sábado, 21 de maio de 2016

O Caso de Renata


O psiquiatra da antiga Tchecoslováquia (agora República Tcheca) Stanislov Grof, especialista no uso de alucinógenos, trabalhava nos 1980 no famoso Esalen Institute em Big Sur, EUA. Antes de partir de sua pátria, Stanislov tratou de uma jovem dona de casa chamada Renata, em avançado processo de autodestruição.

Grof pediu a sua paciente que recordasse seu doloroso passado com o auxílio de LSD (Dietilamida do Ácido Lisérgico) e, em pouco tempo, ela começou a relatar cenas da cidade de Praga no século 17. Descreveu corretamente a arquitetura, o vestuário, e até mesmo as armas daquele período. Ela guardava lembranças vividas da invasão da Boêmia pelo Império Austro-Húngaro dos Habsburgo. E chegou inclusive a descrever a decapitação de um jovem nobre pelos Habsburgo.

Grof tentou entender as visões com todas as ferramentas terapêuticas de que dispunha, mas não conseguiu encontrar nenhuma explicação psicológica. Ele partiu para os EUA antes que o caso pudesse ser solucionado. Mas, dois anos mais tarde, recebeu uma carta de sua antiga paciente. Acontece que Renata encontrara seu pai, a quem não via desde a infância.

O cerco e a luta na cidade de Praga, Boêmia, atacada pelas forças austro-húngaras (século 17).

Durante suas conversas, ela ficara sabendo que seu pai fizera um estudo genealógico da família até o século 17 - chegando a um nobre decapitado pelos Habsburgo durante a ocupação do que nos dias de hoje era a Tchecoslováquia.

Como Renata conseguiu "lembrar" essa informação continua um mistério, pois seu pai, aparentemente, fez essas descobertas após abandonar sua família. Renata acredita que suas impressões emergiram de alguma forma de lembrança "herdada". O próprio Grof afirma que as lembranças de Renata originam-se de uma vida anterior em Praga.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

A Maldição do Faraó

O arqueólogo Howard Carter encontra a lendária tumba (17/02/1922).

Embora as grandes pirâmides do Egito tenham permanecido intocadas durante séculos, no início dos anos 20 muitas das estruturas e tumbas dos faraós foram saqueadas por arqueólogos aventureiros e caçadores de tesouros.

Uma tumba, no entanto, permaneceu intocada: a do famoso Faraó Tutancâmon. Segundo a lenda, a tumba, repleta de tesouros, foi guardada por uma maldição que condenava à morte qualquer um que ali entrasse. Mas isso não impediu que George E. S. M. Herbert, conde de Carnarvon, fosse ao Egito pela primeira vez esperando que o clima seco curasse sua doença respiratória.

Mesmo sem ter experiência anterior em arqueologia, Herbert tinha o dinheiro necessário para financiar expedições. E, em pouco tempo, ele e o arqueólogo Howard Carter partiram para encontrar a lendária tumba.

Após muitas escavações durante vários anos, eles finalmente encontraram alguns fragmentos de peças que traziam o nome de Tutancâmon. E as peças os levaram à sala do tesouro, onde repousava o tão longamente procurado faraó.

Um grupo de vinte pessoas serviu como testemunha de que Carter entrou naquela sala no dia 17 de fevereiro de 1922, mas lorde Carnarvon viveu pouco tempo para apreciar a descoberta. Ele morreu em abril no Hotel Continental no Cairo, depois de contrair uma súbita e não diagnosticada febre, que debilitou seu corpo durante doze dias. Poucos minutos após sua morte, houve falta de energia elétrica no Cairo. E o cachorro de Carnarvon, em Londres, morreu no mesmo dia.

Antes de terminar aquele ano, doze outros membros do grupo original de vinte homens também morreram. Mas outros morreriam, também. George Jay Gould, filho do financista Jay Gould, e amigo de Carnarvon, viajou ao Egito após a morte de seu amigo para visitar o lugar pessoalmente. Ele morreu de peste bubônica, 24 horas após visitar a tumba.

Em 1929, dezesseis outros pesquisadores que, de alguma forma, entraram em contato com a múmia do faraó também morreram. Entre as vítimas estavam o radiologista Archibald Reid, que preparara os restos de Tutancâmon para radiografar a múmia do faraó, a mulher de lorde Carnarvon, e Richard Bethell, seu secretário particular. Até o pai de Bethell morreu, suicidando-se.

A mística dessa famosa múmia, tema de filmes de terror de segunda classe, foi provavelmente um grande fator para o sucesso avassalador de Tesouros do Rei Tutancâmon, roteiro de viagem empreendido pelas agências de turismo dos EUA. Mas, como as dezenas de milhares de pessoas que viram a múmia podem atestar, a maldição parece ter chegado ao fim - pelo menos por enquanto.

Mas cuidado! Logo na entrada da tumba, observe os hieróglifos escritos no brasão. Eles dizem: "A morte virá rapidamente àquele que violar a tumba do faraó".


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

O Número de Azar do Capitão McLeod

Navio mercante SS Marquette & Bessemer Nº. 2

Hugh McDonald McLeod tornou-se capitão quando tinha 19 anos de idade, mas foi o sinistro número "7" que pareceu figurar proeminentemente em sua vida. E deveria mesmo, pois ele era o sétimo filho de um sétimo filho.

Nascido de uma família de marujos, McLeod tinha dois irmãos que também eram capitães. Na verdade, no dia 7 de dezembro de 1909, seus irmãos zarparam como capitão e primeiro imediato no navio mercante Marquette & Bessemer Nº. 2, com destino a Port Stanley, Ontário. Mas o navio não chegou ao seu destino, desaparecendo com toda a tripulação.

Quatro meses depois, no dia 7 de abril, Hugh foi notificado de que o corpo de seu irmão John fora encontrado, congelado, nas águas do rio Niágara. No dia 7 de outubro de 1910, o corpo de seu outro irmão foi encontrado na praia, em Long Point.

Quatro anos mais tarde, no dia 7 de abril de 1914, o capitão MacLeod, na ocasião mestre de um navio cargueiro chamado John Ericsson, rebocava uma barcaça no lago Huron. O nevoeiro era tão intenso que ele não conseguia ver a embarcação que estava puxando - o Alexander Holly. Finalmente, conseguiu divisar a bandeira do Holly tremulando a meio pau. O capitão diminuiu a velocidade e puxou o cabo de reboque, quando ficou sabendo que no dia anterior o capitão da barcaça fora varrido do convés por uma onda.

Não deveria ser surpresa o fato de que McLeod finalmente aposentou-se no dia 6 de dezembro de 1941. No dia seguinte, os japoneses bombardearam Pearl Harbor, do outro lado da linha equinocial internacional.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Immanuel Velikovsky e suas Teorias


Os gregos, assim como os carianos e outros povos do litoral do mar Egeu, contavam sobre uma época em que o Sol desviara-se de seu curso e desaparecera por um dia inteiro … A perturbação no movimento do Sol durou um dia, durante o qual ele não apareceu hora nenhuma. Ovídio continua: "Se formos acreditar nos registros, um dia inteiro se passou sem sol. Só que o mundo ardente continuou a brilhar."

Definição: Velikovsky declarou que as antigas histórias mitológicas eram relatos metafóricos de eventos cosmológicos reais.

O que os crentes dizem: O trabalho de Velikovsky é legítimo; ele abriu novos caminhos, mas foi injustamente criticado pela comunidade científica.

O que os céticos dizem: O trabalho de Velikovsky não tem embasamento científico e nada mais é do que especulação fantasiosa sem nenhuma evidência que lhe dê suporte. Seus seguidores são bajuladores mal informados.

Qualidade das provas existentes: Fraca.

Probabilidade de o fenômeno ser autêntico: Nenhuma.

Parece uma trama ruim de um filme de ficção científica.

Há 3.500 anos, parte de Júpiter desprendeu-se do planeta e saiu voando pelo espaço como um cometa gigantesco. Esse cometa atravessou nosso sistema solar esbarrando nos planetas, tirando-os de suas órbitas, fazendo-os adquirir novas rotações, e passou perto o suficiente da Terra, a ponto de nos envolver em sua cauda gasosa. A poeira da cauda do cometa Vênus provocou incêndios e pragas na Terra, e, por fim, sua gravidade fez com que nosso planeta parasse de girar sobre o próprio eixo e só recomeçasse tempos depois. Como se pode esperar de um evento cosmológico tão devastador, a Terra vivenciou maremotos, terremotos, erupções vulcânicas e cataclismos geológicos, incluindo o naufrágio da Atlântida e a implosão de gigantescas montanhas. Além disso, em sua trajetória, o cometa Vênus também tirou Marte de sua órbita, fazendo com que ele quase colidisse com a Terra diversas vezes. Esses eventos galácticos inacreditáveis fizeram o Sol desaparecer e os dias e noites durarem muito mais do que o normal.

O cometa Vênus então se solidificou, transformando-se num orbe planetário, passou pela Terra e fixou sua órbita onde hoje se encontra o segundo planeta do sistema solar.

No entanto, nada disso foi retirado de um romance ou filme de ficção científica. Esse relato sobre a formação de nosso sistema solar foi apresentado como fato científico por Immanuel Velikovsky, exceto que os argumentos de sustentação dessa teoria bizarra são qualquer coisa, menos científicos. Velikovsky utilizou lendas antigas, mitos e a tradição escrita para chegar a conclusões que literalmente chocaram o mundo e criaram enormes controvérsias no universo científico.

Segundo a teoria geológica do catastrofismo, grandes alterações na crosta terrestre decorrem de catástrofes súbitas — terremotos, erupções vulcânicas, deslocamento das placas tectônicas etc. —, e não de mudanças e processos evolucionários graduais. Essa teoria foi apresentada originalmente no século XVIII pelo barão Georges Cuvier, um naturalista francês, mas, por volta do século XIX, foi descartada por muitos em prol da crença nos processos lentos e progressivos como os responsáveis pelas principais alterações geológicas na Terra.

Immanuel Velikovsky (1895-1979), médico, psicanalista e astrônomo nascido na Rússia, ressuscitou o catastrofismo em 1950 ao publicar seu primeiro livro, "Worlds in Collision". Ele aplicou a teoria ao Cosmo, especificamente aos eventos que resultaram na formação de nosso sistema solar tal como o conhecemos hoje.

Em seu best-seller, Velikovsky diz que o planeta Vênus não existia até 1500 a.C. e que originalmente ele fora um cometa que se desprendera do planeta Júpiter.

Velikovsky estudou escritos muito antigos, inclusive o Velho Testamento e os mitos da China, Índia, Grécia e Roma, e chegou a conclusões científicas interpretando os eventos descritos nessas lendas e mitos como ambiciosas tentativas dos antigos em descrever eventos cosmológicos reais.

Por exemplo, a mitologia grega conta a história de Atena, a deusa da sabedoria e da guerra, que saiu já adulta da cabeça de Zeus, o soberano dos céus. Velikovsky chegou à dúbia conclusão de que Atena era o planeta Vênus, Zeus, o planeta Júpiter, e a lenda, uma metáfora usada pelos antigos gregos para descrever o cometa que se desprende de Júpiter e acaba fixando sua órbita como Vênus.

Robert Todd Carroll, ao escrever seu "Dicionário do cético", resume o problema das teorias rebeldes do russo:

"A essência da irracionalidade de Velikovsky está no fato de que ele não oferece nenhuma prova científica para suas alegações mais absurdas. Elas se baseiam na hipótese de que a mitologia descreve fatos cosmológicos. Em geral, ele não oferece evidência alguma que sustente sua teoria além de argumentos engenhosos oriundos de uma mitologia comparada. Sem dúvida, o cenário pintado é logicamente possível, no sentido de que não apresenta contradições. Para ser cientificamente plausível, porém, a teoria de Velikovsky precisa apresentar alguma razão convincente para que a aceitemos, além do fato de que ela ajuda a explicar alguns dos eventos descritos na Bíblia, ou por associar as lendas maias às egípcias."

A comunidade científica não respondeu muito bem à publicação de "Worlds in Collision".

O livro foi publicado originalmente pela Macmillan, uma editora com uma divisão de livros didáticos. Muitos dos autores de livros didáticos e editores da Macmillan boicotaram a empresa depois da publicação do livro de Velikovsky, recusando-se a trabalhar com livros didáticos até que ela rejeitasse o cientista. A editora voltou atrás e cedeu o contrato de Velikovsky à Doubleday, a qual não tinha uma seção de livros didáticos.

Teorias e ideias controversas são lugar-comum na arena científica, e as de Velikovsky poderiam ser fácil e calmamente descartadas pelos especialistas do campo, exceto por um detalhe inesperado: o grande sucesso de seus livros. Com "Worlds in Collision" ocupando o primeiro lugar na lista de mais vendidos do mundo, ele não podia ser tão facilmente descartado. Suas teorias ainda são objeto de debate, e mesmo seus mais ferrenhos opositores admitem, irritados, que ele acertou em algumas coisas, inclusive no fato de Júpiter emitir ondas de rádio, de as rochas lunares serem magnéticas e de Vênus girar sobre o próprio eixo em sentido contrário.

Um grande amigo meu visitou Velikovsky em sua casa em 1979, o ano da morte do cientista russo. Meu amigo se lembra de que o estudioso, então com 84 anos, era um homem quieto, quase taciturno, um intelectual diligente que parecia estar fazendo um inventário de sua vida e obra, um desafiador das convenções que mantinha uma profunda fé e confiança em suas crenças. Talvez as décadas de zombaria estivessem cobrando o preço de Velikovsky no ocaso de sua vida. "Não me lembro de tê-lo visto sorrir nem uma única vez durante minha visita", disse meu amigo. 


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004

Fantasmas, Poltergeists, Lugares Assombrados e Aparições


Que fantasma acenando, seguindo a sombra do luar, 
Convida os meus passos e aponta para uma longínqua clareira? 
— Alexander Pope

Definição: Um fantasma ou um poltergeist é o espírito de uma pessoa morta; um lugar assombrado é um local frequentado por fantasmas; uma aparição é a imagem visual de um fantasma vista pelos mortais habitantes da Terra.

O que os crentes dizem: Fantasmas são reais e estão em todos os lugares. As pessoas os veem há éons e é bem improvável que todos os relatos sejam falsos.

O que os céticos dizem: Fantasmas não existem.

Qualidade das provas existentes: Muito Boa.

Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Alta.

O visitante noturno

— Perdoe-nos por acordá-lo, senhor, mas viemos por causa de um assunto muito importante.

O velho, de pijama, encarou os dois jovens que haviam batido à sua porta no meio da noite.

— Quem são vocês? — perguntou ele, com um misto de irritação e medo na voz.

— Sou Jacopo Alighieri, filho do poeta Dante. Este é meu amigo.

O rosto do homem abrandou à menção do nome do grande poeta.

— Ah, signore Alighieri. Meus pêsames pela perda de seu pai. Sempre considerei uma honra viver na casa onde ele passou tantos anos.

— Obrigado, senhor — respondeu Jacopo, de modo respeitoso. — E por esta ter sido a casa de meu pai que viemos visitá-lo agora à noite.

— Entrem, entrem.

Os dois rapazes entraram na casa, e Jacopo então contou ao homem sobre seu sonho:

— Meu bom senhor, meu pai, Dante, apareceu para mim em meus sonhos hoje. Ele estava vestido de branco e seu rosto brilhava com uma luz resplandecente. Perguntei-lhe se estava vivo, e ele respondeu: "Estou, mas vivo uma vida verdadeira, não como a sua."

O homem permaneceu em silêncio, uma expressão de assombro estampada no rosto.

— Perguntei-lhe então se tinha completado toda a sua obra antes de passar para a vida verdadeira, e ele me disse: "Sim, terminei." Em seguida, perguntei o que havia acontecido com os últimos 13 cantos de sua Divina Comédia, os quais estão faltando no manuscrito.

O homem anuiu. A Comédia de Dante era bem conhecida.

— Meu pai então me pegou pela mão e viemos até o quarto onde ele dormia aqui nesta casa. Isso mesmo, meu bom senhor, estive aqui hoje à noite, embora não da forma como o senhor está me vendo agora.

O homem engasgou, mas não disse nada.

— Meu pai tocou uma das paredes do quarto e me disse: "O que procuras com tanto afinco está aqui." Em seguida, acordei. Chamei meu amigo e, bom, aqui estamos.

O homem permaneceu em silêncio por um momento e depois falou:

— Você quer ir até o quarto.

Jacopo fez que sim e o homem o guiou até o quarto principal.

Jacopo seguiu direto até a parede que seu pai havia tocado e encontrou um tapete pendurado. Levantou o tapete. O dono da casa levou a mão ao peito e fez o sinal-da-cruz.

— Meu Deus! — exclamou, baixinho. Sem dúvida, ele não sabia da existência do compartimento secreto. Jacopo enfiou a mão e puxou uma pilha de folhas, as quais percebeu imediatamente serem os cantos perdidos.

Graças ao fantasma de Dante, A Divina Comédia agora estava completa.

A crença em fantasmas é tão antiga quanto a noção de que o homem tem uma consciência bicameral.

É provável que os primitivos habitantes das cavernas imaginassem os espíritos de seus familiares falecidos observando-os da escuridão.

Pessoas de todas as culturas da Terra tentam se comunicar com os mortos; alguns cientistas veneram os espíritos de seus ancestrais, rezam para eles e lhes pedem ajuda.

Fantasmas são reais?

Os espíritos dos mortos visitam nosso universo terreno?

Existem lugares assombrados?

Se os fantasmas não são reais, então como podemos explicar os registros de atividade poltergeist, como cadeiras voando pela sala, quadros girando nas paredes e pratos caindo no chão sem que ninguém tenha encostado neles?

Como podemos explicar as fotos de fantasma restantes após descartarmos as falsificações, os erros de câmera e os fenômenos naturais?

As aparições de fantasmas são semelhantes às dos OVNIs. Muitas pessoas os veem, seria abusar da boa vontade crer que 100 por cento delas estão erradas.

O que são os fantasmas e por que eles insistem em permanecer aqui na Terra?

Há várias teorias sobre a natureza e o propósito dos fantasmas. Alguns permanecem na Terra e fazem contatos com os vivos a fim de avisá-los sobre algum perigo. Outros ficam por aqui porque foram assassinados de forma repentina e seus eus astrais ainda não tiveram tempo de assimilar a transição deste plano de vida terreno para o universo dos mortos. Em essência, esses fantasmas precisam receber permissão para se livrarem de seus apegos terrenos e seguirem em frente.

Alguns fantasmas são maléficos e tentam deliberadamente machucar ou assustar os vivos até deixá-los de cabelo em pé. Alguns desses seres se manifestam através da atividade poltergeist. Eles jogam cadeiras, giram quadros, fazem sangue pingar do teto e criam outras ocorrências inquietantes, mas não permitem que os vejamos.

Existe uma pequena sobreposição entre os conceitos de possessão demoníaca e de infestação fantasmagórica. A maior diferença é que os fantasmas em geral apresentam uma aparência semelhante à que tinham em vida. Os demônios são mais maléficos e normalmente não utilizam uma aparência humana ao surgirem na frente das pessoas.

Nunca vi um fantasma. Já vi um OVNI e algo que acredito ser um autêntico círculo numa plantação, mas nunca um visitante espectral. Stephen King admitiu certa vez ter visto o fantasma de um velho no quarto de uma casa que acabara de visitar, ao entrar para pegar seu casaco e o da esposa.

Hoje em dia, há inúmeros livros detalhando a localização de lugares assombrados ao redor do mundo.

Nada disso significa coisa alguma para os céticos. A crença em fantasmas é totalmente rejeitada como nada além de um pensamento delirante.

Suponho que essas pessoas encontrem conforto na crença de que estão 100 por cento certas — de que sabem com absoluta certeza tudo o que existe e não existe.

Saber tudo o que há para saber e ser capaz de dizer aos outros por que eles estão errados é um feito e tanto, não acha?


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004

A Terra é Oca


"Tenho a intenção de apresentar provas científicas que comprovem que a Terra, em vez de ser uma esfera sólida com o centro ardente de metal derretido, como todos supõem, é, na verdade, oca, com aberturas nos polos. Além disso, em seu interior existe uma civilização avançada, responsável pela criação dos discos voadores." — Dr. Raymond Bernard

Definição: Segundo a crença, o planeta Terra é uma esfera oca e seu interior é cheio de câmaras, túneis e galerias, como uma colmeia; além disso, ele possui sua própria atmosfera, ecossistema e vegetação. Alguns defensores, os hollow earthers, também acreditam que o interior do planeta é povoado por seres que talvez sejam os responsáveis por todas as aparições de OVNIs aqui na Terra.

O que os crentes dizem: Há um mundo dentro do nosso mundo.

O que os céticos dizem: Bobagem. A Terra não é oca e apenas sua superfície é habitada.

Qualidade das provas existentes: Desprezível.

Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Nenhuma.

A edição de agosto de 2002 da revista Discover publicou um artigo sobre a possibilidade de existir uma fonte de energia nuclear natural — uma gigantesca mina subterrânea de urânio sólido — no centro da Terra, a quase 6.500 quilômetros abaixo da superfície.

É provavelmente seguro apostar que os hollow earthers não tenham ficado satisfeitos com esse artigo e que tenham rejeitado totalmente a tese.

A Terra é, afinal de contas, oca, então como pode haver um centro sólido num espaço vazio?

A teoria da Terra oca é uma das mais extravagantes da ufologia.

Segundo ela, a Terra é, na verdade, uma esfera oca e dentro deste gigantesco globo existem rios, montanhas, florestas e, o mais importante, civilizações inteligentes — "superraças" —, responsáveis por muitas das aparições dos OVNIs vistos nos céus de nosso planeta.

Da mesma forma que com outras teorias marginais ligadas à ufologia, como a do Pé Grande, entre outros, existem também "especialistas" nesse assunto. Um dos mais notáveis é o supracitado dr. Raymond Bernard (pseudônimo de Walter Siegmeister), autor de uma das obras mais importantes.

A ciência já provou que o centro da Terra é liquefeito e que não pode haver vida dentro do planeta. Ainda assim, os hollow earthers citam uma pletora de "provas" contrárias a essa descoberta. Eles acreditam do fundo do coração que os governos do mundo sabem a verdade e que as "descobertas científicas" a respeito do centro liquefeito da Terra nada mais são do que falsas informações apresentadas intencionalmente pelas autoridades.

Eis aqui dois trechos — os 13 princípios — detalhando as especificidades dessa teoria bizarra. Essa lista foi retirada do livro do dr. Bernard e recebeu o seguinte título: "O que Este Livro Busca Provar."

1. A Terra é oca, e não uma esfera sólida como geralmente se supõe, e seu oco interior comunica-se com a superfície através de uma abertura nos polos.

2. As observações e descobertas do contra-almirante Richard E. Byrd, da Marinha dos Estados Unidos, o primeiro a entrar nas aberturas polares, o que fez percorrendo uma distância total de 6.500 quilômetros no Ártico e na Antártica, confirmam a exatidão de nossa teoria revolucionária sobre a estrutura da Terra, assim como o fazem as observações de outros exploradores que estiveram no Ártico.

3. Segundo nossa teoria geográfica de que os polos da Terra, onde estão as aberturas para seu oco interior, são côncavos, e não convexos, podemos dizer que os polos Norte e Sul nunca foram alcançados porque não existem.

4. A exploração do desconhecido Novo Mundo que existe no interior da Terra é muito mais importante do que a exploração do espaço sideral, e as expedições aéreas do almirante Byrd mostram o quanto ainda precisa ser explorado.

5. A nação que alcançar primeiro este Novo Mundo existente no interior oco da Terra — o qual possui uma área maior do que a superfície do planeta —, o que pode ser feito reconstituindo os voos do almirante Byrd para além dos hipotéticos polos Norte e Sul até as aberturas polares no Ártico e na Antártica, irá se tornar a mais poderosa do mundo.

6. Não há motivo algum para que o interior oco da Terra, o qual tem um clima mais quente que o da superfície, não abrigue plantas, animais e vida humana; assim, é bem possível que os misteriosos discos voadores sejam produtos de uma civilização avançada residente no interior da Terra.

7. Caso ocorra uma guerra nuclear no mundo, o interior oco da Terra proporcionará a continuidade da vida humana depois que as partículas radioativas exterminarem com toda a vida na superfície, e poderá servir como um refúgio ideal para a evacuação dos sobreviventes da catástrofe, de modo que a raça humana não seja destruída por completo, mas possa sobreviver.


Após anunciar suas intenções nesses sete itens, o dr. Bernard continua fornecendo provas para suas teorias, usando fatos e hipóteses científicas, escritos antigos e fotografias da Nasa. Ele conclui seu livro resumindo sua teoria em seis pontos:

1. Os polos Norte e Sul não existem. No lugar onde eles supostamente se localizam, há,na verdade, amplas aberturas que conduzem ao interior oco da terra.

2. Os discos voadores saem do interior oco da Terra por essas aberturas polares.

3. O interior oco da terra, aquecido por um Sol no meio (a fonte da aurora boreal), possui um clima subtropical ideal, cerca de 24o Celsius, nem muito quente nem muito frio.

4. Os exploradores do Ártico perceberam que a temperatura subia à medida que seguiam para o norte; eles encontraram outros mares abertos; encontraram animais viajando para o norte no inverno, em busca de comida e calor, em vez de seguirem rumo ao sul; perceberam que a agulha da bússola assumia uma posição vertical em vez de horizontal e girava de forma bastante incomum; quanto mais ao norte chegavam, viam pássaros tropicais e outras formas de vida animal; viram borboletas, mosquitos e outros insetos no extremo norte, animais que só são encontrados abaixo do Alasca e do Canadá; viram a neve pontilhada com coloridos de pólen e poeira negra, o que foi piorando à medida que rumavam mais para o norte. A única explicação para o surgimento da poeira seriam os vulcões ativos no interior das aberturas polares.

5. Existe uma grande população habitando o interior côncavo da crosta terrestre, uma civilização muito mais avançada do que a nossa no tocante a progressos científicos, a qual provavelmente descende dos continentes perdidos da Lemúria e da Atlântida. Os discos voadores são apenas um exemplo de suas muitas realizações. Poderíamos tirar vantagem de um contato com esses antigos irmãos da raça humana, aprender com eles e acolher sua ajuda e conselhos.

6. A existência de uma abertura polar e de terra para além dos polos deve ser do conhecimento da Marinha dos Estados Unidos, para quem o almirante Byrd trabalhava ao fazer seus dois voos históricos, os quais provavelmente são um segredo internacional.

Há registros de várias entradas para esse mundo subterrâneo. Elas estão espalhadas pela Terra e algumas das mais conhecidas são:

Entradas secretas nos polos Norte e Sul.

No Zimbábue, no lugar das lendárias minas do rei Salomão.

No monte Epomeo, na Itália.

No monte Shasta, na Califórnia (segundo os registros, a cidade aghartana de Telos existe sob este monte).

Em algum lugar de Manaus, no Brasil.

Em algum lugar de Rama, na Índia (aparentemente, a lendária cidade subterrânea também chamada de Rama situa-se sob essa cidade indiana).

Em algum lugar das cavernas de Dero (Indonésia?).

Em algum lugar das pirâmides de Gizé, no Egito.

Em algum lugar da fronteira entre a Mongólia e a China mongol (segundo os registros, a cidade subterrânea de Shingwa existe em algum lugar sob a fronteira).

Nas montanhas do Himalaia, no Tibet (supostamente, a entrada para a cidade subterrânea de Shonshe está escondida nessas montanhas e é vigiada por monges hindus).

Nas Cataratas do Iguaçu, na fronteira entre o Brasil e a Argentina.

Na Caverna do Mamute, no centro-sul do Kentucky, nos Estados Unidos.

Na planície mato-grossense, no Brasil (segundo os registros, a cidade de Posid situa-se sob o Mato Grosso).

A noção de uma Terra oca já apareceu em inúmeros romances, contos e filmes, sendo o mais notável a "Viagem ao Centro da Terra", de Júlio Verne. A ciência pode refutar completamente a possibilidade de tal lugar existir, mas, ainda assim, como em geral ocorre com o fanatismo delirante, os fatos jamais atrapalham as crenças daqueles que defendem as teorias. 


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004