproximação do inverno, decidiu rumar em direção às Antilhas e passar o inverno ali.

Quando o navio seguinte chegou à ilha de Croatan, os tripulantes também não encontraram nada, nem sinais de algum massacre de índios. Não havia sepulturas e, com exceção de histórias ocasionais, que falavam de crianças índias com cabelos "amarelos" e olhos azuis, nenhum dos 110 pioneiros jamais foi encontrado. Embora seja tema de numerosos boatos e lendas, o mistério jamais foi explicado.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

A Batalha dos Aliados


No início de agosto de 1951, duas cunhadas inglesas passavam férias na França, quando a tranquilidade do sono foi interrompida por disparos de canhões. Não demorou muito tempo para perceberem que estavam ouvindo sons de uma guerra. O barulho continuou, interrompido aqui e ali, durante quase três horas.

No dia seguinte, quando as duas mulheres assustadas tentaram descobrir o que acontecera, ficaram chocadas com a notícia de que nenhuma batalha havia sido travada. Na realidade, ninguém mais ouvira nada.

No entanto, depois de uma investigação elas ficaram sabendo que estavam passando as férias em Puys, na praia perto de Dieppe, área ocupada e muito bem fortificada durante a Segunda Guerra Mundial. Ali, quase nove anos antes, os Aliados desencadearam uma invasão dispendiosa e sangrenta. Mais da metade dos 6 086 homens que chegaram à praia, no dia 19 de agosto de 1942, foram mortos, feridos ou capturados.

As inglesas ficaram sabendo que os sons que escutaram eram a reprodução auditiva quase exata daquela batalha, como se elas estivessem naquele hotel no momento em que a invasão aconteceu. Elas ouviram bombas e gritos de madrugada, "por volta das 4 horas", e o barulho parou abruptamente cinco minutos depois. O verdadeiro bombardeio começou às 3h47 e foi interrompido, de acordo com registros militares, às 4h50. Ambas ouviram bombardeios e os gritos dos homens, e então fez-se silêncio outra vez; novamente, os registros militares confirmaram que o bombardeio foi interrompido mais ou menos naquele horário, entre 5h07 e 5h40.

Todos os sons que elas escutaram combinam com os registros militares da batalha. É interessante notar que a batalha parou às 6 horas, o mesmo horário em que todos os ruídos foram interrompidos para as mulheres. No entanto, as cunhadas inglesas ouviram os gritos desesperados de homens feridos e moribundos por mais uma hora, gritos que foram ficando cada vez mais fracos, à medida que o tempo ia passando.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Demônios, Possessão e Exorcismo

Clérigo exorcizando o espírito do mal. Gravura de C. Penoso (1878).

No outro lado do lago, na terra dos gadarenos, dois possessos de demônios saíram de um cemitério e vieram-lhe ao encontro. Eram tão furiosos que pessoa alguma ousava passar por ali. Eis que se puseram a gritar: "Que tens a ver conosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" Havia, não longe dali uma grande vara de porcos pastando. Os demônios imploraram a Jesus: "Se nos expulsar, envia-nos para aquela vara de porcos." "Ide!", disse-lhes. Eles saíram e entraram nos porcos. Neste instante toda a vara se precipitou pelo declive escarpado para o lago, e morreu nas águas. Os guardas fugiram e foram contar na cidade o que se passara e o sucedido com os endemoninhados.

Definição: Um demônio é um ser sobrenatural maléfico; a possessão ocorre quando um ser humano é tomado por um demônio; o exorcismo é o ritual religioso empregado para expulsar o demônio de uma pessoa possuída.

O que os crentes dizem: Os demônios são reais, e são uma legião. Eles são uma espécie sobrenatural de seres puramente maléficos que podem possuir os homens e destruí-los. Algumas vezes o exorcismo funciona para expulsá-los.

O que os céticos dizem: Demônios não existem. Os seres humanos sem dúvida são capazes de atos "demoníacos", mas a noção de que demônios, anjos caídos e espíritos malignos percorrem a Terra e possuem as pessoas é ridícula. Isso nada mais é do que uma superstição ignorante e uma relutância em colocar a culpa pelo mal em seu devido lugar: nos humanos criminosos.

Qualidade das provas existentes: Moderada.

Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Moderada a Boa.

Poucas horas após o colapso das torres do "World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, começaram a circular fotos na internet mostrando um rosto enorme, claramente demoníaco, emergindo da fumaça e das chamas. Muitos dos religiosos declararam ser Satanás (ou um de seus lacaios) comprazendo-se no caos e sofrimento; os agnósticos e os ateus acharam que as pessoas estavam simplesmente vendo algo na forma da fumaça e das chamas. Foram feitas várias descrições da imagem, mas acreditar que isso era apenas um truque de luz e sombra ou uma verdadeira manifestação demoníaca dependia somente do sistema de crenças da pessoa. Havia um rosto em meio ao fogo. Isso é indiscutível. Sua gênese já é mais problemática.

A Igreja Católica afirma que o Diabo com certeza é real, que os demônios que o servem são reais e que ou Satanás ou algum de seus lacaios pode possuir os seres humanos e coagi-los a dizer ou fazer todo tipo de coisas maléficas.

Quando uma pessoa está possuída, algumas vezes é realizado um exorcismo. Trata-se de um ritual católico oficial no qual um padre conjura os poderes de Deus a fim de expulsar o demônio do corpo do possuído.

Os mais pios entre os devotos não são imunes à possessão demoníaca. Na verdade, eles muitas vezes parecem ser os alvos prediletos de Satanás. Segundo relatos, em 1997, um padre em Calcutá, atuando sob ordens diretas do arcebispo, realizou um exorcismo em ninguém menos do que a Madre Teresa. Por quê? Porque a santa freira acreditava do fundo do coração que estava sendo atacada pelo Diabo.

De acordo com um pesquisador medieval citado na Enciclopédia do ocultismo, existem vários sinais que revelam se uma pessoa está ou não possuída por um demônio, entre eles, vomitar objetos, fazer um pacto com o Diabo, abraçar o mal, ser extremamente violento, fazer barulhos e sons do outro mundo e blasfemar contra Deus ou Jesus.

O pesquisador medieval também disse que viver sozinho, ser feio, imaginar-se possuído, possuir doenças crônicas e estar cansado de viver também se qualificavam, e aí está o problema com a suspeita de possessão demoníaca.

As doenças mentais são, em geral, as culpadas por comportamentos "demoníacos", e é por isso que a Igreja Católica sempre envia as pessoas, com medo de elas ou seus entes queridos estarem possuídos, a um psiquiatra, antes de discutir a possibilidade de um exorcismo.

Quando analisamos as histórias de monstros humanos como Hitler, Hussein, Stalin e Pol Pot (para não mencionar os Jeffrey Dahmer e Timothy McVeigh do nosso mundo), e de outros da mesma laia, é difícil imaginar que eles se comportaram segundo seus próprios preceitos humanos. É muito fácil imaginá-los possuídos por algum demônio malevolente que os guiou no decorrer de suas vidas abomináveis. Ainda assim, é provável que os demônios da história fossem humanos demais.

Isso quer dizer que todo o mal cometido e encorajado por eles não teria sido "inspirado" por algum poder acima de nosso plano de existência? A resposta a essa questão depende de a pessoa acreditar ou não na existência do mal verdadeiro como uma entidade, como um poder que pode "infectar" os seres humanos.

Quem sabe? Se alguém como a Madre Teresa acreditava estar sob ataque de uma força demoníaca, quem pode dizer que o resto de nós está imune? 


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004.

O Fantasma da Freira


A residência paroquial de Borley, em Essex, Inglaterra, foi constantemente perturbada, desde o início de sua existência, na segunda metade do século 19. Talvez a aparência fantasmagórica - com seus trinta quartos, a construção era considerada uma monstruosidade arquitetônica - cooperasse para os estranhos eventos. Seus primeiros habitantes, o reverendo Henry Dawson Ellis Buli, sua mulher e catorze filhos, contaram muitas histórias relativas a ruídos estranhos e à frequente aparição do fantasma de uma freira.

Após a morte de Henry, o filho mais velho, Harry Buli, assumiu a residência paroquial de 1892 até 1927, e os inusitados acontecimentos continuaram. O fantasma da freira passou a ser visto com tamanha frequência que a área onde ela aparecia veio a ser chamada de Passeio da Freira. Algumas pessoas chegaram a afirmar que viram um cocheiro sem cabeça em uma carruagem puxada por cavalos que soltavam fogo pelas narinas.

Os habitantes que vieram após, o reverendo e a sra. G. Eric Smith, ficaram ali apenas alguns meses, alegando que os bizarros fenômenos eram o motivo da mudança.

Finalmente, o reverendo Lionel Foyster, sua mulher Marianne e a filha chegaram à residência paroquial. As histórias continuaram, com Marianne insistindo que um fantasma a esbofeteara no rosto e a atirara para fora da cama.

Com o objetivo de investigar, o Laboratório Nacional Britânico de Pesquisas Psíquicas interveio. Seu fundador, Harry Price, colocou anúncio no Times de Londres à procura de pessoas que quisessem fazer vigília na residência paroquial mal-assombrada. O anúncio exigia que os observadores fossem imparciais, críticos e inteligentes, e Price levou quarenta deles até a casa. Novamente, eles declararam ter visto objetos se movimentarem e ouvido ruídos inexplicáveis.

O comandante A. B. Campbell disse ter sido atingido por um sabão em pedra, e outro homem, o filósofo C. E. M. Joad, afirmou ter visto o nível do termômetro descer dez graus, sem qualquer motivo aparente.

Seguiram-se muitas controvérsias. Quando os Foyster saíram em férias, o próprio Price mudou-se para a casa e relatou grande variedade de fenômenos, suficientes para escrever um livro. No entanto, após sua morte, os críticos disseram que Price inventara alguns dos eventos e exagerara outros.

A história ficou mais interessante depois que um incêndio destruiu completamente a residência paroquial, em 1939. O reverendo W. J. Phythian-Adams, cônego de Carlisle, no Canadá, sugeriu que a freira tantas vezes vista não era inglesa, como sempre se acreditara, mas francesa.

Uma mulher chamada Marie Lurie, segundo constava, abandonara o convento para viver com seu amante no século 18. Fugiram para a Inglaterra, porém o amante voltou-se contra ela e a estrangulou. Acredita-se que ele a tenha enterrado no porão da casa que ocupava as terras de Borley, antes da construção da residência paroquial.

Depois do incêndio, os homens que se dedicavam aos trabalhos de escavação descobriram a sepultura, que continha apenas algumas medalhas religiosas e o crânio de uma mulher.

A destruição da casa parece ter eliminado os passeios macabros da freira, mas a história não termina aí. Os membros de um grupo que tentava realizar, recentemente, estudos científicos naquele local, ouviram ruídos esquisitos e inexplicáveis durante a noite, registraram súbita variação na temperatura, viram luzes de origem desconhecida e sentiram odores estranhos.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Em Águas Profundas


As pessoas que visitam o Museu Topkapi, em Istambul, Turquia, são informadas das crueldades e dos perigos da época em que o Topkapi, construído no alto de um penhasco sobre o Bósforo, era o palácio imperial do sultanato turco. 

Os sultões da Turquia, como os imperadores romanos, exerciam poder de vida e morte sobre seus súditos. Uma das lendas mais desalentadoras a respeito desse arbítrio refere-se ao que acontecia às concubinas imperiais que, infiéis ou insolentes, desagradavam o sultão.

"Abdul, o Maldito", foi governante especialmente notório. Suas infelizes concubinas eram colocadas vivas dentro de um saco cheio de pedras e atiradas nas águas do Bósforo. Contudo, elas não desapareceram totalmente. Anos mais tarde, mergulhadores que trabalhavam em águas profundas nas proximidades do palácio encontraram esses sacos em pé, no fundo do mar, balançando de um lado para outro, como se estivessem vivos, nas frias águas da corrente.

Em 1957, um episódio submarino ainda mais assustador foi vivido por mergulhadores da Tchecoslováquia, no local chamado Lago do Diabo. Os mergulhadores estavam à procura do corpo de um jovem que, presumivelmente, teria morrido afogado quando trafegava com seu barco no lago.

O que eles encontraram, no entanto, em águas profundas, não foi um cadáver mas vários, e nem todos eram seres humanos. Havia soldados vestidos com uniformes de combate, alguns sentados em caminhões ou em carretas de munições, e muitos dos cavalos ainda em pé, com arreios.

Homens, veículos e animais era tudo o que restava de uma unidade da artilharia alemã que, atravessando o gelo durante a retirada germânica na Segunda Guerra Mundial, afundara devido à ruptura da camada de gelo, provavelmente sob bombardeio, e acabara no fundo do lago. As águas extremamente frias e profundas os preservaram por doze anos, em posição e prontos para o combate - porém mortos.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz