quarta-feira, 30 de março de 2016

A Legião Fantasma de York


A cidade de York é uma das mais antigas e mais bem preservadas da Inglaterra. Nos tempos romanos, chamava-se Eboracum e era quartel de poderosa Legião que, por estar sediada no extremo norte do Império, era chamada “A Última Legião”. Ao longo dos séculos, a cidade tem sido palco de contos fantasiosos e aparições fantasmagóricas dos mais variados tipos, todos eles registrados pelos cronistas e, sobretudo, pela imprensa local.

Todavia é um prédio construído em 1648, o palco das mais extraordinárias aparições: a Treasurer’s House! O prédio foi erguido sobre as ruínas da antiga Minster’s Treasurer ("Tesouraria da Catedral"), fechada um século antes durante a Reforma Religiosa do rei Henrique VIII. Sabe-se que o prédio anterior já gozava da fama de mal-assombrado há séculos, mas ninguém esperava que o mesmo ocorresse com o seu “moderno” sucessor. Porém, desde o começo estranhas ocorrências e aparições bizarras eram constantemente relatadas pelos visitantes e servidores da repartição do Fisco, a ponto de até mesmo guardas e vigias terem medo de passar a noite por lá.

Curiosamente, os fenômenos tinham sempre caráter militar, pois eram geralmente ruídos surdos de homens marchando ao toque de tambores e clarins embora não houvesse quartel nos arredores e não estivesse ocorrendo desfiles na cidade. Os relatos das visões falavam sempre de homens envoltos em peles, portando lanças e usando saias, levando muitos a acreditarem tratarem-se de fantasmas de antigos soldados escoceses que por várias vezes ocuparam a cidade nas guerras da Idade Média.
     
Nos tempos modernos, tais histórias fantásticas foram esquecidas ou passaram ao folclore e sempre que algo estranho acontecia logo se descobria explicação “racional e científica” para o fato.

Foi quando em 1953 um adolescente aprendiz de encanador, Harry Martindale, trabalhava no vasto porão com o seu mestre durante reformas que se fazia no prédio na ocasião. Devido à urgência dos serviços, os operários tinham entrado noite adentro e o mestre saíra em busca de ferramenta que esquecera, deixando Harry trabalhando sozinho.

Eis que de repente ouviu passos próximos de homens marchando, produzindo ruído muito diferente dos ouvidos no local das obras. Embora não prestasse atenção no início e não se desviasse do que fazia, ficou de cabelo em pé quando o recinto foi inundado por estranha luz com tonalidades rosa, vermelha e verde. Assustado, correu para o lado oposto, de onde divisava todo o salão, e ficou petrificado ao ver sair da grossa parede ao lado cavalo montado por estranho soldado com capacete enfeitado e capa. Com a língua engrolada e incapaz de produzir sons ou mover-se, Harry viu que atrás do cavaleiro saiam da parede soldados mais estranhos ainda, usando armaduras, saiotes e portando esquisitos estandartes. Alguns se cobriam com peles de lobos ou de ursos a guisa de capote e estavam armados com lanças, espadas e escudos.

À medida que cruzavam o salão sumiam na parede oposta, não sabendo Harry dizer depois quanto tempo durou a aparição, pois quando o seu mestre voltou, bem depois de ter saído, ainda o encontrou encostado à parede, paralisado.

Harry só tinha instrução primária e nada sabia de História, mas, apesar da galhofa dos colegas mais velhos, manteve-se firme e o caso chegou aos ouvidos da imprensa, que não perdeu tempo e o publicou em manchete, dobrando as vendas e atraindo multidões ao local. Harry foi tão honesto que não ocultou detalhes que ninguém conseguia entender: o primeiro era que os soldados pareciam canhotos, pois levavam suas espadas no lado direito; outro era que as espadas eram muito menores que as atuais; finalmente, o mais estranho de tudo: as pernas dos cavalos e dos soldados só apareciam acima do piso a partir de cerca de um palmo abaixo do joelho! Segundo Harry, era como se marchassem com água no meio das pernas. Para isso não havia explicação, pois o piso era sólido e seco, não havendo indícios de que tivesse havido água no local.

Finalmente grupo de eruditos, não tão descrentes dos fenômenos paranormais, concluiu que os prováveis fantasmas eram romanos e não escoceses, porque só os romanos usavam espadas curtas e as portavam do lado direito. Assim, o erudito grupo aventou a hipótese de que talvez ali passasse antiga estrada romana, tendo sido ela ocultada não só pelos séculos de abandono e acumulação de terra trazida pelo vento, mas também pelo rebaixamento que o solo sofre com o passar do tempo. Marchando as aparições por estrada abaixo do solo do porão, era lógico que seus pés e parte das pernas se movessem abaixo dele, ficando ocultos aos olhos de quem os visse.

Obtida a autorização para escavar, removeram o velho piso e constataram que a hipótese era correta: cerca de 30 centímetros abaixo havia trecho intacto de milenar estrada romana pavimentada com largas pedras polidas!

A estória virou verdade e o garoto Harry virou celebridade, mas, como sempre acontece, boatos maldosos surgiram dizendo que fora tudo uma farsa montada pelos intelectuais e jornalistas em conluio com a Prefeitura para escavarem o local e criarem sensacionalismo, pois há muito sabiam que ali passava antiga estrada romana.


Fonte: Virgilio Campos História Antiga - A Legião Romana Fantasma de Kent

O Fantasma de Hammersmith

Hammersmith atormentada por numerosos avistamentos do que parecia ser uma aparição fantasmagórica

Tarde da noite de 3 de janeiro de 1804, um pedreiro chamado Thomas Millwood deixou sua casa em Hammersmith, a oeste de Londres. Ele estava bem vestido, trajando uma roupa inteiramente branca, colete de flanela e avental também das mesmas cores, indumentária típica dos profissionais desse ofício daquela Inglaterra do início do século 19. Infelizmente para Millwood, porém, esse seu traje provocou a sua morte.

Às 22:30hs, enquanto ele andava sozinho, descendo o Black-Lion-Lane, foi confrontado e morto a tiros por um funcionário da alfândega chamado Francis Smith - encetando assim um dos casos mais estranhos, mais lembrados e mais influentes na história legal britânica.

Smith foi preso pelo assassinato, mas, no entanto, alegou legítima defesa e possuía uma boa justificativa: Millwood estava vestido com roupas brancas e, portanto, pensou que estava atirando em um fantasma.

Acredite ou não, naquele momento, isso não parecia ser uma história absurda. Durante todo o mês anterior, a área de Hammersmith havia sido atormentada por numerosos avistamentos do que parecia ser uma aparição fantasmagórica. As coisas ficaram realmente sérias quando uma mulher grávida que alegou ter sido atacada pelo fantasma, morreu dois dias depois.

Vigilantes armados começaram a procurar pelo fantasma, no qual, Francis Smith não teve culpa de fazer o que fez na noite de 3 de janeiro, quando ele atirou em Thomas Millwood.

Já que a comunidade estava tão aterrorizada com o "Fantasma de Hammersmith", as pessoas se perguntavam se Smith deveria ser responsabilizado pela morte de Millwood, mesmo assim, ele ainda foi acusado de homicídio doloso.

Millwood foi confrontado e morto a tiros por um funcionário da alfândega chamado Francis Smith

No julgamento, realmente testemunharam sobre incidentes anteriores onde a roupa branca de Millwood de fato assustou às pessoas, que o confundiram com um fantasma. O júri decidiu inicialmente que Smith só deveria ser condenado com uma acusação menor de homicídio.

No entanto, o juiz anulou o veredito e disse que eles precisavam encontrar Smith culpado de assassinato ou absolvê-lo por completo. O júri então optou por encontrá-lo culpado e ele foi condenado à morte. No entanto, logo foi concedido a Smith um perdão real que comutou a sentença para um ano de trabalhos forçados. Após este incidente, o fantasma de Hammersmith, nunca mais foi visto.


Fontes: Ghosts, witches, vampires, fairies and the law of murder; Assombrado.

A Estranha Visita de Mary Roff


Na questão longamente debatida da reencarnação, um dos casos mais recentes de que se tem notícia é também o mais surpreendente. Trata-se da história de Mary Lurancy Vennum que, aos 13 anos de idade, sofreu alguns ataques de epilepsia com estranhos resultados. Mary nasceu em 1864 perto de Watseka, Illinois. No verão de 1877 ela sofreu uma série de ataques epilépticos, muitas vezes caindo em inconsciência.

A primeira evidência da reencarnação de Vennum emergiu após um ataque que a deixou inconsciente por cinco dias. Quando voltou a si, ela contou a seus pais que visitara o Paraíso e conversara com um irmão e com uma irmã que já haviam morrido. Mary Vennum não tinha irmãos nem irmãs, e para seus pais ela parecia destinada a parar não no Paraíso, mas em um hospício, particularmente depois que começou a falar com as vozes estranhas de um homem e de uma mulher.

Mas Asa Roff, um amigo da família, interveio. A filha de Roff morrera dezesseis anos antes durante um ataque epilético, e ele conhecia um médico que podia ajudar. O dr. E. W. Stevens foi chamado e encontrou Mary Vennum em transe mediúnico, incorporando primeiro o homem e depois a mulher.

Stevens prontamente hipnotizou a menina, que contou-lhe que havia sido possuída por maus espíritos. Quando o médico sugeriu que seria necessário um outro espírito do além para ajudá-la a se livrar daquelas entidades, a própria Mary fez uma sugestão: propôs que Mary Roff, a filha morta de Asa Roff, fosse chamada. Ele concordou sem perda de tempo.

Quaisquer que possam ter sido os distúrbios psicológicos daquela menina, o fato é que a ciência da psicologia dificilmente poderá explicar o que aconteceu a seguir.

No dia seguinte, Mary Vennum pareceu transformar-se em Mary Roff, e quando a sra. Roff e uma filha foram visitá-la, Mary chamou a irmã pelo nome, embora as duas jamais tivessem se visto, abraçou as duas e chorou. Ela voltou com as duas à casa dos Roff e pareceu reconhecer tudo e todos na vizinhança, constantemente recordando incidentes da infância de Mary Roff. Interrogando-a a fundo, o próprio Stevens convenceu-se de que a menina sabia tudo sobre a vida de Mary Roff.

Após algum tempo, a menina disse à família Roff que só podia ficar ali alguns meses. Posteriormente, anunciou o dia exato em que partiria e, finalmente, despediu-se. Depois disso, ela voltou ao lar dos Vennum, onde o sr. e a sra. Vennum ficaram felizes ao ver que sua filha Mary Lurancy Vennum voltara para sempre - e completamente curada da epilepsia.


Fontes: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz; Wikipédia.

O Efeito Ganzfeld


Alguns especialistas acreditam que todos possuem algum resquício de mediunidade. O problema, afirmam, é encontrar esse sexto sentido nas galerias secretas da mente.

Um dos procedimentos mais bem-sucedidos para ajudar alguém a aprender como usar a percepção extrassensorial é a técnica de Ganzfeld, na qual o voluntário senta-se em uma cabine fechada, à prova de som, e recebe a ordem de ficar descontraído, enquanto duas metades de uma bola de pingue-pongue são colocadas sobre seus olhos. Como as esferas translúcidas dispersam a luz, a pessoa tem apenas um campo visual avermelhado e indiferenciado. Fones colocados nos ouvidos emitem um suave som sibilante, e a pessoa fica isolada de qualquer outra fonte de força sensorial.

O especialista que coordena a experiência, sentado em outro ambiente, olha para imagens selecionadas a esmo e tenta transmiti-las para a pessoa que está sendo testada por meio da PES (percepção extrassensorial). Quando a experiência termina, 35 minutos ou mais depois, a pessoa testada é solicitada a separar cópias daquelas imagens, entre algumas outras colocadas ali apenas para dificultar sua tarefa.

Nas experiências de Ganzfeld, cujo primeiro relatório foi feito por Charles Honorton, da divisão de parapsicologia e psicofísica do Maimonides Medical Center em 1973, quase metade das pessoas testadas escolheram a imagem correta. Quando o tema de uma dessas sessões era "Pássaros do Mundo", por exemplo, a pessoa submetida ao teste reportava "uma grande cabeça de gavião" e "a sensação de penas macias". Não se consegue um resultado melhor do que esse por intermédio da telepatia.

Desde que os cientistas do Maimonides relataram seu primeiro sucesso, o Efeito Ganzfeld foi reproduzido por diversos outros laboratórios de parapsicologia. Hoje em dia, ele é uma das ferramentas mais confiáveis para testes de percepção extrassensorial.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Voo da Morte


O comandante Thomas Mantell, piloto experiente da Força Aérea, morreu em um controvertido acidente aéreo no dia 7 de janeiro de 1948. De acordo com o relatório oficial, seu avião ganhava altura quando uma perda total de potência forçou-o a seguir horizontalmente, em seguida inclinar para um lado e mergulhar em uma espiral fatal. Segundo declarações de outros pilotos, Mantell perdeu a consciência devido à falta de oxigênio e não voltou a si.

Na verdade, o voo da morte de Mantell começou quando a torre de Godman Field, Kentucky, avistou um grande objeto brilhante, em forma de disco, voando no céu. Os funcionários da torre de controle decidiram que o objeto não era um balão meteorológico e, incapazes de identificá-lo, enviaram o comandante Mantell, juntamente com um grupo de aviões, para verificar o que acontecia.

Mantell subiu a 4 500 metros. Nesse ponto os outros aviões retornaram, porque uma altitude tão elevada exigia um equipamento de oxigênio diferente. Mas Mantell seguiu em frente. Finalmente ele transmitiu seu último aviso pelo rádio: - Parece ser metálico e seu tamanho é imenso. Está sobre mim e estou me aproximando dele.

Destroços do avião de Mantell foram posteriormente recolhidos. Eles estavam permeados com centenas de pequenos orifícios.

A despeito desses fatos, os altos escalões da Força Aérea negaram a possibilidade de um OVNI, e determinaram posteriormente que Mantell teria visto o planeta Vênus ou um dos muitos balões meteorológicos que a Marinha estaria usando na área naquele momento.

No entanto, os ufologistas apressaram-se a reagir: o Sol deveria estar inusitadamente claro para permitir que pessoas em terra avistassem Vênus com tamanha nitidez. Na verdade, afirmaram eles, a aparição simplesmente teria sido tão nítida que todos teriam visto Vênus, ou até mesmo Vênus e um balão.

Porta-vozes da Força Aérea finalmente vieram a público para afirmar que as testemunhas teriam visto Vênus e dois balões, aparentemente ligados um ao outro, parecendo um poderoso OVNI. Todavia, a Força Aérea jamais conseguiu explicar os boatos relativos ao corpo de Mantell: ele foi, aparentemente, retirado pela polícia e colocado em seguida num caixão, o que convenceu alguns investigadores de que Mantell estaria coberto com estranhos ferimentos, ou que nenhum corpo foi encontrado.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz